segunda-feira, 24 de outubro de 2011

RCC Amapá promove encontro de formação

Aconteceu neste fim de semana,22 e 23, o Encontro para líderes e servos da Renovação Carismática Católica do Amapá. Reunida no Espaço Dalton Martins a liderança do Estado participou da formação que teve como tema "Que todos sejam um" do módulo de Formação de Coordenadores do Ministério de Formação da RCCBrasil. O Encontro também contou como formador o Presidente do Conselho Estadual da RCC do Estado do Piauí, Carlos Cesar, enviado para representar o Conselho Nacional no processo de eleição da nova coordenação estadual do movimento no biênio 2012-2013. 
Durante o sábado os coordenadores de Grupos de Oração participaram da Assembleia que discerniu a lista trípice indicando os nomes para escolha final do Sr. bispo diocesano.
Forma indicados (por ordem alfabética): Dário Araújo, atual presidente do Conselho Estadual; Monica Torrinha, Pregadora e Coordenadora do Grupo de Oração Abbá-Pai; e Rilson Espíndola, ministro de música,coordenador do Grupo de Oração Ágape e Conselheiro Estadual pelo Vicariato 3. Os participantes do encontro participaram deste momento intercedendo em adoração junto ao Santíssimo Sacramento.
Na manhã de domingo a formação continuou enquanto o Sr. Bispo diocesano, Dom Pedro Conti discereniu com o Conselho Estadual, sob a observação do representante do Conselho Nacional, Calos Cesar, o Novo Coordenador da RCC Amapá. O Anúncio foi realizado após a missa de encerramento presedida pelo próprio bispo. Dário Araújo foi reeleito e mantêm-se na função até o fim de 2013.

sábado, 22 de outubro de 2011

A Igreja celebra o dia do Beato João Paulo II



Cidade do Vaticano (RV) – Celebra-se hoje, pela primeira vez, em Roma e na Polônia, a memória litúrgica do Beato João Paulo II, elevado às honras dos altares no último dia 1º de maio. Inúmeras iniciativas de oração em todo o mundo para celebrar o evento, principalmente na capital italiana e no país natal de Wojtyla.

Às 16h30 desse sábado, jovens, na Praça da Basílica de São João de Latrão, fazem uma vigília de orações, seguida de Missa presidida pelo Cardeal Vigário de Roma Agostino Vallini. 

E, nesta sexta-feira, foi realizada a translação da relíquia do sangue do Beato à capela do hospital pediátrico vaticano Menino Jesus. “João Paulo II está no coração de todos os católicos, e mesmo no dos não católicos”, afirmara na ocasião o Cardeal Secretário de Estado Tarcísio Bertone. 

Propomos um especial sobre a vida do Beato, tão querido por todos:

Karol Józef Wojtyla nasceu, em Wadowice, Polônia em 18 de maio de 1920.

Em 1938 se matriculou na Faculdade de Filosofia da Universidade Jagelônica. com especialização em filologia polonesa.

Em 1940 começou a trabalhar em minas de pedra e depois foi transferido para uma fábrica química.

Seu pai morreu em 1941, ficando sozinho, em termos de família. Sua mãe faleceu quando Lolek – como era chamado – tinha apenas 9 anos.

Em 1942 entrou para o seminário clandestino dirigido pelo Arcebispo de Cracóvia, Cardeal Sapieha, onde iniciou os estudos de teologia, também clandestinamente.

Em 1946 foi ordenado sacerdote e quinze dias depois viajou para Roma, para prosseguir os estudos no Angelicum. No ano seguinte concluiu o mestrado em Teologia.

Em 1948 defendeu a tese de doutorado sobre São João da Cruz. 

Em 1949 voltou para a Polônia, sendo nomeado vice-pároco e, mais tarde, tornou-se titular da cátedra de ética social. 

Em 1954 continuou lecionando em Cracóvia, passando depois a dar aulas também em Lublin.

Quatro anos mais tarde, com 38 anos, foi eleito bispo auxiliar de Cracóvia. Era o bispo mais jovem da Polônia.

Em 1960 foram publicados suas obras: Max Scheler, Amor e Responsabilidade e o drama teatral “A Oficina do Ourives”.

Participou do Concílio Vaticano II.

Em dezembro de 1963, o Papa PauloVI nomeou-o Arcebispo de Cracóvia.

Em outubro de 1964 recebeu o pálio das mãos de Paulo VI e três anos mais tarde foi criado cardeal.

Em 1976 pregou os exercícios espirituais para Paulo VI e a Cúria Romana.

Dois anos mais tarde participou do funerail de Paulo VI e no conclave que elegeu João Paulo I.
No início de outubro retornou ao Vaticano para o funeral de João Paulo I, e entrou no conclave que em 16 de outubro de 1978, o elegeu Sumo Pontífice, tornando-se o Sucessor de Pedro de número 263.

Dia 22 de outubro iniciou seu ministério de Pastor Universal da Igreja e logo depois deu início às 259 vistas às localidades italianas.

