quarta-feira, 25 de julho de 2012

Reflexôes Espirituais: Um menino, cinco pães e dois peixes

Por Dom Alberto Taveira Corrêa - Arcebispo Metropolitano de Belém

A Igreja reza pedindo que Deus redobre – “multiplique” – seu amor para conosco, para que, conduzidos por Ele, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam. A administração dos bens sempre foi um desafio para a humanidade, tanto que os sistemas econômicos, a partir de visões diferentes, se alternam ou se complementam, numa busca incansável das respostas adequadas às necessidades humanas. No Evangelho, Jesus se ocupa, em seus ensinamentos, parábolas ou milagres, do tema dos bens a serem cuidados pela humanidade.

O fato da multiplicação de pães e peixes, milagre realizado por Jesus e narrado pelos quatro evangelistas, é carregado de ensinamentos, fonte inesgotável para a vida cristã em todos os tempos. São João no-lo descreve com grande riqueza de detalhes (Jo 6,1-15), reportando no mesmo capítulo em que o descreve como um dos “sinais”, o discurso a respeito do Pão da Vida, no qual o Senhor confronta seus próprios discípulos com a escolha decisiva que também orientará a vida de todos os homens e mulheres que viessem a acolher a Boa Notícia do Evangelho, no correr dos séculos. De forma muito clara, abre ainda as mentes e os corações para o milagre cotidiano, com o qual o Senhor se faz presente na Eucaristia.

Dentre tantas riquezas da Multiplicação de Pães, podemos voltar os olhos para aquele menino que ofereceu a “contrapartida” para que o Senhor realizasse o milagre. As crianças nem eram contadas, tanto que o número de cinco mil homens pode ser multiplicado, pelas mulheres e crianças certamente presentes ao episódio da multiplicação. Jesus acolhe quem nem mesmo vale para a sociedade de seu tempo, recolhe o pouco que pode ser oferecido e multiplica. O cristianismo aprendeu desde cedo com o seu Senhor e Mestre a verdade da partilha, ponto de partida para a intervenção da graça, que efetivamente multiplica o que se pode oferecer, do menor ao maior, para chegar a todos, que podem entrar cada dia numa igreja, ter os olhos voltados para o altar e ali aprenderem a lição perene da multiplicação.

Muitas vezes cantamos “sabes, Senhor, o que temos é tão pouco para dar, mas este pouco nós queremos com os irmãos compartilhar”. As desculpas são muitas, pois um não possui nem mesmo moedas, outro não tem ideias, aquele não tem coragem e a muitos falta a criatividade ou a iniciativa. O apelo suscitado pelo Evangelho é a uma mudança que se pode chamar “cultural”. A cultura cristã tem a marca do “dar” e do “receber”, capacidade de oferecer o que se tem de melhor, mesmo que sejam os pães e os peixes do menino, as duas moedas da viúva pobre, o óleo perfumado da mulher pecadora ou a vida daqueles doze homens chamados por Jesus para começar tudo. Lições de Economia, Administração, Matemática! Voltemos à velha “tabuada”.

Tabuada de um! Para Deus vale o que você tem. Uma é a vida a ser oferecida. A chance que lhe é oferecida é irrepetível. Você pode gastá-la para ser feliz, olhando para Deus, que só sabe amar e oferecer-se neste amor infinito. Houve um homem, bem conhecido meu, aliás, meu pai, discreto e silencioso, tímido, mas do qual soubemos, após sua morte, ter dado bolsas de estudo a muitas pessoas pobres. O que fez com a mão direita, nem a esquerda soube, mas Deus fez aparecerem os testemunhos, quando já tinha sido chamado para junto dele.

Tabuada de dois! Olhe ao seu redor, pois é sempre possível compartilhar e ao mesmo tempo receber muito dos outros. Pertinho de você existem pessoas amigas, há ouvidos abertos para escutar e ao mesmo tempo gente que espera uma palavra que pode ser a sua. Comece no diálogo com a pessoa que se assenta ao seu lado num transporte coletivo, ou quem está perto numa das muitas filas a serem enfrentadas. Ofereça escuta, gestos, atenção, bens materiais. Saiba receber com humildade e simplicidade. E vale a pena lembrar que bastam dois reunidos em nome de Jesus, que se amem mutuamente, para que Ele esteja presente.

