quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Nova descoberta dá credibilidade à lenda de Sansão


Foto: Shutterstock-Renata Sedmakova
Por Rossela Lorenzi - Portal UOL
Uma pequena pedra encontrada em Israel pode ser a primeira evidência arqueológica da história de Sansão, o fortão mais famoso da Bíblia.
Com menos de uma polegada de diâmetro, a gravura esculpida mostra um homem com cabelos longos lutando contra um grande animal com rabo de felino.
A pedra foi encontrada em Tell Beit Shemesh, nos montes hebreus próximos a Jerusalém, e data aproximadamente do século XI antes de Cristo.
Biblicamente falando, nesta época, os judeus eram conduzidos por líderes conhecidos como Juízes, e Sansão era um deles.
A pedra foi encontrada em um local próximo ao rio Sorek (que marcava a antiga fronteira entre o território dos israelitas e o dos filisteus), o que sugere que a gravura poderia representar a figura bíblica.
Sansão, um personagem do Antigo Testamento que se tornou lenda, tinha uma força sobrenatural dada por Deus para vencer os inimigos.
A força, que Sansão descobriu ao encontrar um leão e matá-lo com as próprias mãos, vinha de seu cabelo.
Sansão, que matou mil filisteus armado apenas com uma mandíbula de asno, foi seduzido por Dalila, uma filisteia que vivia no vale de Sorek. Ela cortou os longos cabelos de Sansão, o que fez com que ele perdesse a força e fosse aprisionado pelos filisteus, que o cegaram e o obrigaram atrabalhar moendo grãos em Gaza.
De acordo com o Livro dos Juízes, Sansão retomou sua força e derrubou o templo de Dagon sobre ele mesmo e muitos filisteus, “assim foram mais os que matou ao morrer, do que os que matara em vida”.
Apesar da evidência circunstancial, os diretores da escavação, Shlomo Bunimovitz e Zvi Lederman, da Universidade de Tel Aviv, não afirmam que a imagem da gravura represente o Sansão bíblico. É mais provável que a gravura conte a história de um herói que lutou contra um leão.
“A relação entre a gravura e o texto bíblico foi feita por acaso”, anunciou o jornal israelense Haaretz.
Os arqueólogos também encontraram um grande número de ossos de porco próximo a Sorek, mas só no território filisteu. No território israelita, não acharam quase nenhum, o que sugere que os israelitas teriam optado por não comer carne de porco para diferenciarem-se dos filisteus.
“Esses detalhes dão um ar lendário ao processo social, no qual dois grupos hostis delimitaram suas diferentes identidades, assim como acontece em muitas fronteiras, hoje em dia”, disse Bunimovitz a Haaretz.

CNBB divulga mensagem aos Diáconos Permanentes do Brasil

10 de agosto "dia do diácono", na festa de São Lourenço
Por CNBB 

Na próxima sexta-feira, 10, a Igreja recorda o "dia do diácono", na festa de São Lourenço, diácono, mártir e patrono dos diáconos. Para destacar a importante data, o Presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, Dom Pedro Brito Guimarães, enviou nesta terça-feira, 7, uma mensagem para saudar a todos os que exercem o diaconato permanente no Brasil.

Na mensagem, Dom Pedro destaca que a "diaconia da Igreja decorre da sua íntima união à missão do próprio Cristo", que se coloca na condição de Servo. Portanto, afirma o bispo, "quem aceita seguir Jesus, como seu discípulo, assume a condição de servo, com a vocação de servir”

Mensagem aos Diáconos Permanentes do Brasil

Amados irmãos diáconos,
Tenho Sede!

A diaconia da Igreja decorre da sua íntima união à missão do próprio Cristo, que disse de si mesmo: "Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos" (Mc 10,45). Jesus definiu a sua missão como um serviço que, no fundo, era a realização da vontade do Pai e do seu desígnio de salvação. É assim que Ele se apresenta como Servo que deseja ser reconhecido, seguido e imitado: "eu estou no meio de vós como aquele que serve" (Lc 22,27); "Dei-vos o exemplo para que vós possais agir como Eu agi em relação a vós" (Jo 13,15). A atitude do servo supõe a obediência. Servir é obedecer e pôr a vida a serviço da vontade e do projeto do Pai que O enviou. "É preciso que o mundo saiba que eu amo o Pai e faço como o Pai me mandou" (Jo 14,31). Portanto, quem aceita seguir Jesus, como seu discípulo, assume a condição de servo, com a vocação de servir.