Em 1979 foi a vez de iniciar suas 617 visitas à cidades internacionais e, consequentemente aos 129 países dos cinco continentes. Nessas viagens ele pronunciou 2.382 discursos, realizando, ao todo, 104 viagens apostólicas internacionais.

Em 1979 outorgou à Igreja a primeira de suas 13 encíclicas, a Redemptor Hominis.
Ainda em 1979 deu início à série de 1.338 beatificações, entre elas, a do Apóstolo do Brasil, José de Anchieta em 147 cerimônias.

Em 1980 iniciou o hábito de ir, nas sextas-feiras santas, à Basílica de São Pedro para ouvir confissões.

Realizou 6 sessões ordinárias do Sínodo dos bispos.
Poderíamos citar outros tantos feitos grandiosos, que marcaram seu Pontificado. Isso não falta em sua biografia, mas isso junto não faz o santo.

João Paulo II foi beatificado por suas heróicas virtudes, de esperança e de caridade.

Sua atitude de perdão ao seu quase assassino, sua atenção em relação aos menos favorecidos, suas lutas pelos Direitos Humanos e convicção de que Maria o ajudaria a combater o ateísmo; a aceitação serena do sofrimento e da diminuição de suas forças físicas, a dignidade cristã ao se apresentar ao mundo de um modo absolutamente frágil. 

Mesmo assim não abriu mão de viver profundamente sua última semana santa. Na Sexta-feira Santa acompanhou pela televisão, colocada em sua capela privada, a via-sacra abraçado a um crucifixo.

Era o Vigário do Senhor das dores, um homem do sofrimento como nos fala Isaías, contemplando a celebração da Paixão e Morte daquele a quem havia dado o “sim” para assumir a condução do rebanho. 

E agora ele o conduzia do mesmo modo que seu Senhor, através do caminho da dor, do sofrimento, da cruz.

Viveu sua última celebração pascal na expectativa de viver a sua Páscoa definitiva, que ocorreu alguns dias depois, na véspera do Domingo da Divina Misericórdia. 

Aquele que acompanhou o Senhor em sua Paixão, agora o acompanha na glória da vida nova.
O mundo compareceu em massa ao seu funeraL, não apenas com a presença de seus líderes, mas com a multidão de 5 milhões de pessoas que passaram diante de seu corpo durante oito dias.

Na belíssima e comovente celebração eucaristica de corpo presente o povo se manifestou fazendo ecoar na Praça São Pedro o grito “santo já”.

Bento XVI realizou esse grande desejo dos homens no dia 1º de maio de 2011.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Polêmica JMJ Rio 2013

Fonte: www.rio2013.com

Na ultima quarta-feira,19, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro, Dom Antonio Augusto Dias Duarte, publicou uma retratação pública referente ao artigo "JMJ é do RJ" publicado em alguns meios de comunicação católicos. A polêmica toda refere-se a opinião de Dom Antonio a respeito de alguns procedimentos e atividades relativos a JMJ 2013. No primeiro artigo o bispo posiciona-se com relação à atividades promovidas pela Comissão Episcopal para a Juventude tidas, segundo ele, como oficial e que poderiam descaracterizar a responsabilidade da organização da arquidiocese, bem como, desmotivar os membros das comissões arquidiocesanas envolvidas na preparação no RJ. Confira abaixo o artigo (publicado pela agência Zenit) e logo em seguida, a retratação ( pela mesma agência de notícia) em que o bispo se desculpa por qualquer mal entendido quanto seu objetivo em sua primeira mensagem.

