quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Queremos um Novo Pentecostes - Parte II


Oração Do Veni Creator Spiritus - Canto Gregoriano Tradicional em Latim


Vinde, Espírito Criador,
visitai as almas dos Vossos,
enchei de graça celestial,
os corações que criastes.


Sois o Divino Consolador,
o dom do Deus Altíssimo,
fonte viva, o fogo, a caridade,
a unção dos espirituais.


Com os Vossos sete dons,
sois o dedo da direita de Deus,
Solene promessa do Pai,
Inspirando nossas palavras.


Acendei a luz nos sentidos;
insuflai o amor nos corações,
amparai na constante virtude
a nossa carne enfraquecida.


Afastai para longe o inimigo,
Trazei-nos prontamente a paz;
Assim guiados por Vós
Evitaremos todo o mal.

Por Vós explicar-se-á o Pai,
E conheceremos o Filho;
Dai-nos crer sempre em Vós
Espírito do Pai e do Filho.

Glória ao Pai, Senhor,
Ao Filho que ressuscitou
Assim como ao Consolador.
Por todos os séculos. Amém.


V/ Enviai, Senhor, o vosso espírito e tudo será criado.
R/ E renovareis a face da terra.


Ó Deus, que ilustrastes os corações dos fiéis com as luzes do Espírito Santo, dai-nos, pelo mesmo Espírito, procurar o que é reto, e nos alegrarmos sempre com a sua consolação. Por Jesus Cristo Nosso Senhor. Amém.





Após o início das correspondências com a Irmã Elena Guerra, o Papa Leão XIII publicou a Constituição Apostólica Provida Matris Caritates onde pede que toda a Igreja celebre, entre as festas da Ascenção e de Pentecostes, uma solene novena ao Espírito Santo. Em 09 de maio de 1897, o Papa publica a Enciclíca Divinum Illud Munus, “sobre a presença e a virtude admirável do Espírito Santo”, uma espécie de preparação para o Século vindouro. No dia 1º de janeiro de 1901, primeiro dia do primeiro ano do Século XX, Leão XIII invocou e consagrou o Século ao Espírito Santo cantando pessoalmente o “Veni, Creator Spíritus”
No mesmo dia em que o Papa Leão XIII consagra o século XX ao Espírito Santo, na cidade de Topeka, Kansas, USA, na pequena igreja do Rev. Charles F. Parham, com raizes na Igreja Metodista, em sua escola bíblica, após sete dias de oração e estudo sobre o batismo no Santo, Agnes Ozman, recebe o Batismo no Espírito e começa a orar em línguas.
Hoje muitos dos organismos pentecostais mais tradicionais atribuem a Oração de Leão XIII uma abertura da humanidade a “renovação espiritual” acontecida durante o Seculo passado. Para nós Católicos, o primeiro passo para os acontecimentos eclesiais impelidos pelo Espírito Santo para a renovação da Igreja.


Trecho de Divinum Illud Munus


Fomente-se o conhecimento e amor do Espírito Santo 


13. Seguramente farão isto muito bem e perfeitamente os homens cristãos se cada dia se empenharem mais em conhecê-lo, amá-lo e lhe suplicar; a esse fim tem esta exortação dirigida aos mesmos, tal como surge espontânea de nosso paternal ânimo. 

Acaso não faltem em nossos dias alguns que, ao serem interrogados como em outro tempo foram alguns por São Paulo "se haviam recebido o Espírito Santo", responderiam por sua vez: "Não, nem sequer ouvimos dizer que há um Espírito Santo!" (50). Que se a tanto não chega a ignorância, em uma grande parte deles é muito escasso seu conhecimento sobre Ele; talvez até com freqüência tem seu nome nos lábios, enquanto sua fé está cheia de crassas trevas. Recordem, pois, os pregadores e párocos que lhes pertencem ensinar com diligência e claramente ao povo a doutrina católica sobre o Espírito Santo, mas evitando as questões árduas e sutis e fugindo da néscia curiosidade que presume indagar os segredos todos de Deus. Cuidem recordar e explicar claramente os muitos e grandes benefícios que do Divino Doador nos vêm constantemente, de forma que sobre coisas tão altas desapareça o erro e a ignorância, impróprios dos filhos da luz. Insistimos nisto não só por tratar-se de um mistério, que diretamente nos prepara para a vida eterna e que, por isso, é necessário crer firme e expressamente, mas também porque, quanto mais clara e plenamente se conhece o bem, mais intensamente se quer e se ama. Isto é o que agora queremos lhes recomendar: Devemos amar o Espírito Santo, porque é Deus: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças" (51). E há de ser amado, porque é o Amor substancial eterno e primeiro, e não há coisa mais amável que o amor; e depois tanto mais lhe devemos amar quanto que nos tenha enchido de imensos benefícios que, se atestam a benevolência do doador, exigem a gratidão da alma que os recebe. Amor este que tem uma dupla utilidade, certamente não pequena. Primeiramente nos obriga a ter nesta vida um conhecimento cada dia mais claro do Espírito Santo: O que ama, diz Santo Tomás, não se contenta com um conhecimento superficial do amado, mas se esforça por conhecer uma das coisas que lhe pertencem intrinsecamente, e assim entra em seu interior, como do Espírito Santo, que é amor de Deus, se diz que examina até o profundo de Deus (52). Em segundo lugar, que será maior ainda a abundância de seus dons celestiais, pois como a frieza faz fechar a mão do doador, o agradecimento a faz alargar-se. E cuide-se bem de que dito amor não se limite a áridas disquisições ou a externos atos religiosos; porque deve ser operante, fugindo do pecado, que é especial ofensa contra o Espírito Santo. Quanto somos e temos, tudo é dom da divina bondade que corresponde como própria ao Espírito Santo; sem dúvida o pecador o ofende ao mesmo tempo que recebe seus benefícios, e abusa de seus dons para ofender-lhe, ao mesmo tempo que, porque é bom, se levanta contra Ele multiplicando incessantemente suas culpas.