A diaconia na Igreja católica tem a sua origem na diaconia de Jesus. O diaconato é sacramento da caridade aos pobres e excluídos. Vocês, caros diáconos, “são ordenados para o serviço da Palavra, da caridade e da liturgia, especialmente para os sacramentos do batismo e do matrimônio; também para acompanhar a formação de novas comunidades eclesiais, especialmente nas fronteiras geográficas e culturais, onde ordinariamente não chega a ação evangelizadora da Igreja” (DAp 205). Isto quer dizer que vocês, diáconos, não são ordenados para vocês mesmos, nem para se colocar acima dos demais leigos, nem para desempenhar funções diferentes da dos presbíteros e dos bispos, mas para a missão, além do mundo que nos rodeia, para além das fronteiras da fé. Pelo testemunho de vida doada à missão, incorporados a Jesus Cristo, servo e servidor, vocês, por meio do sacramento da ordem, devem revelar a dimensão especial da diaconia do ministério ordenado, ajudando a construir um mundo mais de acordo com o projeto de Deus.

O Concílio Vaticano II, no texto da restauração do diaconado, lembra: “dedicados aos ofícios da caridade e da administração, lembrem-se os diáconos do conselho do bem-aventurado Policarpo: ‘Misericordiosos e diligentes, procedam em harmonia com a verdade do Senhor, que se fez servidor de todos’” (LG 29).

Por causa da dupla sacramentalidade, é de particular importância para vocês, diáconos, chamados a serem homens de comunhão e de serviço, a capacidade de inter-relações com todos. Vocês são diáconos na família, na Igreja, na sociedade e nos locais de convivência e de trabalho. Isto exige que vocês sejam, a exemplo de Abraão, obedientes, acolhedores, diligentes, caridosos (Gn 22,1ss;18,1ss), afáveis, hospitaleiros, sinceros nas palavras e no coração, prudentes e discretos, generosos e disponíveis no serviço, capazes de se oferecer pessoalmente e de suscitar, em todos, relações genuínas e fraternas, prontos a compreender, perdoar e consolar.

Os elementos que mais caracterizam a espiritualidade diaconal são a opção pelo serviço, missão e partilha de vida, a exemplo do amor de Jesus Cristo, que não veio para ser servido, mas para servir. Vocês, diáconos, devem, por isso, ser formados para adquirir, cotidiana e progressivamente as atitudes, que, embora não sejam exclusivamente do diácono, são sinais deste ministério: a simplicidade de coração, o dom total e desinteressado de si, o amor humilde e serviço aos irmãos, sobretudo aos mais pobres, sofredores e necessitados, e a escolha de um estilo de vida baseada na partilha, na pobreza e na missão.

O ministério que vocês recebem tem como missão ajudar a abrir os olhos da Igreja e da sociedade para enxergar a realidade dos pobres, excluídos, marginalizados, desamparados. Ao mesmo tempo suscitar ações, não apenas momentâneas e circunstanciais, mas permanentes, que conduzam à recuperação completa do bem estar e da cidadania cristã dos assaltados pelo capitalismo desumano. O diácono é construtor da solidariedade, na medida em que, pelo seu ministério da caridade, anima e suscita a solidariedade e o serviço em toda a Igreja.

Por ocasião da festa do mártir São Lourenço, patrono dos diáconos, celebrada no dia 10 de agosto, manifestamos nossa cordial saudação a todos vocês, diáconos permanentes do Brasil, com suas famílias - esposas, filhos e filhas -, bem como aos candidatos das Escolas Diaconais, às Diaconias e à Comissão Nacional dos Diáconos. Lembrando, por fim, o que diz o Documento de Aparecida: “A V Conferência espera dos diáconos um testemunho evangélico e impulso missionário para que sejam apóstolos em suas famílias, em seus trabalhos, em suas comunidades e nas novas fronteiras da missão” (DAp 208).

Esperamos que as Diretrizes para o Diaconado Permanente da Igreja no Brasil passem a ser o manual de instrução, a fim de que o diaconado seja implantado em todas as dioceses do Brasil.

Que Maria, serva e mãe do Belo Amor, que guardou e meditou radicalmente a Palavra de Deus em seu coração, sirva de modelo para o serviço que vocês exercem na Igreja e na sociedade.

“Amo a todos vocês no Cristo Jesus” (1Cor 16,24).