Foto: www.arquidiocese.org.br
"A Jornada Mundial da Juventude é do Rio de Janeiro"
Por Dom Antonio Augusto Dias Duarte
RIO DE JANEIRO, terça-feira, 18 de outubro de 2011 (ZENIT.org) – A decisão do Papa Bento XVI anunciada no dia 21 de agosto passado em Cuatro Vientos foi nítida e inquestionável: “Compraz-me agora anunciar que a sede da próxima Jornada Mundial da Juventude, em 2013, será o Rio de Janeiro. Peçamos ao Senhor, desde já, que assista com a sua força quantos hão de pô-la em marcha e aplane o caminho aos jovens do mundo inteiro para que possam voltar a reunir-se com o Papa naquela bonita cidade brasileira”.
A JMJ 2013 é do RJ e cabe à Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, em íntima e harmoniosa comunhão com o Pontifício Conselho para os Leigos, que é o principal responsável das Jornadas Mundiais, ser a primeira e oficial organizadora desse evento eclesial.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil como organismo a serviço da comunhão das arquidioceses e dioceses brasileiras, através da sua recém criada Comissão Episcopal Pastoral da Juventude, juntamente com as diversas instâncias governamentais do país, com empresas e patrocinadores, com associações e movimentos e com novas comunidades e instituições financeiras, serão ao longo desse período preparatório importantes colaboradores da nossa Arquidiocese carioca, mas não têm a primazia nem a oficialidade organizativa da JMJ 2013.
Nesses dois meses que passaram desde a JMJ Madrid houve, nas redes sociais e nos encontros com certas esferas da juventude brasileira, muitas notícias ambíguas e até mesmo desconcertantes que acabaram gerando incertezas e perplexidades no seio da Comissão organizadora Local, com sua sede no 7º andar do Edifício João Paulo II, onde está o governo arquidiocesano.
Camisetas ditas oficiais são oferecidas num site de jovens conectados, pronunciamentos de pessoas qualificadas dentro da Igreja confundem as mentes dos jovens sobre quem é, de fato e de direito, o organismo oficial responsável pela JMJ 2013, logomarcas e músicas que acompanham eventos prévios da Jornada, são mostrados na mídia como sinais oficiais desse evento, além do aparecimento de algumas empresas que atribuem a si o monopólio publicitário desse futuro acontecimento.
Todas essas afirmações e iniciativas são, sem dúvidas nenhuma, compreendidas dentro do momento eufórico causado pela decisão de Bento XVI, mas tiram a paz e as forças necessárias daqueles que devem pôr em marcha todos os trabalhos desse mega-evento eclesial e vão dificultando muito a união de esforços que deve existir entre o Pontifício Conselho para os Leigos, a Arquidiocese do Rio de Janeiro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, e os Governos, Federal, Estadual e Municipal.
A JMJ 2013 é do RJ, e tal realidade não é de jeito nenhum um bônus para a Arquidiocese, já que ela colocou sobre seus ombros um ônus inimaginável, mas tudo que se realiza e se vive em comunhão e na graça dentro da Igreja Católica torna-se um jugo suave e um peso leve.
Os padres e os leigos voluntários que desde Madrid estão à frente dos diversos departamentos que estruturam o Comitê Organizador local, merecedores de confiança de Dom Orani e dos seus bispos auxiliares, necessitam muito daquela força pedida pelo Santo Padre Bento XVI a Deus após o anúncio oficial feito em Cuatro Vientos.
Eles pedem também a presença dessa comunhão pacífica de trabalhos e de esforços de todas as instâncias eclesiais e civis, para que interesses pessoais de caráter econômico e político não estejam por cima do que é o mais essencial nas Jornadas Mundiais: o encontro íntimo e particular dos jovens com Jesus Cristo.
Nos meses preparatórios desse mega-evento eclesial nada mais rico em termos humanos e nada mais profundo em termos divinos do que a existência do respeito mútuo, da justiça e da caridade cristãs, para que no intervalo de tempo entre a JMJ 2011 Madrid e JMJ 2013 Rio se consiga uma participação substanciosa da juventude mundial, uma aproximação maior dos jovens à Igreja Católica e a melhora da imagem da Santa Madre a Igreja na mídia nacional e internacional.
O que o Rio de Janeiro mais deseja é tornar amável o caminho do bem, que Deus veio trazer ao mundo, é anunciar com alegria aos nossos jovens do Terceiro Milênio a beleza atual do Evangelho, é contagiar os peregrinos, as autoridades, os jornalistas, as empresas, etc, com o estilo aberto, acolhedor, amistoso e comunitário do povo carioca que na sua fé e na sua esperança sabe dizer ao mundo que é possível conjugar as belezas naturais do Rio de Janeiro com as belezas divinas, como falava o Beato João Paulo II em 1997 ao pisar no solo da Cidade Maravilhosa: “ao lado da arquitetura humana está a arquitetura divina”.
O projeto de Deus para o Brasil e, mais concretamente, para o Rio de Janeiro, sede da JMJ 2013, é exatamente evidenciar a beleza da unidade dentro da diversidade, da comunhão eclesial dentro das distinções participativas, da fraternidade cristã dentro da pluralidade de interesses.
A JMJ 2013 e o RJ são os dois braços abertos para o Brasil e para o mundo como se vê no Cristo Redentor no alto do Corcovado.
Dom Antonio Augusto Dias Duarte
Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro

