terça-feira, 30 de outubro de 2012

"O que significa crer hoje?"

Catequese de Bento XVI na Audiência Geral de 24 de outubro de 2012
Apresentamos as palavras de Bento XVI dirigidas aos fiéis e peregrino reunidos na Praça de São Pedro para a tradicional audiência de quarta-feira.
Queridos irmãos e irmãs,
Quarta-feira passada, com o início do Ano da Fé, comecei uma nova série de catequeses sobre a fé. E hoje gostaria de refletir com vocês sobre uma questão fundamental: o que é a fé? Ainda há um sentido para a fé em um mundo cuja ciência e a técnica abriram horizontes até pouco tempo impensáveis? O que significa crer hoje? De fato, no nosso tempo é necessária uma renovada educação para a fé, que inclua um conhecimento das suas verdades e dos eventos da salvação, mas que sobretudo nasça de um verdadeiro encontro com Deusem Jesus Cristo, de amá-lo, de confiar Nele, de modo que toda a vida seja envolvida. 

Hoje, junto a tantos sinais do bem, cresce ao nosso redor também um certo deserto espiritual. Às vezes, tem-se a sensação, por certos acontecimentos dos quais temos notícia todos os dias, que o mundo não vai em direção à construção de uma comunidade mais fraterna e mais pacífica; as mesmas ideias de progresso e de bem estar mostram também as suas sombras. Apesar da grandeza das descobertas da ciência e dos sucessos da técnica, hoje o homem não parece  verdadeiramente mais livre, mais humano; permanecem tantas formas de exploração, de manipulação, de violência, de abusos, de injustiça...Um certo tipo de cultura, então, educou a mover-se somente no horizonte das coisas, do factível, a crer somente no que se vê e se toca com as próprias mãos. Por outro lado, cresce também o número daqueles que se sentem desorientados e, na tentativa de ir além de uma visão somente horizontal da realidade, estão dispostos a crer em tudo e no seu contrário. Neste contexto, surgem algumas perguntas fundamentais, que são muito mais concretas do que parecem à primeira vista: que sentido tem viver? Há um futuro para o homem, para nós e para as novas gerações? Em que direção orientar as escolhas da nossa liberdade para um êxito bom e feliz da vida? O que nos espera além do limiar da morte? 

domingo, 28 de outubro de 2012

Voz do Pastor: Eu não vi nada

Artigo dominical de Dom Pedro José Conti - Bispo de Macapá

MACAPÁ  - (PASCOM) - Existia um homem que desejava possuir ouro, muito ouro, todo o ouro possível. Desejava isso com tanta intensidade que não pensava em outras coisas. Quando passava em frente a uma vitrine e via algum adereço de ouro, não reparava as outras coisas bonitas que estavam expostas, via somente o ouro. Certo dia, não conseguiu resistir: entrou numa loja que vendia joias de ouro, rapidamente apanhou algumas correntes e pulseiras e tentou correr. Todo mundo viu; imediatamente o agarraram e os policiais perguntaram para ele:

 - Como o senhor achava que ia conseguir fugir se a loja estava cheia de pessoas?

 - É mesmo? – respondeu o homem – Não vi ninguém. Eu estava somente de olho no ouro. 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A natureza da fé

Catequese de Bento XVI durante audiência geral de  24 de Outubro de 2012

Por Canção Nova

Caros irmãos e irmãs,

Quarta-feira passada, com o início do Ano da Fé, comecei com uma nova série de catequeses sobra a fé. E hoje gostaria de refletir com vocês sobre uma questão fundamental: o que é a fé? Há ainda um sentido para a fé em um mundo em que a ciência e a técnica abriram horizontes até pouco tempo impensáveis? O que significa crer hoje? De fato, no nosso tempo é necessária uma renovada educação para a fé, que inclua um certo conhecimento das suas verdades e dos eventos da salvação, mas que sobretudo nasça de um verdadeiro encontro com Deus em Jesus Cristo, de amá-lo, de confiar Nele, de modo que toda a vida seja envolvida.

domingo, 21 de outubro de 2012

Voz do Pastor: O guru e o barbeiro

Montagem sobre foto: Blog Jefferson Souza
Artigo Dominical de Dom Pedro José Conti - Bispo de Macapá

Por PASCOM


Na religião hinduísta, os gurus são uma espécie de guias espirituais muito respeitados. Conta uma história que, certo dia, antes de visitar um famoso santuário da sua religião, um guru, bem macilento, entrou numa barbearia. Imediatamente o barbeiro, que estava tirando a barba de um homem gordo e flórido, largou o cliente que estava atendendo e, com toda atenção e deferência, fez um serviço completo e caprichado para o guru. Depois disso, ainda lhe deu algumas moedas pedindo que rezasse por ele e sua família.
 
O guru, agradecido, decidiu em seu coração que recompensaria o barbeiro, tão atencioso, com as esmolas que ia recolher naquele dia. Depois de algumas horas, um desconhecido aproximou-se do guru e lhe deu um saquinho cheio de moedas de ouro. O guru, conforme tinha prometido em seu coração, correu com o barbeiro e lhe ofereceu o pequeno tesouro. No entanto o barbeiro mostrou-se ofendido e disse:

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Carta da Juventude Católica de Macapá

Juventude católica de Macapá e Governador Camilo Capiberibe/Foto Agencia Amapá
Por ocasião da Peregrinação dos Símbolos da JMJ na Diocese  às autoridades públicas de Macapá
Por Setor Juventude/PASCOM

MACAPÁ (AP) - A Juventude Católica da Diocese de Macapá, vem, por meio desta carta, dirigir-se a Vós, Autoridades Públicas do Estado do Amapá, com a finalidade de manifestar o seu total e incondicional apoio para a realização de medidas em favor da juventude amapaense.
 
