segunda-feira, 21 de junho de 2010

O que Ratzinger fez perante as denúncias

Mal-entendidos sobre Bento XVI e a crise dos abusos sexuais
As revelações de episódios de abusos sexuais por parte de sacerdotes na Igreja Católica estão atraindo uma atenção sem precedentes sobre o papel do Vaticano e, sobretudo, sobre as ações de Bento XVI. Em meio da cascata de reportagens, existe, contudo, o perigo de que os fatos possam ser obscurecidos pela intensidade das opiniões expressadas.

Um exemplo recente é a notícia da capa da revista Time de 7 de junho. Sobre uma foto do Papa com a cabeça virada, o título era: “Por que ser Papa significa nunca dizer perdão”. Uma rápida olhada à seção do website do Vaticano dedicada aos abusos sexuais revela, pelo contrário, que em repetidas ocasiões Bento XVI expressou seu pesar pelos abusos de crianças e adolescentes. De fato, o parágrafo 6 da carta do Papa aos católicos da Irlanda de 19 de março diz [às vítimas de abusos e suas famílias]: "Sofrestes tremendamente e por isto sinto profundo desgosto".

Para ajudar a esclarecer esses temas, Gregory Erlandson e Matthew Bunson acabaram de publicar um livro chamado: Pope Benedict XVI and the Sexual Abuse Crisis (O Papa Bento XVI e a Crise dos Abusos Sexuais) (Our Sunday Visitor). Os autores sabem bastante sobre o tema. Erlandson é o presidente e editor de Our Sunday Visitor Publishing Company e Bunson é o redator chefe do Catholic Almanac e também da revista Catholic Answers.

Começam por destacar que uma das lições dos escândalos de abusos sexuais é não ter medo da verdade. “Temos de enfrentar os fatos, mas também devemos examinar com equilíbrio e honestidade”, observa o prólogo.

As questões sobre o modo de atuar de Bento XVI surgiram com a publicação de reportagens sobre como foi tratado um sacerdote quando o futuro Papa era arcebispo de Munique. Houve outras acusações, sobre as decisões tomadas quando era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, sobre os casos de abusos nos Estados Unidos. Os media acusaram o pontífice de negligência, encobrimento e falta de preocupação com as vítimas dos abusos.

Bento XVI difamado

Os autores do livro colocaram estas afirmações como falsas, mas admitem que para a maior parte do público seria difícil chegar a pontos de vista que alcancem uma compreensão mais correta da situação. O resultado é que Bento XVI foi difamado, e também foi pouco abordada a atuação da Igreja Católica nos Estados Unidos. Durante os últimos anos a adoção de novas normas e procedimentos levou a drásticas mudanças na área dos abusos sexuais, esclarece o livro. Ainda assim, a maior parte da cobertura dos media apresenta a situação como se estas mudanças nunca tivessem ocorrido.

Em relação ao papel do pontífice quando presidia a Congregação para a Doutrina da Fé, os autores apresentam dois pontos importantes. Primeiro: antes de 2001, a responsabilidade de tratar os casos de abusos sexuais estava dividida entre várias secretarias vaticanas, e não foi até a publicação da carta apostólica de 18 de maio daquele ano que todos aqueles sacerdotes acusados de abuso fossem atribuídos à Congregação para a Doutrina da Fé. O então cardeal Joseph Ratzinger assumiu o controle destes casos, imprimiu uma mudança de atitude e teve uma maior noção da gravidade da situação e da necessidade de atuação muito mais dedicada.

Isso levou às palavras que escreveu para as meditações das Estações da Via Crucis da Sexta-Feira Santa de 2005, pouco antes da morte de João Paulo II. Na nona estação, clamava: “Quanta sujeira há na Igreja, e precisamente entre aqueles que, no sacerdócio, deveriam pertencer completamente a Ele!”.