Tabuada de cinco! Os dons de Deus são irrevogáveis e infinitamente desproporcionais às nossas capacidades e eventualmente pequenas ofertas. Basta verificar a quantidade de obras sociais nascidas do Evangelho no coração da Igreja, para ver o quanto os meios pobres, mas bem administrados, são orvalhados pela graça. Quantos são os filhos sem nome ou sem genitores conhecidos que foram acolhidos. E a presença no campo da educação! Escute o que têm a dizer as muitas iniciativas de caridade. Conheça o que faz a Cáritas Arquidiocesana de Belém, abra seus olhos para ver que nossa pobreza se faz riqueza, para que o que tem muito não tenha sobra e o que tem pouco não tenha falta. Onde houver um cristão de verdade, esteja presente o milagre da multiplicação! Um, dois, cinco, mil. Uma contabilidade nova! As contas de Deus serão sempre maiores, porque são do tamanho da eternidade.

Paróquias do Brasil viram alvo de golpistas

Por CNBB

O Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (CERIS), órgão vinculado à CNBB e responsável pelo Anuário Católico do Brasil, divulgou nota conjunta com a empresa Promocat Marketing Integrado sobre a cobrança indevida de serviços junto a paróquias de todo o país. A empresa, que é a única autorizada a realizar o Censo Anual da Igreja Católica do Brasil, esclarece que não está executando cobrança em cartório de nenhuma paróquia ou outra entidade da Igreja no Brasil.
“Assim como ocorreu em outra ocasião, empresas não autorizadas que se passam por cartório de títulos e protestos, estão ligando para as paróquias, dioceses e casas religiosas que constam no Anuário Católico dizendo que as mesmas estão em débito com o CERIS por terem adquirido o Anuário, e que tais débitos se não pagos imediatamente, serão protestados. Esta ação criminosa trata-se de golpe aplicado por empresas e pessoas más intencionadas com o único objetivo de ludibriar as pessoas relacionadas no Anuário”.
A seguir, a íntegra da nota publicada pelas entidades.
NOTA DO CERIS E DA PROMOCAT SOBRE COBRANÇA INDEVIDA DO ANUÁRIO CATÓLICO
O CERIS – Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais, órgão oficial da Igreja responsável pelo Anuário Católico do Brasil e a Promocat Marketing Integrado, única empresa autorizada pelo CERIS e pela CNBB para a realização do Censo Anual da Igreja Católica do Brasil e para a publicação do Anuário, vem esclarecer que não estão executando cobrança em cartório de nenhuma paróquia ou outra entidade da Igreja no Brasil.
Assim como ocorreu em outra ocasião, empresas não autorizadas que se passam por cartório de títulos e protestos, estão ligando para as paróquias, dioceses e casas religiosas que constam no Anuário Católico dizendo que as mesmas estão em débito com o CERIS por terem adquirido o Anuário, e que tais débitos se não pagos imediatamente, serão protestados. Esta ação criminosa trata-se de golpe aplicado por empresas e pessoas más intencionadas com o único objetivo de ludibriar as pessoas relacionadas no Anuário.
O CERIS e a Promocat esclarecem ainda que não cobram, em hipótese alguma, pela publicação dos dados oficiais da Igreja publicados no Anuário. Tal publicação é gratuita e tem como base o Censo Oficial da Igreja no Brasil. Somente a venda do livro impresso - “Anuário Católico” - é cobrado de quem o adquire.
Nesse sentido, reafirmamos que selamos o compromisso de seriedade e o zelo para com o Censo da Igreja, além de confirmar que não existem protestos de nenhuma razão relacionados ao Anuário Católico do Brasil e não há empresas autorizadas a falar em nome do CERIS ou da Promocat. Aproveitamos para pedir que divulguem essa nota para evitar que pessoas de bem, caiam no golpe que estão tentando aplicar.
Desse modo, quando alguém ligar em sua paróquia, comunidade ou diocese, imediatamente desligue o telefone, e entre em contato conosco.
Na unidade da Igreja,
CERIS / Promocat

Mensagem para o Dia Mundial do Turismo: tutelar ambiente e recursos energéticos

Por Rádio Vaticano
 
Celebra-se, em 27 de setembro próximo, o Dia Mundial do Turismo, cuja edição deste ano tem como tema "Turismo e sustentabilidade energética: propulsores de desenvolvimento sustentável". Para a ocasião, o Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes publicou nesta terça-feira uma mensagem assinada pelo presidente e pelo secretário do dicastério, respectivamente, Cardeal Antonio Maria Vegliò e Dom Joseph Kalathiparambil.

Promovida pela Organização Mundial do Turismo, a Santa Sé aderiu à iniciativa desde a sua primeira edição, em 1979, considerando-a uma oportunidade para dialogar com o mundo civil, oferecendo a sua concreta contribuição baseada no Evangelho, e vendo-a também como uma ocasião para sensibilizar toda a Igreja sobre a importância que o turismo tem em nível econômico e social e, particularmente, no contexto da nova evangelização.