A Constituição Federal de 1988 assegura a todos os brasileiros, o pleno desenvolvimento físico, psicológico, afetivo, espiritual, cultural e social. É em vista à concretização de tais valores que se baseia essa manifestação.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O Ano da Fé: Introdução

A fé cristã, operante na caridade e forte na esperança, não limita, mas humaniza a vida.
Por Zenit.org

A partir desta semana o blog estará documentando e disponibilizando anos nossos leitores os textos da Catequese do Papa Bento XVI realizadas nas quartas-feiras durante as audiências gerais semanais. Por ocasião ao Ano da Fé, o Santo Padre, iniciou uma nova série de formações convergentes ao tema proposto para o período de 11 de outubro de 2012 à 24 de novembro de 2013.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Só peço a Deus para me tirar do crime, diz jovem detento no Bote Fé Macapá

Por jovens Conectados
Esta foi a prece de um dos jovens detentos do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (IAPEN), de 20 anos, que preferiu não se identificar, durante a visita dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude, a Cruz e do Ícone de Nossa Senhora, à instituição.
Quando questionado pelo Bispo de Macapá, Dom Pedro Conti, se queria dizer mais alguma coisa dentro da partilha que iniciou, o jovem apenas silenciou, indicando ser apenas este o seu maior desejo.
Na manhã desta terça-feira, 16, após a chegada dos símbolos da JMJ na capital amapaense, Dom Pedro conduziu um momento de reflexão com os presidiários a partir da Paixão de Cristo e do significado dos sinais da JMJ.

“Estamos no meio do mundo”: Bote Fé Macapá no marco zero da Terra


Por Jovens Conectados


Carreata percorre as ruas com os símbolos da JMJ e a placa sinaliza: “Bem vindo a Macapá. Estamos no meio do mundo”. Ou seja, a linha do Equador, marco zero do planeta, também compõe o cenário do Bote Fé na capital do Amapá. Mesmo com escassez de combustível na cidade há duas semanas e com filas enormes nos posto de gasolina, os jovens não perderem a animação!

Abertas inscrições para Encontro Nacional de Responsáveis de Juventude

Por Jovens Conectados

Os responsáveis adultos das arquidioceses, dioceses, movimentos, congregações, comunidades, pastorais e organismos que trabalham com juventude terão um momento único de comunhão e diálogo sobre a evangelização dos jovens no Brasil. De 29 de novembro a 2 de dezembro, em Brasília (DF), acontecerá o Encontro Nacional de Assessores da Pastoral Juvenil, promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Tendo em vista o objetivo de contribuir com os assessores na missão de acompanhar os jovens na educação da fé, são convidados apenas os responsáveis adultos de cada uma dessas expressões que trabalham com juventude.
O tema do evento “A Juventude no Ano da Fé” foi escolhido dentro da proposta do Ano da Fé, convocado pelo papa Bento XVI e que terá início nesta quinta, 11 de outubro.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Círio 2012: aprender com a fé de Maria



No próximo domingo, 14, a Diocese de Macapá se reúne para celebrar mais uma edição do Círio de Nazaré. Com o tema “Eu Creio, nós cremos!” e o lema “ Feliz aquela que acreditou!” (Lc 1,45) a festa em honra a Rainha da Amazônia tem por objetivo convocar os fiéis devotos de Maria a professarem sua fé em Jesus Cristo seguindo o exemplo de Sua mãe. 

O tema e o lema da principal festa mariana na diocese está alinhado ao Ano da Fé proclamado pelo Papa Bento XVI através do Motu Proprio Porta fidei , para o período de 11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013, sua proposta nos convida muito mais que percorrer a cidade e demonstrar nossa devoção a Maria.

Reflexões Espirituais: A peregrina

Foto: Imagem de N.S. de Nazaré
Dom Alberto Correa Taveira - Arcebispo de Belem do Pará

Por Zenit.org 
BELÉM DO PARÁ  - “Guarda os peregrinos nesta caminhada, dá-lhes companhia, pois também um dia foste peregrina de Belém”, canta o povo brasileiro. Para nós, a Virgem Maria continua a “Peregrina” de sempre, cujo ícone, sua imagem acolhida por todos os que não resistem ao Círio de Nazaré, percorreu todos os recantos da Arquidiocese de Belém. Foram muitas as peregrinações daquela que chamamos “Santinha”, preparadas com carinho e emoção. Com toda certeza, o Céu se envolveu na verdadeira missão que se espalhou, visitando as Paróquias, Residências, Hospitais, Repartições públicas, Escolas, Universidades, Clubes, Organismos da sociedade civil e Prisões. Nos quinze encontros das peregrinações em grupos de famílias, foram mais de cento e dez mil famílias visitadas! Ninguém é propositalmente excluído e o tempo se multiplica, as pessoas se organizam de modo admirável e tudo dá certo! No Círio, milagrosamente tudo dá certo!

Durante o ano, muitos outros lugares solicitam a visita da Imagem peregrina, unindo-se à devoção que a generosidade de Deus plantou em nossa terra. Ser de Belém e ser do Pará já significa ser propagador da devoção a Nossa Senhora de Nazaré. Não é possível separar o que Deus uniu! Chegaremos juntos, seremos missionários de Nossa Senhora, Estrela da Evangelização, e assim, Belém e o Pará contribuirão no grande esforço para que a Boa Nova chegue a todos. E agora, chegou mais uma vez o coração do Círio de Nazaré, para a glória de Deus, a honra devida à Virgem de Nazaré, a edificação da Igreja, e o Reino de Deus se espalhe. Sejam bem vindos todos os que se fazem peregrinos, romeiros de Nazaré, recebendo conosco a graça da festa que vivemos!