Uma vez que a Congregação para a Doutrina da Fé se encarregou de tratar os casos de sacerdotes que tinham cometido abusos sexuais, ele atuou rapidamente para resolvê-los. Isso foi explicado em uma entrevista concedida por Dom Charles J. Scicluna ao jornal católico italiano Avvenire, em fevereiro deste ano. Cerca de 60% dos casos não chegaram ao devido julgamento por motivo da idade avançada dos acusados, mas foram submetidos a uma atuação disciplinar e afastados de qualquer ministério público. Em geral, em um grande número de casos foi permitido aos bispos locais que tomassem medidas disciplinares imediatas, de forma que não atrasassem o processo de andamento destas medidas antes de acontecer os julgamentos.

Algumas das reportagens dos meios de comunicação criticaram a lentidão ou falta de atuação de Roma ao tratar os sacerdotes culpados de abusos. Mas os autores do livro citam várias fontes que demonstram que os atrasos foram em grande parte de responsabilidade dos bispos locais norte-americanos, não de qualquer negligência do cardeal Ratzinger ou dos encarregados em seu departamento de tratar destes assuntos.

De fato, os autores do livro destacam que um dos fatores que agravou os problemas de abusos sexuais foi a falta de aplicação, por parte dos bispos, das leis e normas da Igreja sobre como deveriam se tratar estes casos. Não obstante, não se tratou só de uma falha dos bispos. Quando muitos destes abusos aconteceram, em ocasiões há várias décadas, os psiquiatras e outros membros da sociedade daquela época não compreenderam a intensidade do mal que estava por trás de tais atos.

Ainda que se obteve muito progresso, Erlandson e Bunson também levantaram algumas sugestões sobre medidas adicionais que possam ser adotadas pela Igreja. Primeiro, é necessário que continue de forma clara a assunção de responsabilidades que estabeleceu Bento XVI, e os infratores devem responder por seus atos. Segundo, o Vaticano deveria considerar a publicação de algumas normas mundiais, tanto para garantir que se informem as autoridades civis dos casos de abuso sexual como também para garantir que exista uma consistência ao lidar com casos de abusos. Terceiro, deve ser levada adiante a renovação espiritual do sacerdócio e da vida religiosa.

Papel decisivo

Erlandson e Bunsen concluem seu estudo afirmando que a crise dos absuso sexuais do clero, muito provavelmente defina o pontificado de Bento XVI. Isso não se deverá tanto à quantidade dos escândalos revelados, mas sim ao papel de liderança que tomou.

Antes de ser Papa, deu andamento às atuações decisivas para que a Congregação para a Doutrina da Fé lidasse com os sacerdotes que cometeram tais abusos. Uma vez eleito Papa, encontrou-se com diversas vítimas, repreendeu os sacerdotes culpados e desafiou os bispos. Também esteve na vanguarda das reformas de procedimentos que deram como resultado que a Igreja fosse capaz de responder mais rapidamente ao tratar de abusos sexuais. O livro cita o cardeal Sean O’Malley, de Boston, que afirmou, durante uma década, que o aliado mais forte que os bispos norte-americanos tinham em Roma ao tratar dos abusos sexuais foi o então cardeal Ratzinger.

Uma vez eleito, Bento XVI escolheu como sucessor na Congergação para Doutrina da Fé um norte-americano, cardeal William J. Levada, alguém que era muito consciente do alcance dos escândalos. Em suas mensagens sobre os abusos sexuais, o pontífice falou com transparência e força. Também é consciente da necessidade de uma renovação espiritual, que expressou claramente em sua carta aos católicos irlandeses, observa o livro.

Os autores admitem que, como muitos de sua geração, o atual Papa foi no princípio lento na hora de se dar conta da gravidade, mas mudou até o ponto de “se converter no defensor histórico da reforma e da renovação da Igreja, e ele compreende o significado do problema”.

Em outras palavras, Bento XVI não é um obstáculo para enfrentar com eficiência o problema dos abusos sexuais, mas uma parte vital da solução.

Por Pe. John Flynn, L. C.