RETRATAÇÃO PÚBLICA DO ARTIGO "JMJ É DO RJ"
Por Dom Antonio Augusto Dias Duarte
RIO DE JANEIRO, quarta-feira, 19 de outubro de 2011 (ZENIT.org) – Considerando a repercussão negativa do artigo que escrevi sobre a Jornada Mundial da Juventude 2013 no Rio de Janeiro, desejo esclarecer os seguintes pontos.
1.       Não foi a minha intenção em nenhum momento desse escrito criticar a presidência da CNBB por quem nutro o devido respeito através das pessoas do Emmo. Sr. Cardeal Raymundo Damasceno Assis, do Exmo. Dom José Belisário da Silva e do Exmo. Dom Leonardo Ulrich Steiner.
2.       Tampouco pretendi desmerecer o esforçado e dedicado trabalho pastoral do presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, o Exmo. Dom Eduardo Pinheiro da Silva, que está preparando a peregrinação dos símbolos da JMJ, a Cruz e o ícone de Nossa Senhora, e nem os seus assessores e equipe jovem que com ele se empenham nessa imensa tarefa.
3.       Assumo a total responsabilidade pelo artigo e peço o perdão do Exmo. Dom Orani João Tempesta, Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, que tem recebido inúmeros comentários e pedidos de esclarecimento sobre o referido artigo. Certamente isso representou para ele um peso maior acrescentado ao imenso fardo já presente sobre os seus ombros pelo governo dessa Arquidiocese e pela responsabilidade adquirida com a vinda da JMJ para o Rio de Janeiro.
4.       Ao escrever este artigo a minha intenção era informar sobre as diversas instâncias organizadoras da JMJ 2013 e sobre os distintos passos que estão sendo dados para a confecção da marca e dos demais elementos que caracterizam esse evento jovem.
5.       Sei que a realidade acima dita não foi expressa com a devida prudência e propriedade e reconheço aqui o meu enorme erro no campo da comunhão eclesial. Sei também que o reconhecimento e a retificação dos erros pessoais cometidos na vida e na missão que me foi confiada integram o dinamismo próprio do cristianismo.
6.       Quero terminar essa retratação publica pedindo aos meus irmãos no episcopado e a todos os jovens que estão se empenhando na realização das etapas prévias da Jornada Mundial da Juventude no Brasil inteiro o seu perdão fraterno.
7.       Coloco-me nos braços de Nossa Senhora da Conceição Aparecida para que Ela como Advogada nossa, Consoladora dos aflitos e Mãe da Misericórdia obtenha-me as graças necessárias para converter todos os momentos da minha vida no bem espiritual que Deus deseja: “Omnia in bonum”.
         Dom Antonio Augusto Dias Duarte
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Bispo do Marajó receberá prêmio João Canuto 2011 em premiação do MHuD


O Bispo do Marajó, Dom José Luís Azcona foi uma das pessoas selecionadas, como Bispo acompanhante da Comissão Justiça e Paz – CJP da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil do Regional Norte 2 (Pará e Amapá), denunciou em entrevista coletiva, graves casos de violação dos direitos humanos envolvendo mulheres, adolescentes e crianças da ilha do Marajó - PA.O Movimento Humanos Direitos (MHuD), concede aos oito contemplados o Prêmio João Canuto 2011, criado desde 2004, à personalidades e instituições  que se destacam na luta pelos direitos humanos.
Além do Bispo, mais sete pessoas e entidades foram contempladas: Aline Sasahara, cineasta, documentarista realizou o filme “Salve Santo Antonio”; a Associação Mineira do Ministério Público (AMMP-MG), entidade de classe dos Promotores e Procuradores de Justiça do Estado de Minas Gerais; Cacá Diegues (RJ), cineasta, responsável pelo filme 5X Favela – Agora Por Nós Mesmos, ao lado de Celso Athayde e Renata Magalhães; a Débora Noal em nome de Médicos Sem Fronteiras (SE), organização internacional sem fins lucrativos, ao José Carlos Medeiros Nunes (RJ), o padre Quinha, incentivador do Grupo Assistencial SOS Vida e da Pastoral da AIDS na diocese de Petrópolis. Fundador da Associação Oficina de Jesus.
Além de outros ganhadores como o ator e produtor de documentários indígenasMarcos Palmeira (RJ); a advogada,  Integrante das comissões: Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, da Comissão Nacional de Combate ao Trabalho Escravo do Governo Federal – CONATRAE e da Comissão Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil do Regional Norte 2 (Pará e Amapá), Mary Lúcia Xavier Cohen (PA).
A premiação será realizada no dia 10 de novembro, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, a partir das 18 horas.
Fonte:

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Carta Apostólica Porta Fidei, de Bento XVI, sobre o Ano da Fé


Por Leonardo Meira
Da Redação Portal Canção Nova

O Vaticano divulgou a Carta Apostólica com a qual o Papa Bento XVI proclama o Ano da Fé. O documento, intiulado Porta Fidei - A porta da Fé, foi assinado pelo Pontífice em 11 de outubro, mas foi divulgado na manhã desta segunda-feira, 17. "A PORTA DA FÉ, que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma", indica o Santo Padre no início do texto.


Carta Apostólica Porta Fidei, de Bento XVI, sobre o Ano da Fé


vatican.va





Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio
Porta Fidei

com a qual se proclama o Ano da Fé (out/2012 - out/2013)

1. A PORTA DA FÉ (cf. Act 14, 27), que introduz na vida de comunhão com Deus e permite a entrada na sua Igreja, está sempre aberta para nós. É possível cruzar este limiar, quando a Palavra de Deus é anunciada e o coração se deixa plasmar pela graça que transforma. Atravessar aquela porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira. Este caminho tem início com o Baptismo (cf. Rm 6, 4), pelo qual podemos dirigir-nos a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna, fruto da ressurreição do Senhor Jesus, que, com o dom do Espírito Santo, quis fazer participantes da sua própria glória quantos crêem n’Ele (cf. Jo 17, 22). Professar a fé na Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo – equivale a crer num só Deus que é Amor (cf. 1 Jo 4, 8): o Pai, que na plenitude dos tempos enviou seu Filho para a nossa salvação; Jesus Cristo, que redimiu o mundo no mistério da sua morte e ressurreição; o Espírito Santo, que guia a Igreja através dos séculos enquanto aguarda o regresso glorioso do Senhor.