O Círio de 2012 é a primeira atividade da Arquidiocese de Belém no “Ano da Fé”, convocado pelo Papa Bento XVI e aberto no dia 11 de outubro, “com o objetivo de ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé” (Porta Fidei 1), para se estender até a Solenidade de Cristo Rei do próximo ano. O tema escolhido para este Círio expressa a grande peregrinação de nossa vida, em busca da vida plena que nos trouxe nosso Salvador, Jesus Cristo. Nossa aventura humana na terra é uma grande romaria, que se dirige “ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo, com Maria e do jeito de Maria”.

Tudo de bom que acontece chega ao Pai por Cristo, com Cristo, em Cristo, na unidade do Espírito Santo. As orações eucarísticas se concluem com a “doxologia”, proclamação da glória de Deus! Tudo expressa o louvor, a glória, a honra, a bênção, a adoração. Nossa vida cristã é acolher a vida que vem de Deus e caminhar para a Trindade, a comunhão plena com Deus, por Cristo, com Cristo, em Cristo. De fato, Ele é a porta das ovelhas (Cf. Jo 10, 9)!

“O Evangelho conta que uma estrela guiou os Magos até Jerusalém e depois até Belém. As profecias antigas comparam o futuro Messias com um astro celeste. Foi também atribuído a Maria este emblema: se Cristo é a estrela que conduz a Deus, Maria é a estrela que leva até Jesus” (João Paulo II, 6 de janeiro de 2003). Nós a saudamos como discípula fiel, filha de Deus Pai, esposa do Espírito Santo, mãe de Deus Filho.

Só na resposta ao amor de Deus nascerá uma prática adequada da sua lei. Maria deu sua resposta a Deus, disse seu sim ao próximo e percorreu o caminho da fidelidade à lei. Ela viveu a fé da Igreja, de modo excelente e humilde, numa plenitude de graça que é insuperável. Quando dizemos em todas as missas “não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima a vossa Igreja”, esta oração não seria tão real se não tivesse existido alguém – Maria –que viveu assim, em plenitude, a fé (cf. Giacomo Tandardini em “Trinta Dias”, n. 7.8 de 2011).

O Concílio Vaticano II, cujo cinquentenário de abertura se celebra na abertura do ano da Fé, oferece a justa compreensão das celebrações marianas e nazarenas que agora fazemos: “Ao passo que, na Santíssima Virgem, a Igreja alcançou já aquela perfeição sem mancha nem ruga que lhe é própria (Cf. Ef 5,27), os fiéis ainda têm de trabalhar por vencer o pecado e crescer na santidade; e por isso levantam os olhos para Maria, que brilha como modelo de virtudes sobre toda a família dos eleitos. A Igreja, meditando piedosamente na Virgem, e contemplando-a à luz do Verbo feito homem, penetra mais profundamente, cheia de respeito, no insondável mistério da Encarnação, e mais e mais se conforma com o seu Esposo. Pois Maria, que entrou intimamente na história da salvação, e, por assim dizer, reúne em si e reflete os imperativos mais altos da nossa fé, ao ser exaltada e venerada, atrai os fiéis ao Filho, ao seu sacrifício e ao amor do Pai. Por sua parte, a Igreja, procurando a glória de Cristo, torna-se mais semelhante àquela que é seu tipo e sublime figura, progredindo continuamente na fé, na esperança e na caridade, e buscando e fazendo em tudo a vontade divina. Daqui vem igualmente que, na sua ação apostólica, a Igreja olha com razão para aquela que gerou a Cristo, o qual foi concebido por ação do Espírito Santo e nasceu da Virgem precisamente para nascer e crescer também no coração dos fiéis, por meio da Igreja. E, na sua vida, deu a Virgem exemplo daquele afeto maternal de que devem estar animados todos que cooperam na missão apostólica que a Igreja tem de regenerar os homens” (LG 65).
O Círio de Nazaré no Ano da Fé quer glorificar a Trindade Santíssima, com a Virgem Maria e do jeito de Maria. Com Maria, Virgem da Escuta e Modelo de virtude, queremos viver os mandamentos da Lei de Deus. “Ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo, com Maria e do jeito de Maria”.

Paraguai sedia encontro latino-americano de pastoral juvenil

Foto: Logo PJLa
XVII Encontro Latino-americano de responsáveis nacionais de Pastoral Juvenil.
Por Rádio Vaticano

Assunção  – Realiza-se de 21 a 27 de outubro em Assunção, no Paraguai, o XVII Encontro Latino-americano de responsáveis nacionais de Pastoral Juvenil. O tema foi inspirado na primeira epístola de S. João: “O que ouvimos e vimos o anunciamos”.

Convocado pela Seção Juventude do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), esses encontros se realizam em média a cada dois anos. O último foi realizado em 2009 em Cochabamba (Bolívia).

Os movimentos: um verdadeiro dom de Deus

Foto: ACIdigital
"não extinguir os carismas, mesmo se inconvenientes" afirma Cardeal Stanislaw Rylko
Por Zenit.org
VATICANO - Reproduzimos abaixo a intervenção do cardeal Stanislaw Rylko, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, feita na tarde de ontem durante a segunda Congregação Geral do Sínodo dos Bispos.
***
No número 115 do instrumentum laboris, lemos que "o florescimento, ao longo das últimas décadas, muitas vezes gratuito e carismático, de grupos e movimentos engajados com prioridade na proclamação do Evangelho é outro dom da Providência para a Igreja".
O magistério dos últimos papas reiterou em muitas circunstâncias esta natureza providencial da "nova era de integração dos fiéis leigos", destacando a sua estreita relação com o "novo Pentecostes" do concílio Vaticano II.