Com minha bênção,

Dom Pedro Brito Guimarães,
Arcebispo de Palmas e Presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada

Brasília-DF, 7 de agosto de 2012
 

"A oração abre a porta da nossa vida a Deus"

Bento XVI recorda São Domingos como exemplo de homem de oração
Por Radio Vaticano
O Papa Bento XVI encontrou-se na manhã desta quarta-feira com fiéis e peregrinos provenientes de todas as partes do mundo para a habitual Audiência Geral. Na Praça da Liberdade, que fica diante da residência de Castel Gandolfo, onde o Pontífice se encontra neste período de verão europeu, o Papa dedicou sua catequese a São Domingos de Gusmão, que a Igreja recorda hoje, 8 de agosto. São Domingos de Gusmão, sacerdote e Fundador da Ordem dos Frades Pregadores – disse – nos recorda “que na base de todo testemunho está a oração, pois em relação constante com o Senhor se recebe a força para viver intensamente cada momento, e enfrentar até mesmo as maiores dificuldades”.

Bento XVI recordou inicialmente que numa precedente Catequese, tinha já recordado essa importante figura e a sua fundamental contribuição para a renovação da Igreja do seu tempo. Na Catequese de hoje o Papa quiz destacar um aspecto essencial da sua espiritualidade: a sua vida de oração.

“São Domingos foi um homem de oração. Apaixonado por Deus, não teve outra aspiração além da salvação das almas, em particular daquelas que caíram nas redes da heresia; imitador de Cristo, encarnou radicalmente os três conselhos evangélicos unindo à proclamação da Palavra um testemunho de vida pobre; sob a guia do Espírito Santo, progrediu no caminho da perfeição cristã. Em cada momento, a oração foi a força que renovou e tornou cada vez mais fecundas as suas obras apostólicas”.
Em seguida o Papa afirmou que em São Domingos podemos ver um harmonioso exemplo de integração entre contemplação dos mistérios divinos e atividade apostólica. Segundo testemunhos de pessoas a ele muito próximas, “ele falava sempre com Deus ou de Deus”. Apesar de não ter deixado escritos sobre a oração, a tradição dominicana recolheu e repassou a sua experiência de vida numa obra intitulada: “As nove maneiras de rezar de São Domingos”, composta entre 1260 e 1288 por um Frade dominicano.

Cada uma dessas nove maneiras de rezar – disse Bento XVI -, sempre diante de Jesus Crucificado, exprime um comportamento corporal e espiritual que, intimamente compenetrados, favorecem o recolhimento e o fervor. Os primeiros sete modos seguem uma linha ascendente, como passos de um caminho em direção da comunhão íntima com Deus Trindade. Os dois últimos modos correspondem a duas práticas de piedade habitualmente vividas pelo Santo.

“Antes de tudo, a meditação pessoal, onde a oração adquire uma dimensão mais íntima, fervorosa e reconfortante. Na conclusão da Oração da Liturgia das Horas, e depois da celebração da Missa, São Domingos prolongava o colóquio com Deus, sem jamais pôr-se limite de tempo... Depois a oração durante as viagens entre um convento e outro; recitava as Laudes, a Hora Média, as Vésperas com os companheiros e, atravessando os vales ou colinas, contemplava a beleza da criação. Então do seu coração brotava um canto de louvor e de agradecimento a Deus pelos tantos dons, sobretudo pela maior maravilha: a redenção realizada por Cristo”.
Bento XVI disse ainda que São Domingos nos recorda que na origem do testemunho de fé, que cada cristão deve dar em família, no trabalho, no compromisso social, e também nos momentos de distensão, está a oração; somente o relacionamento constante com Deus nos dá a força para vivermos intensamente cada evento, especialmente os mais difíceis.

“Gostaria de chamar a atenção mais uma vez para a necessidade que a nossa vida espiritual tem de encontrar diariamente momentos para rezar com tranquilidade; será um modo também para ajudar quem está próximo a entrar no raio luminoso da presença de Deus, que traz a paz e o amor que todos nós precisamos".
O Santo Padre dirigiu ainda seu pensamento e agradecimento aos diversos grupos de peregrinos presentes nesta manhã em Castel Gandolfo nas suas respectivas línguas. Eis o que disse, falando em português:

“Com paterno afeto, saúdo os peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente os fiéis da paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Évora. Agradeço a presença e sobretudo a oração que fazeis por mim. Hoje a Igreja recorda São Domingos, de quem se diz que sempre falava de Deus ou com Deus. A oração abre a porta da nossa vida a Deus; e nela Deus ensina-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro dos outros, envolvendo a todos na luminosa presença de Deus que nos habita. Sede para vossos familiares e amigos a Bênção de Deus!”