2. Desde o princípio do meu ministério como Sucessor de Pedro, lembrei a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Durante a homilia da Santa Missa no início do pontificado, disse: «A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo devem pôr-se a caminho para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude» (Homilia no início do ministério petrino do Bispo de Roma, (24 de Abril de 2005): AAS 97 (2005), 710). Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora um tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado (Cf. Bento XVI, Homilia da Santa Missa no Terreiro do Paço (Lisboa – 11 de Maio de 2010): L’Osservatore Romano (ed. port. de 15/V/2010), 3.). Enquanto, no passado, era possível reconhecer um tecido cultural unitário, amplamente compartilhado no seu apelo aos conteúdos da fé e aos valores por ela inspirados, hoje parece que já não é assim em grandes sectores da sociedade devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas. 3. Não podemos aceitar que o sal se torne insípido e a luz fique escondida (cf. Mt 5, 13-16). Também o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber na sua fonte, donde jorra água viva (cf. Jo 4, 14). Devemos readquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja, e do Pão da vida, oferecidos como sustento de quantos são seus discípulos (cf. Jo 6, 51). De facto, em nossos dias ressoa ainda, com a mesma força, este ensinamento de Jesus: «Trabalhai, não pelo alimento que desaparece, mas pelo alimento que perdura e dá a vida eterna» (Jo 6, 27). E a questão, então posta por aqueles que O escutavam, é a mesma que colocamos nós também hoje: «Que havemos nós de fazer para realizar as obras de Deus?» (Jo 6, 28). Conhecemos a resposta de Jesus: «A obra de Deus é esta: crer n’Aquele que Ele enviou» (Jo 6, 29). Por isso, crer em Jesus Cristo é o caminho para se poder chegar definitivamente à salvação.
4. À luz de tudo isto, decidi proclamar um Ano da Fé. Este terá início a 11 de Outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II, e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a 24 de Novembro de 2013. Na referida data de 11 de Outubro de 2012, completar-se-ão também vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica, texto promulgado pelo meu Predecessor, o Beato Papa João Paulo II, (Cf. João Paulo II, Const. ap. Fidei depositum (11 de Outubro de 1992): AAS 86 (1994), 113-118) com o objetivo de ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé. Esta obra, verdadeiro fruto do Concílio Vaticano II, foi desejada pelo Sínodo Extraordinário dos Bispos de 1985 como instrumento ao serviço da catequese (Cf. Relação final do Sínodo Extraordinário dos Bispos (7 de Dezembro de 1985), II, B, a, 4: L’Osservatore Romano (ed. port. de 22/XII/1985), 650) e foi realizado com a colaboração de todo o episcopado da Igreja Católica. E uma Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos foi convocada por mim, precisamente para o mês de Outubro de 2012, tendo por tema A nova evangelização para a transmissão da fé cristã. Será uma ocasião propícia para introduzir o complexo eclesial inteiro num tempo de particular reflexão e redescoberta da fé. Não é a primeira vez que a Igreja é chamada a celebrar um Ano da Fé. O meu venerado Predecessor, o Servo de Deus Paulo VI, proclamou um semelhante, em 1967, para comemorar o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo no décimo nono centenário do seu supremo testemunho. Idealizou-o como um momento solene, para que houvesse, em toda a Igreja, «uma autêntica e sincera profissão da mesma fé»; quis ainda que esta fosse confirmada de maneira «individual e colectiva, livre e consciente, interior e exterior, humilde e franca» (Paulo VI, Exort. ap. Petrum et Paulum Apostolos, no XIX centenário do martírio dos Apóstolos São Pedro e São Paulo (22 de Fevereiro de 1967): AAS 59 (1967), 196). Pensava que a Igreja poderia assim retomar «exacta consciência da sua fé para a reavivar, purificar, confirmar, confessar» (Ibid.: o.c., 198.). As grandes convulsões, que se verificaram naquele Ano, tornaram ainda mais evidente a necessidade duma tal celebração. Esta terminou com a Profissão de Fé do Povo de Deus, (Paulo VI, Profissão Solene de Fé, Homilia durante a Concelebração por ocasião do XIX centenário do martírio dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, no encerramento do «Ano da Fé» (30 de Junho de 1968): AAS 60 (1968), 433-445) para atestar como os conteúdos essenciais, que há séculos constituem o património de todos os crentes, necessitam de ser confirmados, compreendidos e aprofundados de maneira sempre nova para se dar testemunho coerente deles em condições históricas diversas das do passado.
5. Sob alguns aspectos, o meu venerado Predecessor viu este Ano como uma «consequência e exigência pós-conciliar» (Paulo VI, Audiência Geral (14 de Junho de 1967): Insegnamenti V (1967), 801), bem ciente das graves dificuldades daquele tempo sobretudo no que se referia à profissão da verdadeira fé e da sua recta interpretação. Pareceu-me que fazer coincidir o início do Ano da Fé com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião propícia para compreender que os textos deixados em herança pelos Padres Conciliares, segundo as palavras do Beato João Paulo II, «não perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da Tradição da Igreja. Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte (6 de Janeiro de 2001), 57: AAS 93 (2001), 308). Quero aqui repetir com veemência as palavras que disse a propósito do Concílio poucos meses depois da minha eleição para Sucessor de Pedro: «Se o lermos e recebermos guiados por uma justa hermenêutica, o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja» (Discurso à Cúria Romana (22 de Dezembro de 2005): AAS 98 (2006), 52).