Cresce o catolicismo na América

Foto: El Mensajero Católico
Mons. Carlos Aguiar Retes narra o caminho incipiente e confiante da Nova Evangelização no Novo Continente
Por  Zenti.org
CIDADE DO VATICANO – Publicamos a seguir uma síntese da Exposição sobre o continente americano, realizada por Mons. Carlos Aguiar Retes, Presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM.) (México), na tarde de ontem, durante a segunda Congregação Geral da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.

A renovação pastoral na América, lançada em resposta ao Concílio Vaticano II, tornou mais dinâmica a vida interna da Igreja: aumentaram os agentes da pastoral, intensificou-se a formação na fé, cresceu a participação e a comunhão eucarística dos fieis à missa dominical; são, portanto, numerosos e vários os aspectos positivos da renovação pastoral da Igreja (cf. DA, n. 99). No entanto, este crescimento não ocorreu na proporção do crescimento demográfico dos nossos povos; são vistas grandes áreas de católicos distantes e mornos na sua identidade católica, embora, certamente, crentes (cf. DA, n. 100, a).

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Conheça o tema e a arte da RCC para 2013

Ano da Fé será também motivação no Movimento Eclesial
Por RCC Brasil

A Renovação Carismática Católica do Brasil já tem o tema que norteará suas atividades durante o ano de 2013: “Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé”. Este versículo está na primeira carta de São João, capítulo 5, versículo 4b. Tal temática foi discernida pelo Conselho Nacional como forma de incentivar o Movimento a vivenciar de forma intensa a proposta do Ano da Fé, que será aberto pelo Papa Bento XVI nesta quinta-feira, dia 11 de outubro, como comemoração ao 50º aniversário do início do Concílio Vaticano II.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Sínodo e novos Doutores da Igreja

Padres Sínodais / Foto: reprodução CNBB

Solenidade de abertura do Sínodo e proclamação de Santos Doutores
O Papa Bento XVI abriu solenemente na manhã deste domingo, 7, o Sínodo sobre a Nova Evangelização, presidindo a Santa Missa na Praça São Pedro. Durante a celebração, na presença de mais de 400 bispos e 25 mil fiéis proclamou Doutores da Igreja a Santa medieval alemã, Hildegarda de Bingen, e o Santo espanhol João de Ávila, que viveu em 1500.
Com esta solene concelebração – disse o Papa na sua homilia - inauguramos a XIII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que tem como tema: A Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã.

Papa na primeira sessão do Sínodo: "Deus rompeu o silêncio do Universo"

Abertura do Sínodo sobre a Nova Evangelização

Por Rádio Vaticano

Cidade do Vaticano – Os trabalhos da 13a Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização foram abertos na manhã desta segunda, 08, com a oração das Laudes, presidida pelo Papa, na Sala Paulo VI. Bento XVI se dirigiu aos 262 padres sinodais de todo o mundo com as seguintes palavras: “O cristão não deve ser morno; este é o mais grave perigo para o cristianismo de hoje: a tepidez desacredita o cristianismo” – refletiu o Papa, .

“O fogo é luz, é calor, força de transformação: a cultura humana começou quando o homem descobriu que podia criar o fogo, que destrói, mas, sobretudo transforma, renova e cria uma novidade, a do homem que se torna luz em Deus”.

Para o Papa teólogo, é importante que no latim cristão, a palavra 'professio' tenha sido substituída pela 'confessio', palavra usada nos tribunais, em processos, e que traz consigo um elemento martiriológico: o testemunho, o risco da morte, a disponibilidade de sofrer. Bento XVI se dirigiu aos padres sinodais:

“Isto é muito importante, pois garante credibilidade. A fé não é uma coisa qualquer, que posso até deixar cair. Sabemos que para nós, a confissão não é uma palavra vazia, é mais do que a morte. Quem a faz demonstra que a verdade vale mais do que a vida: é uma pérola preciosa”.

A este propósito o Pontífice recordou que “o lugar da confissão é o coração e a boca, ou seja, a fé não é apenas uma realidade do coração, mas deve ser comunicada, confessada; tende a ser pública, como o fogo que se acende e se alastra, gerando novas chamas. É necessária a coragem da palavra. A confissão é o primeiro alicerce da Evangelização, e não é uma coisa abstrata. Tornando-se visível, é a força do presente e do futuro”.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Dez Mandamentos do Voto Consciente

Por Pastoral da Comunicação Dicoesana

MACAPÁ - A Diocese de Macapá, por meio das paróquias, Conselho de Leigos (as), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Pastorais da Saúde, Comunicação e demais organismos eclesiais estão distribuindo 10 mil folhetos com os Dez Mandamentos do Voto Consciente, subsídio reflexivo e informativo sobre as Eleições Municipais neste domingo, 7 de outubro. 

O folheto está sendo difundido por todo o Brasil pela Igreja Católico,movimentos sociais e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral – MCCE, que disponibiliza em seu site material sobre a Lei da Ficha Limpa de download gratuito, que possui um conteúdo de fácil reprodução com dicas práticas sobre a Lei e como denunciar a corrupção eleitoral: www.mcce.org.br

1º)Procure conhecer o passado, as ideias e valores do candidato ou candidata. Se ele já se envolveu em escândalos de corrupção, comprou votos, foi cassado pela Justiça, renunciou a mandatos para escapar de punições ou se aliou a grupos envolvidos com essas práticas: simplesmente não vote nele!