A mensagem reflete sobre o tema deste ano que está em consonância – se afirma – com o presente "Ano internacional da energia sustentável para todos", promulgado pela ONU com o objetivo de evidenciar "a necessidade, para assegurar um desenvolvimento sustentável, de melhorar o acesso aos serviços energéticos e a fontes de energias confiáveis, de custo razoável, economicamente válidos, socialmente aceitáveis e ecologicamente racionais".

O turismo, atividade humana em aumento exponencial, deve também ele levar em consideração o impacto ambiental, devido ao consumo desmedido de recursos energéticos, ao aumento da poluição e do lixo.

Por isso – afirma a mensagem –, o turismo tem um papel fundamental para se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, e a sustentabilidade ambiental é um desses objetivos.

No mundo – lê-se ainda no documento – não "existe uma quantidade ilimitada de energia e de recursos a serem utilizados": não é possível que "a sua regeneração se dê no imediato ou que os efeitos negativos das manipulações da ordem natural possam ser facilmente eliminados".

À luz dessas finalidades, o Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes deseja oferecer a sua contribuição partindo da convicção de que "a Igreja – como afirma Bento XVI na encíclica Caritas in veritate – tem uma responsabilidade pela criação e também em público deve fazer valer essa responsabilidade".

O desenvolvimento – se ressalta – não pode reduzir-se a simples parâmetros técnicos, políticos ou econômicos, mas deve ser acompanhado de algumas orientações éticas adequadas, que ressaltam o fato que todo crescimento deve estar sempre a serviço do ser humano e do bem comum.

Em seguida, a mensagem recorda as palavras do Papa endereçadas ao VII Congresso Mundial de Pastoral do Turismo, celebrado em abril passado em Cancún, no México, que ressaltam a importância de "iluminar esse fenômeno com a doutrina social da Igreja, promovendo uma cultura do turismo ético e responsável, de modo que consiga ser respeitoso da dignidade das pessoas e dos povos, acessível a todos, justo, sustentável e ecológico".

Citando a referida encíclica de Bento XVI, a mensagem afirma que tudo isso pode ser obtido com "uma efetiva mudança de mentalidade que nos induza a adotar novos estilos de vida"; uma conversão da mente e do coração, que "deve permitir alcançar rapidamente uma arte de viver juntos, que respeite a aliança entre o homem e a natureza".

Muitas vezes, o ser propenso a uma sociedade consumista e hedonista, acaba por ser indiferente aos danos que derivam de tais atitudes.

Diante dessa realidade, a tutela do ambiente constitui um desafio para toda a humanidade, um verdadeiro dever de respeitar um bem comum.

A mensagem se conclui com as palavras endereçadas por Bento XVI ao referido Congresso de Cancún:

"A nova evangelização, à qual todos somos chamados, nos pede que utilizemos as numerosas ocasiões – que o fenômeno do turismo nos oferece – para apresentar Cristo como resposta suprema às interrogações do homem de hoje."

I Congresso Internacional sobre a Nova Evangelização


Polônia sediará evento inspirada no Beato João Paulo II
Por Rádio Vaticano

Vai se realizar no próximo sábado, dia 28, na cidadezinha polonesa de Kostrzyn, o I Congresso Internacional sobre a Nova Evangelização, do qual participarão, dentre outros, o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fisichella; o presidente da Conferência Episcopal Polonesa, Dom Jozef Michalik; e o arcebispo de Varsóvia, Cardeal Kazimierz Nycz.


Cerca de mil e duzentos membros de várias associações e movimentos engajados no campo da evangelização participarão do encontro. Segundo a agência Sir, nos numerosos debates se fará uma avaliação sobre os diversos âmbitos da obra evangelizadora e sobre a situação atual da Igreja polonesa, inclusive do ponto de vista sociológico.

O Congresso de Kostrzyn se anuncia como um grande evento de uma série de iniciativas. Nesse sentido, revestem-se de particular significado as peregrinações do verão europeu feitas por grupos de fiéis que visitam o Santuário mariano de Czestochowa.

"Queremos, desse modo, responder ao apelo de João Paulo II, que nos convidou a participar da obra da nova evangelização", disse o arcebispo de Cracóvia, Cardeal Stanislaw Dziwisz, anunciando a peregrinação de mais de dez mil habitantes de Cracóvia ao famoso santuário mariano.
"Através da fé, os homens e as mulheres de todas as idades, cujo nome está inscrito no livro da vida, declararam que é belo seguir o Senhor Jesus onde somos chamados a dar testemunho cristão."