6. A renovação da Igreja realiza-se também através do testemunho prestado pela vida dos crentes: de facto, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou. O próprio Concílio, na Constituição dogmática Lumen Gentium, afirma: «Enquanto Cristo “santo, inocente, imaculado” (Heb 7, 26), não conheceu o pecado (cf. 2 Cor 5, 21), mas veio apenas expiar os pecados do povo (cf. Heb 2, 17), a Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação. A Igreja “prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus”, anunciando a cruz e a morte do Senhor até que Ele venha (cf. 1 Cor 11, 26). Mas é robustecida pela força do Senhor ressuscitado, de modo a vencer, pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades tanto internas como externas, e a revelar, velada mas fielmente, o seu mistério, até que por fim se manifeste em plena luz» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. sobre a Igreja Lumen gentium, 8).
Nesta perspectiva, o Ano da Fé é convite para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo. No mistério da sua morte e ressurreição, Deus revelou plenamente o Amor que salva e chama os homens à conversão de vida por meio da remissão dos pecados (cf. Act 5, 31). Para o apóstolo Paulo, este amor introduz o homem numa vida nova: «Pelo Baptismo fomos sepultados com Ele na morte, para que, tal como Cristo foi ressuscitado de entre os mortos pela glória do Pai, também nós caminhemos numa vida nova» (Rm 6, 4). Em virtude da fé, esta vida nova plasma toda a existência humana segundo a novidade radical da ressurreição. Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e os afectos, a mentalidade e o comportamento do homem vão sendo pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais completamente terminado nesta vida. A «fé, que actua pelo amor» (Gl 5, 6), torna-se um novo critério de entendimento e de acção, que muda toda a vida do homem (cf. Rm 12, 2; Cl 3, 9-10; Ef 4, 20-29; 2 Cor 5, 17).
7. «Caritas Christi urget nos – o amor de Cristo nos impele» (2 Cor 5, 14): é o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar. Hoje, como outrora, Ele envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra (cf. Mt 28, 19). Com o seu amor, Jesus Cristo atrai a Si os homens de cada geração: em todo o tempo, Ele convoca a Igreja confiando-lhe o anúncio do Evangelho, com um mandato que é sempre novo. Por isso, também hoje é necessário um empenho eclesial mais convicto a favor duma nova evangelização, para descobrir de novo a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo de comunicar a fé. Na descoberta diária do seu amor, ganha força e vigor o compromisso missionário dos crentes, que jamais pode faltar. Com efeito, a fé cresce quando é vivida como experiência de um amor recebido e é comunicada como experiência de graça e de alegria. A fé torna-nos fecundos, porque alarga o coração com a esperança e permite oferecer um testemunho que é capaz de gerar: de facto, abre o coração e a mente dos ouvintes para acolherem o convite do Senhor a aderir à sua Palavra a fim de se tornarem seus discípulos. Os crentes – atesta Santo Agostinho – «fortificam-se acreditando» (De utilitate credendi, 1, 2). O Santo Bispo de Hipona tinha boas razões para falar assim. Como sabemos, a sua vida foi uma busca contínua da beleza da fé enquanto o seu coração não encontrou descanso em Deus (Cf. Confissões, 1, 1). Os seus numerosos escritos, onde se explica a importância de crer e a verdade da fé, permaneceram até aos nossos dias como um património de riqueza incomparável e consentem ainda a tantas pessoas à procura de Deus de encontrarem o justo percurso para chegar à «porta da fé».
Por conseguinte, só acreditando é que a fé cresce e se revigora; não há outra possibilidade de adquirir certeza sobre a própria vida, senão abandonar-se progressivamente nas mãos de um amor que se experimenta cada vez maior porque tem a sua origem em Deus.
8. Nesta feliz ocorrência, pretendo convidar os Irmãos Bispos de todo o mundo para que se unam ao Sucessor de Pedro, no tempo de graça espiritual que o Senhor nos oferece, a fim de comemorar o dom precioso da fé. Queremos celebrar este Ano de forma digna e fecunda. Deverá intensificar-se a reflexão sobre a fé, para ajudar todos os crentes em Cristo a tornarem mais consciente e revigorarem a sua adesão ao Evangelho, sobretudo num momento de profunda mudança como este que a humanidade está a viver. Teremos oportunidade de confessar a fé no Senhor Ressuscitado nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias, para que cada um sinta fortemente a exigência de conhecer melhor e de transmitir às gerações futuras a fé de sempre. Neste Ano, tanto as comunidades religiosas como as comunidades paroquiais e todas as realidades eclesiais, antigas e novas, encontrarão forma de fazer publicamente profissão do Credo.