2º) Não basta que os candidatos tenham a “ficha limpa”. É preciso conhecer as intenções e propósitos de cada candidato: quem financia a sua campanha? Quem ele realmente vai representar? Procure se informar. Exija dele uma vida honrada, do mesmo jeito com que você procura conduzir a sua vida;

3º) Conheça mais a lei eleitoral: participe de palestras, reuniões e debates. Sua vida em comunidade exige que você esteja mais informado sobre assuntos tão importantes.

4º) Ajude a criar ou fortalecer um Comitê da Lei 9840 para o Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e aplicação da Ficha Limpa. Se você faz parte de algum grupo ou organização social (Associação, Sindicato, Igreja, Clube de Mães, Centro de Direitos Humanos), saiba como fazer no site www.mcce.org.br .

5º) Denuncie a compra de votos: quando uma pessoa aceita um benefício em troca do seu voto se condena a viver sem emprego, educação, segurança pública. Assim, o remédio hoje recebido em troca do voto poderá mais tarde custar a falta do hospital que salvaria a sua vida ou a de seu filho.

6º) Denuncie o desvio de recursos públicos para fins eleitorais. É muito grave que um candidato se utilize de bens e serviços públicos para ganhar as eleições.

7º) Tire fotos, grave ou filme se notar qualquer sinal de compra de voto ou de apoio eleitoral, utilizando o mal uso do dinheiro público, pois ajuda a comprovar a irregularidade na denúncia ao Juiz Eleitoral, ao Ministério Público ou até mesmo à Polícia.

8º) Não vote em pessoas que mudam de partido, como “quem muda de roupa”. Ao votar no candidato, não estamos votando só na pessoa, mas no partido,  ajudando a eleger outros candidatos do mesmo partido ou coligação: por isso saiba quem são os outros candidatos da legenda.

9º) Procure saber se o candidato tem compromisso com a defesa da vida em todas as suas fases, bem como com a realização da Reforma Política, Reforma Agrária e com Direitos Sociais fundamentais: como criação de emprego e geração de renda, melhoria da saúde e da educação, defesa do meio ambiente e da Cultura da Paz. Cobre esse compromisso.

10º) Pense bem antes de votar, escolhendo pessoas que se prepararam para administrar  (Presidente e Governador) ou fazer leis (deputado federal e estadual e para o senado)  em benefício  de toda a sociedade, nunca em proveito pessoal. Não deixe para a última hora a escolha dos candidatos a deputado e senador. Depois da eleição, acompanhe o trabalho dos eleitos.

Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil e Comissão Brasileira Justiça e Paz

Reflexões Espirituais: Conversa de família

Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém do Pará
Por Zenit.org
BELÉM DO PARÁ, Aqui estamos, Maria de Nazaré, Nossa Senhora das multidões, das casas e dos corações. Somos muitos e somos um só, somos diferentes e muito parecidos uns com os outros, pois o mesmo sentimento de carinho e confiança nos une contigo, tu que foste escolhida pelo Pai do Céu para seres Mãe do Filho Amado. Aquele dia, em Nazaré, teu silêncio de Menina, formada na fidelidade às promessas antigas, tornou-se resposta que ecoa pelos séculos e vai conosco até a eternidade. Em ti, Maria de Nazaré, nós reconhecemos a esperança de todos os povos. Em Nazaré, Deus ouviu nosso “sim” ao seu plano de salvação para todos os homens e mulheres de todos os tempos. Deus nos levou a sério!
E te fizeste Mãe, em Belém de Judá, pequena entre muitas cidades, que se fez grande porque de lá se levantou o Salvador, aquele que é a nossa paz. Em Belém te fizeste Mãe, de Belém nascemos nós, do Forte do Presépio brotou outra Menina, cidade grande de quase quatrocentos anos. E aqui se ajuntaram multidões, rios de gente que acorrem a esta terra, apenas para se encantarem, quais crianças que teimam em não crescer e chamar-te “Lírio mimoso”, sem medo de chorar diante dos outros, sorrir, clamar e gritar vivas. Mãe de Nazaré e de Belém, somos afeto, emoção e carinho, para correr atrás de tua Imagem, novamente peregrinos, romeiros, filhos e irmãos!

Queremos hoje olhar para ti! Nos séculos que se passaram, tua imagem, obra de arte da qual todos nos sentimos autores, tem um Menino nos braços. O outro braço está pronto para acolher, livre para amar os muitos filhos que a ti acorrem. Queremos pedir-te colo de mãe para todos os que se reconhecem filhos. É que, aos pés da Cruz de teu Filho, um apóstolo era nosso representante, e tu nos recebeste como filhos, para acompanhares a Igreja em sua peregrinação da fé até o final dos tempos. Neste Círio de Nazaré, queremos, ó Mãe, assumir o nosso lugar!

Em teu colo de mãe, queremos espaço para os que estão mais distantes, ainda que próximos uns dos outros no empurra-empurra dos dia a dia. Tece, ó Mãe Admirável, cordas de amor que alcancem todos os que se afastaram da Igreja e os que estão mergulhados na lama do pecado, para que voltem a Jesus. Olha para todas as pessoas que clamam por bondade, Mãe de Misericórdia. E roga por nós todos, pecadores, agora e na hora de nossa morte!

Nossa Senhora de Belém, tu que trouxeste aos braços o Deus que se fez Carne, recebe as nossas crianças. Cuida com carinho daquelas que ainda esperam generosidade de seus pais e mães para nascer. Faze com que nosso tempo descubra de novo que filho é bênção! De teu Filho amado pede a bênção para os que são filhos e filhas em nossas famílias. Contempla do Céu, Senhora de Nazaré, as muitas imagens retratadas em mãos e mães, que se estendem confiantes, mostrando fotografias recentes e antigas, pois para as mães os filhos são sempre meninos e meninas, mesmo quando crescem! Como visitaste tua prima Isabel, tua presença amiga faça exultar de alegria todos os que se sentem filhos!