Zenit.org

Discurso de Bento XVI aos Bispos do Regional Norte 2 da CNBB


Nos dias 12,13 e 14 de abril deste ano os bispos do Regional Norte 2 da CNBB realizaram a visita "Ad Limina" a Roma. A cada 05 anos os bispos realizam esta visita ao Santo Padre que é um mecanimo para que ele possa conhecer através dos seus pastores um pouco da realidade das Igrejas Particulares. O Regional Norte 2 corresponde aos Estados do Amapá e Pará (Província Eclesiástica de Belém do Pará) composta pelas:

Arquidiocese de Belém do Pará (Pará)

Prelazia de Óbidos
Prelazia do Xingu
Diocese de Santarém
Prelazia de Marajó
Prelazia de Itaituba
Diocese de Marabá
Diocese de Bragança do Pará
Diocese de Castanhal
Diocese de Abaetetuba
Prelazia de Cametá
Diocese de Ponta de Pedras
Diocese de Santíssima Conceição do Araguaia
Diocese de Macapá (Amapá)

Discurso de Bento XVI aos Bispos do Regional Norte 2 da CNBB

Amados Irmãos no Episcopado,

A vossa visita ad Limina tem lugar no clima de louvor e júbilo pascal que envolve a Igreja inteira, adornada com os fulgores da luz de Cristo Ressuscitado. Nele, a humanidade ultrapassou a morte e completou a última etapa do seu crescimento, penetrando nos Céus (cf. Ef 2, 6). Agora, Jesus pode livremente retornar sobre os seus passos e encontrar-Se como, quando e onde quiser com seus irmãos. Em seu nome, apraz-me acolher-vos, devotados pastores da Igreja de Deus peregrina no Regional Norte 2 do Brasil, com a saudação feita pelo Senhor quando se apresentou vivo aos Apóstolos e companheiros: "A paz esteja convosco" (Lc 24, 36).

A vossa presença aqui tem um sabor familiar, parecendo reproduzir o final da história dos discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 33-35): viestes narrar o que se passou no caminho feito com Jesus pelas vossas dioceses disseminadas na imensidão da região amazônica, com as suas paróquias e outras realidades que as compõe, bem como os movimentos e novas comunidades e as comunidades eclesiais de base em comunhão com o seu bispo (cf. Documento de Aparecida, 179). Nada poderia alegrar-me mais do que saber-vos em Cristo e com Cristo, como testemunham os relatórios diocesanos que me enviastes e que vos agradeço. Reconhecido estou, de modo particular, a Dom Jesus Maria, pelas palavras que acaba de me dirigir em vosso nome e do povo de Deus a vós confiado, sublinhando a sua fidelidade e adesão a Pedro. No regresso, assegurai-o da minha gratidão por tais sentimentos e da minha Bênção, acrescentando: "Realmente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão" (Lc 24, 34).

Nesta aparição, palavras - se as houve - diluíram-se na surpresa de ver o Mestre redivivo, cuja presença diz tudo: Estive morto, mas agora vivo e vós vivereis por Mim (cf. Ap 1,18). E, por estar vivo e ressuscitado, Cristo pode tornar-Se "pão vivo" (Jo 6, 51) para a humanidade. Por isso sinto que o centro e a fonte permanente do ministério petrino estão na Eucaristia, coração da vida cristã, fonte e ápice da missão evangelizadora da Igreja. Podeis, assim, compreender a preocupação do Sucessor de Pedro por tudo o que possa ofuscar o ponto mais original da fé católica: hoje, Jesus Cristo continua vivo e realmente presente na hóstia e no cálice consagrados.

Uma menor atenção que, por vezes, é prestada ao culto do Santíssimo Sacramento é indício e causa de escurecimento do sentido cristão do mistério, como sucede quando, na Santa Missa, já não aparece como proeminente e operante Jesus, mas uma comunidade atarefada com muitas coisas em vez de estar recolhida e deixar-se atrair para o Único necessário: o seu Senhor. Ora, a atitude primária e essencial do fiel cristão que participa na celebração litúrgica não é fazer, mas escutar, abrir-se, receber…
É óbvio que, neste caso, receber não significa ficar passivo ou desinteressar-se do que lá acontece, mas cooperar – porque tornados capazes de o fazer pela graça de Deus – segundo "a autêntica natureza da verdadeira Igreja, que é simultaneamente humana e divina, visível e dotada de elementos invisíveis, empenhada na ação e dada à contemplação, presente no mundo e, todavia, peregrina, mas de forma que o que nela é humano se deve ordenar e subordinar ao divino, o visível ao invisível, a ação à contemplação, e o presente à cidade futura que buscamos" (Const. Sacrosanctum Concilium, 2). Se, na liturgia, não emergisse a figura de Cristo, que está no seu princípio e está realmente presente para a tornar válida, já não teríamos a liturgia cristã, toda dependente do Senhor e toda sustentada por sua presença criadora.