9. Desejamos que este Ano suscite, em cada crente, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada convicção, com confiança e esperança. Será uma ocasião propícia também para intensificar a celebração da fé na liturgia, particularmente na Eucaristia, que é «a meta para a qual se encaminha a acção da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força» (Conc. Ecum. Vat. II, Const. sobre a Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium, 10).  Simultaneamente esperamos que o testemunho de vida dos crentes cresça na sua credibilidade. Descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada (Cf. João Paulo II, Const. ap. Fidei depositum (11 de Outubro de 1992): AAS 86 (1994), 116) e reflectir sobre o próprio acto com que se crê, é um compromisso que cada crente deve assumir, sobretudo neste Ano.
Não foi sem razão que, nos primeiros séculos, os cristãos eram obrigados a aprender de memória o Credo. É que este servia-lhes de oração diária, para não esquecerem o compromisso assumido com o Baptismo. Recorda-o, com palavras densas de significado, Santo Agostinho quando afirma numa homilia sobre a redditio symboli (a entrega do Credo): «O símbolo do santo mistério, que recebestes todos juntos e que hoje proferistes um a um, reúne as palavras sobre as quais está edificada com solidez a fé da Igreja, nossa Mãe, apoiada no alicerce seguro que é Cristo Senhor. E vós recebeste-lo e proferiste-lo, mas deveis tê-lo sempre presente na mente e no coração, deveis repeti-lo nos vossos leitos, pensar nele nas praças e não o esquecer durante as refeições; e, mesmo quando o corpo dorme, o vosso coração continue de vigília por ele» (Sermo 215, 1).
10. Queria agora delinear um percurso que ajude a compreender de maneira mais profunda os conteúdos da fé e, juntamente com eles, também o acto pelo qual decidimos, com plena liberdade, entregar-nos totalmente a Deus. De facto, existe uma unidade profunda entre o acto com que se crê e os conteúdos a que damos o nosso assentimento. O apóstolo Paulo permite entrar dentro desta realidade quando escreve: «Acredita-se com o coração e, com a boca, faz-se a profissão de fé» (Rm 10, 10). O coração indica que o primeiro acto, pelo qual se chega à fé, é dom de Deus e acção da graça que age e transforma a pessoa até ao mais íntimo dela mesma.
A este respeito é muito eloquente o exemplo de Lídia. Narra São Lucas que o apóstolo Paulo, encontrando-se em Filipos, num sábado foi anunciar o Evangelho a algumas mulheres; entre elas, estava Lídia. «O Senhor abriu-lhe o coração para aderir ao que Paulo dizia» (Act 16, 14). O sentido contido na expressão é importante. São Lucas ensina que o conhecimento dos conteúdos que se deve acreditar não é suficiente, se depois o coração – autêntico sacrário da pessoa – não for aberto pela graça, que consente de ter olhos para ver em profundidade e compreender que o que foi anunciado é a Palavra de Deus.
Por sua vez, o professar com a boca indica que a fé implica um testemunho e um compromisso públicos. O cristão não pode jamais pensar que o crer seja um facto privado. A fé é decidir estar com o Senhor, para viver com Ele. E este «estar com Ele» introduz na compreensão das razões pelas quais se acredita. A fé, precisamente porque é um acto da liberdade, exige também assumir a responsabilidade social daquilo que se acredita. No dia de Pentecostes, a Igreja manifesta, com toda a clareza, esta dimensão pública do crer e do anunciar sem temor a própria fé a toda a gente. É o dom do Espírito Santo que prepara para a missão e fortalece o nosso testemunho, tornando-o franco e corajoso.
A própria profissão da fé é um acto simultaneamente pessoal e comunitário. De facto, o primeiro sujeito da fé é a Igreja. É na fé da comunidade cristã que cada um recebe o Baptismo, sinal eficaz da entrada no povo dos crentes para obter a salvação. Como atesta o Catecismo da Igreja Católica, «“Eu creio”: é a fé da Igreja, professada pessoalmente por cada crente, principalmente por ocasião do Baptismo. “Nós cremos”: é a fé da Igreja, confessada pelos bispos reunidos em Concílio ou, de modo mais geral, pela assembleia litúrgica dos crentes. “Eu creio”: é também a Igreja, nossa Mãe, que responde a Deus pela sua fé e nos ensina a dizer: “Eu creio”, “Nós cremos”» (Catecismo da Igreja Católica, 167).
Como se pode notar, o conhecimento dos conteúdos de fé é essencial para se dar o próprio assentimento, isto é, para aderir plenamente com a inteligência e a vontade a quanto é proposto pela Igreja. O conhecimento da fé introduz na totalidade do mistério salvífico revelado por Deus. Por isso, o assentimento prestado implica que, quando se acredita, se aceita livremente todo o mistério da fé, porque o garante da sua verdade é o próprio Deus, que Se revela e permite conhecer o seu mistério de amor (Cf. Conc. Ecum. Vat. I, Const. dogm. sobre a fé católica Dei Filius, cap. III: DS 3008-3009; Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. sobre a Revelação divina Dei Verbum, 5)