Nossa Senhora da Piedade, Senhora das Dores e da Consolação, recebe em teu braço o mistério do sofrimento humano. Doenças do corpo e da alma, angústias, divisões nas famílias, gritos surdos que teimam em se fazer vivos ou, quem sabe, silêncio marcado por revoltas e perguntas sem respostas. Acolhe os olhares angustiados, as mãos calejadas, os pés machucados, a fadiga do dia a dia, os homens e mulheres sem esperança, a falta de recursos e de trabalho, os passos errantes de tantas pessoas que no Círio encontram de novo o alento.

Rainha das famílias, recebe na Nazaré de hoje as nossas famílias. Ajuda-nos, com tua oração ao Filho amado, a levar do Círio para nossas casas a certeza de que não estamos sozinhos, mas somos a grande Família dos Filhos de Deus. Em teu colo de Mãe, os casais renovem seus laços matrimoniais, os filhos encontrem afeto, a chama do amor não se apague em nossas casas.

Nossa Senhora das mãos estendidas, olha para tantas mãos que se elevam no Círio de Nazaré. Mãos delicadas ou feridas, mãos que se unem ou mãos que se apartam, mãos que recebem e expressam os impulsos do coração. Estende tua mão e acolhe com bondade os que querem conhecer e amar Jesus!
Maria de Nazaré, Maria, Mãe da Igreja, Nossa Senhora da Esperança, somos Igreja peregrina, que quer ser fiel ao teu Filho amado. Desejamos professar e renovar a fé que recebemos no Batismo. Queremos contar a todos a boa nova do Evangelho e caminhar na esperança, para que toda a nossa vida seja sinal do Reino de Deus. Toda a nossa vida seja para o louvor e a glória de Deus.

Queremos caminhar juntos, peregrinos da fé, “ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo, com Maria e do jeito de Maria”! Amém!

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém
 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Semana Nacional da Vida e Dia do Nascituro

Foto: Cartaz de Divulgação
Vida e Saúde Pública são temas de reflexão.

Por CNBB

Com o tema “Vida, saúde e dignidade: direito e responsabilidade de todos”, a Igreja no Brasil realiza a Semana Nacional da Vida, nos dias 1 a 7 de outubro, culminando com o Dia do Nascituro, no dia 8. Neste período, as dioceses são convidadas a desenvolver atividades em torno do tema, focando sempre o direito à vida e à preservação da dignidade humana.

A Semana Nacional da Vida foi instituída em 2005 pela 43ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O Dia do Nascituro é um dia em homenagem ao novo ser humano, à criança que ainda vive dentro da barriga da mãe. A data celebra o direito à proteção de sua vida e saúde, à alimentação, ao respeito e a um nascimento sadio. O objetivo é suscitar nas consciências, nas famílias e na sociedade, o reconhecimento do sentido e valor da vida humana em todos os seus momentos.

"Chamados a fazer brilhar a Palavra da verdade" (Carta ap. Porta fidei, 6)

Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial das Missões 2012


Queridos irmãos e irmãs!
Neste ano, a celebração do Dia Mundial das Missões reveste-se dum significado muito particular. A ocorrência do cinquentenário do inicío do Concílio Vaticano II, a abertura do Ano da Fé e o Sínodo dos Bispos cujo tema é a nova evangelização concorrem para reafirmar a vontade da Igreja se empenhar, com maior coragem e ardor, na missio ad gentes, para que o Evangelho chegue até aos últimos confins da terra.

Com a participação dos Bispos católicos vindos de todos os cantos da terra, o Concílio Ecuménico Vaticano II constituiu um sinal luminoso da universalidade da Igreja pelo número tão elevado de Padres conciliares que nele se congregou, pela primeira vez, provenientes da Ásia, da África, da América Latina e da Oceânia. Tratava-se de Bispos missionários e Bispos autóctones, Pastores de comunidades disseminadas entre populações não-cristãs, que trouxeram para a Assembleia conciliar a imagem duma Igreja presente em todos os continentes e se fizeram intérpretes das complexas realidades do então chamado «Terceiro Mundo». Enriquecidos com a experiência própria de Pastores de Igrejas jovens e em vias de formação, apaixonados pela difusão do Reino de Deus, eles contribuíram de maneira relevante para se reafirmar a necessidade e a urgência da evangelização ad gentes e, consequentemente, colocar no centro da eclesiologia a natureza missionária da Igreja.

Eclesiologia missionária
Hoje uma tal visão não esmoreceu; antes, tem conhecido uma fecunda reflexão teológica e pastoral e, ao mesmo tempo, repropõe-se com renovada urgência, porque aumentou o número daqueles que ainda não conhecem Cristo. «Os homens, à espera de Cristo, constituem ainda um número imenso», afirmava o Beato João Paulo II na Encíclica Redemptoris missio sobre a validade permanente do mandato missionário; e acrescentava: «Não podemos ficar tranquilos, ao pensar nos milhões de irmãos e irmãs nossas, também eles redimidos pelo sangue de Cristo, que ignoram ainda o amor de Deus» (n. 86). Por minha vez, ao proclamar o Ano da Fé, escrevi que Cristo «hoje, como outrora, envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra» (Carta ap. Porta fidei, 7). E esta proclamação – como referia o Servo de Deus Paulo VI, na Exortação apostólica Evangelii nuntiandi – «não é para a Igreja uma contribuição facultativa: é um dever que lhe incumbe, por mandato do Senhor Jesus, a fim de que os homens possam acreditar e ser salvos. Sim, esta mensagem é necessária; ela é única e não poderia ser substituída» (n. 5). Por conseguinte, temos necessidade de reaver o mesmo ímpeto apostólico das primeiras comunidades cristãs, que, apesar de pequenas e indefesas, foram capazes, com o anúncio e o testemunho, de difundir o Evangelho por todo o mundo conhecido de então.