Como estão distantes de tudo isto quantos, em nome da inculturação, decaem no sincretismo, introduzindo ritos tomados de outras religiões ou particularismos culturais na celebração da Santa Missa! (cf. Redemptionis Sacramentum, 79) O mistério eucarístico é um "dom demasiado grande – escrevia o meu venerável predecessor, o Papa João Paulo II – para suportar ambiguidades e reduções", particularmente quando, "despojado do seu valor sacrificial, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um encontro fraterno ao redor da mesa" (Enc. Ecclesia de Eucharistia, 10). Subjacente a várias das motivações aduzidas, está uma mentalidade incapaz de aceitar a possibilidade de uma real intervenção divina neste mundo em socorro do homem. Esse, porém, "descobre-se incapaz de repelir por si mesmo as arremetidas do inimigo: cada um sente-se como que preso com cadeias" (Const. Gaudium et spes, 13). A confissão de uma intervenção redentora de Deus para mudar esta situação de alienação e de pecado é vista, por quantos partilham a visão deísta, como integralista, e o mesmo juízo é feito a propósito de um sinal sacramental que torna presente o sacrifício redentor. Mais aceitável, a seus olhos, seria a celebração de um sinal que corresponda a um vago sentimento de comunidade.

Mas o culto não pode nascer da nossa fantasia; seria um grito na escuridão ou uma simples autoafirmação. A verdadeira liturgia supõe que Deus responda e nos mostre como podemos adorá-Lo. "A Igreja pode celebrar e adorar o mistério de Cristo presente na Eucaristia, precisamente porque o próprio Cristo Se deu primeiro a ela no sacrifício da Cruz" (Exort. ap. Sacramentum caritatis, 14). A Igreja vive dessa presença e tem como razão de ser e existir ampliar esta presença ao mundo inteiro.

"Fica conosco, Senhor!" (cf. Lc 24, 29): estão rezando os filhos e filhas do Brasil a caminho do XVI Congresso Eucarístico Nacional, daqui a um mês, em Brasília, que, deste modo, verá o jubileu áureo da sua fundação enriquecido com o "ouro" da eternidade presente no tempo: Jesus Eucaristia. Que Ele seja verdadeiramente o coração do Brasil, donde venha a força para todos homens e mulheres brasileiros se reconhecerem e ajudarem como irmãos, como membros do Cristo total. Quem quiser viver, tem onde viver, tem de que viver. Aproxime-se, creia, entre a fazer parte do Corpo de Cristo e será vivificado! Hoje e aqui, tudo isso desejo à esperançosa parcela deste Corpo que é o Regional Norte 2, ao conceder a cada um de vós, extensiva a quantos convosco colaboram e a todos os fiéis cristãos, a Bênção Apostólica.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

HOmenagem aos Dia dos Namorados

Especialmente pra minha Princesa, Simone Farias, meu grande amor!

Grecco: Namorando



Márcio Todeschini canta "Vou te amar"



Eliana Ribeiro canta "Você e eu"



Déia canta "Um amor assim"



Déia canta "Sem nada dizer"



Monykika, meu amor, Te Amo Muito !
Deus abençoe nosso namoro e nosso sonhos futuros!


domingo, 6 de junho de 2010

Estatudo do Nascituro: Depoimento da Deputada Fátima Pelaes



Convido os leitores a verem o seguinte vídeo, um depoimento da Deputada Fátima Pelaes (PMDB/AP), ocorrido durante a discussão do Estatudo do Nascituro - PL 478/07, em 19 de maio de 2010.
É desta forma que temos que lutar a favor da vida.
Não sou partidário da  Deputada  Fátima, mas sou cidadão e cristão. Devo levar em consideração a sua atitude em favor da vida. Ela teve a coragem de dizer SIM a Vida e da dignidade do ser humano. Devemos levar em cosideração que tipos de Políticos temos colocados no poder.
Aos idealizadores do Projeto e aos que votaram a favor desejo que o Senhor os abençoe!
Digamos não a legalização do Aborto no Brasil.
A Renovação Carismática Católica do Brasil continua arrecadando assinaturas contra a descriminalização desta barbare.
Acesse www.rccbrasil.org.br

sábado, 5 de junho de 2010

Ateai em nós o fogo!