Por isso não surpreende que tanto o Concílio Vaticano II como o Magistério sucessivo da Igreja insistam, de modo especial, sobre o mandato missionário que Cristo confiou aos seus discípulos e que deve ser empenho de todo o Povo de Deus: Bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos, religiosas e leigos. O cuidado de anunciar o Evangelho em toda a terra compete, primariamente, aos Bispos enquanto responsáveis directos da evangelização no mundo, quer como membros do Colégio Episcopal, quer como Pastores das Igrejas particulares. Efectivamente, eles «foram consagrados não apenas para uma diocese, mas para a salvação de todo o mundo» (João Paulo II, Carta enc.Redemptoris missio, 63), sendo o Bispo «um pregador da fé, que conduz a Cristo novos discípulos» (Ad gentes, 20) e «torna presentes e como que palpáveis o espírito e o ardor missionário do Povo de Deus, de maneira que toda a diocese se torna missionária» (Ibid., 38).

A prioridade da evangelização
Assim, para um Pastor, o mandato de pregar o Evangelho não se esgota com a solicitude pela porção do Povo de Deus confiada aos seus cuidados pastorais, nem com o envio de qualquer sacerdote, leigo ou leiga fidei donum. O referido mandato deve envolver toda a actividade da Igreja particular, todos os seus sectores, em suma, todo o seu ser e operar: indicou-o claramente o Concílio Vaticano II, e o Magistério sucessivo reiterou-o com vigor. Isto exige que estilos de vida, planos pastorais e organização diocesana se adeqúem, constantemente, a esta dimensão fundamental de ser Igreja, sobretudo num mundo como o nosso em contínua transformação. E o mesmo vale para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e também para os Movimentos eclesiais: todos os elementos que compõem o grande mosaico da Igreja devem sentir-se fortemente interpelados pelo mandato de pregar o Evangelho para que Cristo seja anunciado em toda a parte. Nós, Pastores, com os religiosos, as religiosas e todos os fiéis em Cristo, devemos seguir as pegadas do apóstolo Paulo, o qual, «prisioneiro de Cristo pelos gentios» (Ef 3, 1), trabalhou, sofreu e lutou para fazer chegar o Evangelho ao meio dos gentios (cf. Col 1, 24-29), sem poupar energias, tempo e meios para dar a conhecer a Mensagem de Cristo.
Também hoje a missão ad gentes deve ser o horizonte constante e o paradigma de toda a actividade eclesial, porque a própria identidade da Igreja é constituída pela fé no Mistério de Deus, que se revelou em Cristo para nos dar a salvação, e pela missão de O testemunhar e anunciar ao mundo até ao seu regresso. Como São Paulo, devemos ser solícitos pelos que estão longe, por quantos ainda não conhecem Cristo nem experimentaram a paternidade de Deus, conscientes de que «a cooperação se alarga hoje para novas formas, não só no âmbito da ajuda económica mas também no da participação directa» na evangelização (João Paulo II, Carta enc. Redemptoris missio, 82). A celebração do Ano da Fé e do Sínodo dos Bispos sobre a nova evangelização serão ocasiões propícias para um relançamento da cooperação missionária, sobretudo nesta segunda dimensão.

Fé e anúncio
O anseio de anunciar Cristo impele-nos também a ler a história para nela vislumbrarmos os problemas, aspirações e esperanças da humanidade que Cristo deve sanar, purificar e colmatar com a sua presença. De facto, a sua Mensagem é sempre actual, penetra no próprio coração da história e é capaz de dar resposta às inquietações mais profundas de cada homem. Por isso a Igreja, em todos os seus componentes, deve estar ciente de que «os horizontes imensos da missão eclesial e a complexidade da situação presente requerem hoje modalidades renovadas para se poder comunicar eficazmente a Palavra de Deus» (Bento XVI, Exort. ap. pós-sinodal Verbum Domini, 97). Isto exige, antes de mais, uma renovada adesão de fé pessoal e comunitária ao Evangelho de Jesus Cristo, «num momento de profunda mudança como este que a humanidade está a viver» (Carta ap. Porta fidei, 8).
Com efeito, um dos obstáculos ao ímpeto da evangelização é a crise de fé, patente não apenas no mundo ocidental mas também em grande parte da humanidade, que no entanto tem fome e sede de Deus e deve ser convidada e guiada para o pão da vida e a água viva, como a Samaritana que vai ao poço de Jacob e fala com Cristo. Como narra o Evangelista João, o caso desta mulher é particularmente significativo (cf. Jo 4, 1-30): encontra Jesus, que começa por lhe pedir de beber mas depois fala-lhe duma água nova, capaz de apagar a sede para sempre. Inicialmente a mulher não entende, detém-se ao nível material, mas lentamente é guiada pelo Senhor fazendo um caminho de fé que a leva a reconhecê-Lo como o Messias. E a este propósito afirma Santo Agostinho: «Depois de ter acolhido no coração Cristo Senhor, que mais poderia fazer [aquela mulher] senão deixar ali o cântaro e correr a anunciar a boa nova?» (In Ioannis Ev.,15, 30). O encontro com Cristo como Pessoa viva que sacia a sede do coração só pode levar ao desejo de partilhar com os outros a alegria desta presença e de a dar a conhecer para que todos a possam experimentar. É preciso reavivar o entusiasmo da comunicação da fé, para se promover uma nova evangelização das comunidades e dos países de antiga tradição cristã que estão a perder a referência a Deus, e deste modo voltarem a descobrir a alegria de crer. A preocupação de evangelizar não deve jamais ficar à margem da actividade eclesial e da vida pessoal do cristão, mas há-de caracterizá-la intensamente, cientes de sermos destinatários e ao mesmo tempo missionários do Evangelho. O ponto central do anúncio permanece sempre o mesmo: o Kerigma de Cristo morto e ressuscitado pela salvação do mundo, o Kerigma do amor absoluto e total de Deus por cada homem e cada mulher, cujo ponto culminante se situa no envio do Filho eterno e unigénito, o Senhor Jesus, que não desdenhou assumir a pobreza da nossa natureza humana, amando-a e resgatando-a do pecado e da morte por meio da oferta de Si mesmo na cruz.
A fé em Deus, neste desígnio de amor realizado em Cristo é, antes de mais, um dom e um mistério que se há-de acolher no coração e na vida e pelo qual se deve agradecer sempre ao Senhor. Mas a fé é um dom que nos foi concedido para ser partilhado; é um talento recebido para que dê fruto; é uma luz que não deve ficar escondida, mas iluminar toda a casa. É o dom mais importante que recebemos na nossa vida e que não podemos guardar para nós mesmos.

O anúncio faz-se caridade
«Ai de mim, se eu não evangelizar!»: dizia o apóstolo Paulo (1 Cor 9, 16). Esta frase ressoa, com força, aos ouvidos de cada cristão e de cada comunidade cristã em todos os Continentes. Mesmo nas Igrejas dos territórios de missão, Igrejas em grande parte jovens e frequentemente de recente fundação, já se tornou uma dimensão conatural a missionariedade, apesar de elas mesmas precisarem ainda de missionários. Muitos sacerdotes, religiosos e religiosas, de todas as partes do mundo, numerosos leigos e até mesmo famílias inteiras deixam os seus próprios países, as suas comunidades locais e vão para outras Igrejas testemunhar e anunciar o Nome de Cristo, no qual encontra a salvação a humanidade. Trata-se duma expressão de profunda comunhão, partilha e caridade entre as Igrejas, para que cada homem possa ouvir, pela primeira vez ou de novo, o anúncio que cura e aproximar-se dos Sacramentos, fonte da verdadeira vida.

Associadas com este sinal sublime da fé que se transforma em caridade, estão as Pontifícias Obras Missionárias, instrumento ao serviço da cooperação na missão universal da Igreja no mundo, que recordo e agradeço. Através da sua acção, o anúncio do Evangelho torna-se também intervenção a favor do próximo, justiça para com os mais pobres, possibilidade de instrução nas aldeias mais distantes, assistência médica em lugares remotos, emancipação da miséria, reabilitação de quem vive marginalizado, apoio ao desenvolvimento dos povos, superação das divisões étnicas, respeito pela vida em todas as suas fases.

Queridos irmãos e irmãs, invoco sobre a obra de evangelização ad gentes, e de modo particular sobre os seus obreiros, a efusão do Espírito Santo, para que a Graça de Deus a faça avançar mais decididamente na história do mundo. Apraz-me rezar assim com o Beato John Henry Newman: «Acompanhai, Senhor, os vossos missionários nas terras a evangelizar, colocai as palavras certas nos seus lábios, tornai frutuosa a sua fadiga». Que a Virgem Maria, Mãe da Igreja e Estrela da Evangelização, acompanhe todos os missionários do Evangelho.
Vaticano, 6 de Janeiro – Solenidade da Epifania do Senhor – de  2012.

BENEDICTUS PP. XVI

Outubro: Mês das Missões

Cartaz/Divulgação
Igreja em estado permanente de missão
Por Jefferson Souza, com P.O.M

MACAPÁ (BJS) -O mês de outubro é para a Igreja Católica em todo o mundo, o período no qual são intensificadas as iniciativas de informação, formação, animação e cooperação em prol da missão universal.  O objetivo é promover e despertar a consciência, a vida e as vocações missionárias. 

No Brasil, as Pontifícias Obras Missionárias (POM) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) através do Conselho Missionário Nacional (COMINA) promoverão mais uma edição da Campanha Missionária, que em 2012, apresenta o tema  “Brasil missionário, partilha tua fé” que quer motivar e valorizar as iniciativas e avanços na missão.

Durante a entrevista coletiva de lançamento oficial da Campanha na ultima quinta-feira, 27/09, o bispo de Ponta Grossa –PR e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial,  Dom Sérgio Braschi destacou o tema e explicou o significado do cartaz deste ano. “Trata-se do missionário que sai do Brasil e vai para o mundo levar a Boa Nova a todos os povos. Esse é o fundamento da nossa Igreja peregrina” sublinhou o prelado. De acordo com os organizadores a celebração de outubro é uma forma de destacar a missão da Igreja.

Em mensagem para o Dia Mundial das Missões, celebrado em 21 de outubro, o Papa Bento XVI destaca que “a ocorrência do cinquentenário do início do Concílio Vaticano II, a abertura do Ano da Fé e o Sínodo dos Bispos cujo tema é a nova evangelização concorrem para reafirmar a vontade da Igreja se empenhar, com maior coragem e ardor, na missio ad gentes, para que o Evangelho chegue até aos últimos confins da terra.

Nos dias 20 e 21 será realizada coleta mundial para o sustento de atividades de promoção humana e evangelização nos cinco continentes, sobretudo em países onde os cristãos são ainda uma minoria e as necessidades materiais são mais urgentes.