Pregação Ministrada no Grupo de Oração Ágape 05/06/10
Renovação Carismática Católica do Amapá
Paróquia Jesus Bom Samaritano - Diocese de Macapá

Queremos Fogo no coração !

“Eu vim lançar fogo sobre à terra, e que tenho eu a desejar se ele já está aceso?” (Lc 12, 49)
Estas palavras de Nosso Senhor tornam-se intrigantes quando olhamos para nós mesmo e percebemos que muitas vezes em nossa vida e missão está faltando este “fogo”, o ardor ! Parando para refletir o que disse Jesus gostaria de questioná-lo: Como está o fogo teu coração, irmão? Você tem um coração inflamado, ardente? Ou Apagado, Frio? Se estiver frio, devemos ter uma certeza, o Senhor deseja mudar esta realidade, reavivar a chama do Fogo Santo em tua vida, e em especial, em tua missão. Lembre-se o que temos ouvido muito: “Onde há um carismático, há fogo de Pentecostes!”
Jesus disse: “ Eu vim lançar fogo !” de fato as Sagradas Escrituras se encarregam de nos confirmar isto. Jesus veio lançar sobre nós, a “terra”, um fogo Santo.  João Batista nos dirá em Lucas 3, 16-17 profetizando sobre este fogo que o Messias haveria de lançar:  “ Eu vos batizo na água, mas eis que vem outro mais poderoso do que eu, a quem não sou digno de desatar a correia das sandálias; ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Ele tem a pá na mão e limpará a sua eira, e recolherá o trigo ao seu celeiro, mas queimará as palhas num fogo inextinguível!” (grifo nosso). Que maravilhosa revelação, trata-se do fogo do Espírito Santo, o fogo Santo que inflama. Poderíamos até afirmar baseado nas palavras do batista que Jesus nos batizaria no fogo. Eis aqui uma ótima oportunidade de clamarmos: Senhor Jesus, batiza-me no fogo! Diz-nos ainda o ultimo dos profetas que o fogo é “inextinguível”, não se apaga. Portanto, da parte de Deus, por Jesus, vem a nós o fogo do Espírito, sua chama não se apagará.
Quando Deus se revelou a Moisés Ele se manifesta na forma de uma “Sarça Ardente” que não se consumia (Cf. Ex 3, 1-14). Portanto, as chamas eram o próprio Deus! O fogo é a energia transformadora, ou seja, é a presença transformadora de Deus em nossas vidas nos consumindo de nós mesmo e nos tornando mais a vontade do Senhor. Durante os 40 anos no Deserto o povo de Israel era conduzido por uma coluna de fogo que lhes iluminava o caminho durante a noite (Ex 13,21ss), na escuridão de nossa vida este fogo pode nos iluminar, mostrar-nos o caminho certo a seguir e em meio ao frio da escuridão a Sua presença irá aquecer os nossos corações.
De tal modo, na plenitude dos tempos, Jesus veio lançar este fogo sobre nossos corações, inflamar o fogo de Deus em nós: O Espírito Santo. Quando? Primeiro em Pentecostes. Ele é o cumprimento das promessas de Jesus, ao voltar ao Pai Ele envia o Espírito Santo ao qual deveríamos ser batizados. No Cenáculo os Discípulos são “batizados no Espírito Santo e no Fogo!”  Atos 2, 1-4 nos ensinará que “Chegando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído, como se soprasse um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. Apareceu-lhes então uma espécie de línguas de fogo, que se repartiram e repousaram sobre cada um deles. Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem !”(grifo nosso). As “ línguas de fogo” se repartiram sobre os amigos de Jesus no Cenáculo, sobre aqueles que creram e por isso perseveravam esperando que a promessa se cumprisse em suas vidas. Por este fogo, “todos ficaram cheios do Espírito Santo!”
Na Homilia de Pentecostes (23/05/10) o Santo Padre Bento XVI certificou queno Pentecostes, O Espírito Santo manifestou-se como fogo. A sua chama desceu sobre os discípulos reunidos, acendeu-se neles o novo ardor de Deus”. Da mesma forma hoje em nós que desejamos viver o batismo no Espírito Santo como fonte de missão devemos deixar que se acenda em nosso coração o “ardor de Deus”.
Novamente lembremos o que nos disse Jesus: “ O que tenho eu há desejar se ele já está aceso?”
Sim, o fogo do Espírito já arde em nosso coração, um dia foi aceso e inflamado pelas formas sacramentais do Batismo e da Confirmação (Crisma), e agora, através da efusão do Espírito Santo, essência de nossa Espiritualidade Carismática. Fogo que se distribui sobre nossos corações e grupos de oração com seus carismas fazendo que se cumpra em nossos dias o que disse o Papa: ascende-se em nós o ardor de Deus.
O Fogo do Espírito Transforma. Remetendo-me novamente as palavras do Papa na homilia de Pentecostes, “Não devemos ter medo de nos “queimar” , de deixar que Ele consuma as escórias de nossa humanidade, do pecado, da vaidade, da preguiça, do comodismo, das coisas do mundo, das mentiras, enfim, das “palhas e do joio” que se encontram junto ao trigo em nossos corações.  O fogo do Espírito transforma e purifica para uma vida de Santidade e graça, perseverança e fidelidade a Cristo, à Igreja.  É necessário acender o fogo! Deixai-vos inflamar pelo Espírito Santo! “Vale a pena deixar-se tocar pelo fogo do Espírito Santo...” (PP Bento XVII)
Mais do que nunca temos a necessidade de nos deixar tocar pelo fogo do Espírito Santo. Muitas vezes permitimos que outros ares soprem sobre nós e diminua a chama. Deixamos de “por lenha na fogueira” como costumamos dizer, no bom sentido é claro. Mas o Senhor nos exorta com as palavras de São Paulo: “ Por este motivo, eu te exorto a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. Pois Deus não nos deu espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e de sabedoria. Não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus. Deus nos salvou e chamou a santidade, não em atenção às nossas obras, mas em virtude do seu desígnio, da graça que desde a eternidade nos destinou Jesus.” (II Tim 1, 6-9).
Necessitamos reavivar esta chama em nossos corações, reavivar a chama do Amor de Deus, o Espírito Santo, para que tenhamos Sua Fortaleza para suportar os combates a serem ainda travados, Seu Amor que nos faz sentir tão grande graça de Deus em nós, Sua Sabedoria que os faz conhecê-lo e a Ele nos entregar. Este é o espírito que a chama nos faz viver.
Nestes tempos que a Renovação Carismática Católica é chamada a anunciar e a viver a Palavra de Deus com mais ardor profético vemos que só um coração inflamado pelo fogo do Espírito Santo não se envergonha do Evangelho, como nos antigos profetas das Sagradas Escrituras havia profecias em seus lábios e fogo no coração.  Sejamos testemunhas de Nosso Senhor Jesus Cristo, de Sua Palavra Salvífica, de Seu Fogo! Não podemos perder o foco, o fogo do Espírito Santo nos transformará e nos fará viver a Santidade. Vivendo-a, estaremos com Ele na “eternidade que nos destinou Jesus” onde há fogo e glória!
Jesus veio lançar este fogo! Se você  deseja ser incendiado pelo fogo do Espírito Santo clame: fogo, fogo, fogo ! Vem, vem, vem! “ Iluminados e confortados por estas palavras de vida, elevemos a nossa invocação: Vinde, Espírito Santo! Ateai em nós o fogo do vosso Amor!” (Bento XVI). Porque queremos Fogo no Coração!