Por outro lado, não podemos esquecer que, no nosso contexto cultural, há muitas pessoas que, embora não reconhecendo em si mesmas o dom da fé, todavia vivem uma busca sincera do sentido último e da verdade definitiva acerca da sua existência e do mundo. Esta busca é um verdadeiro «preâmbulo» da fé, porque move as pessoas pela estrada que conduz ao mistério de Deus. De facto, a própria razão do homem traz inscrita em si mesma a exigência «daquilo que vale e permanece sempre» (Bento XVI, Discurso no «Collège des Bernardins» (Paris, 12 de Setembro de 2008): AAS 100 (2008), 722). Esta exigência constitui um convite permanente, inscrito indelevelmente no coração humano, para se pôr a caminho ao encontro d’Aquele que não teríamos procurado se Ele não tivesse já vindo ao nosso encontro (Cf. Santo Agostinho, Confissões, 13, 1). É precisamente a este encontro que nos convida e abre plenamente a fé.
11. Para chegar a um conhecimento sistemático da fé, todos podem encontrar um subsídio precioso e indispensável no Catecismo da Igreja Católica. Este constitui um dos frutos mais importantes do Concílio Vaticano II. Na Constituição Apostólica Fidei depositum – não sem razão assinada na passagem do trigésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II – o Beato João Paulo II escrevia: «Este catecismo dará um contributo muito importante à obra de renovação de toda a vida eclesial (...). Declaro-o norma segura para o ensino da fé e, por isso, instrumento válido e legítimo ao serviço da comunhão eclesial» (João Paulo II, Const. ap. Fidei depositum (11 de Outubro de 1992): AAS 86 (1994), 115 e 117). 
É precisamente nesta linha que o Ano da Fé deverá exprimir um esforço generalizado em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no  Catecismo da Igreja Católica a sua síntese sistemática e orgânica. Nele, de facto, sobressai a riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos de história. Desde a Sagrada Escritura aos Padres da Igreja, desde os Mestres de teologia aos Santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua vida de fé.
Na sua própria estrutura, o Catecismo da Igreja Católica apresenta o desenvolvimento da fé até chegar aos grandes temas da vida diária. Repassando as páginas, descobre-se que o que ali se apresenta não é uma teoria, mas o encontro com uma Pessoa que vive na Igreja. Na verdade, a seguir à profissão de fé, vem a explicação da vida sacramental, na qual Cristo está presente e operante, continuando a construir a sua Igreja. Sem a liturgia e os sacramentos, a profissão de fé não seria eficaz, porque faltaria a graça que sustenta o testemunho dos cristãos. Na mesma linha, a doutrina do Catecismo sobre a vida moral adquire todo o seu significado, se for colocada em relação com a fé, a liturgia e a oração.
12. Assim, no Ano em questão, o Catecismo da Igreja Católica poderá ser um verdadeiro instrumento de apoio da fé, sobretudo para quantos têm a peito a formação dos cristãos, tão determinante no nosso contexto cultural. Com tal finalidade, convidei a Congregação para a Doutrina da Fé a redigir, de comum acordo com os competentes Organismos da Santa Sé, uma Nota, através da qual se ofereçam à Igreja e aos crentes algumas indicações para viver, nos moldes mais eficazes e apropriados, este Ano da Fé ao serviço do crer e do evangelizar.
De facto, em nossos dias mais do que no passado, a fé vê-se sujeita a uma série de interrogativos, que provêm duma diversa mentalidade que, particularmente hoje, reduz o âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas. Mas, a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre fé e ciência autêntica, porque ambas tendem, embora por caminhos diferentes, para a verdade (Cf. João Paulo II, Carta enc. Fides et ratio (14 de Setembro de 1998), 34.106: AAS 91 (1999), 31-32.86-87).


13. Será decisivo repassar, durante este Ano, a história da nossa fé, que faz ver o mistério insondável da santidade entrelaçada com o pecado. Enquanto a primeira põe em evidência a grande contribuição que homens e mulheres prestaram para o crescimento e o progresso da comunidade com o testemunho da sua vida, o segundo deve provocar em todos uma sincera e contínua obra de conversão para experimentar a misericórdia do Pai, que vem ao encontro de todos.
Ao longo deste tempo, manteremos o olhar fixo sobre Jesus Cristo, «autor e consumador da fé» (Heb 12, 2): n’Ele encontra plena realização toda a ânsia e anélito do coração humano. A alegria do amor, a resposta ao drama da tribulação e do sofrimento, a força do perdão face à ofensa recebida e a vitória da vida sobre o vazio da morte, tudo isto encontra plena realização no mistério da sua Encarnação, do seu fazer-Se homem, do partilhar connosco a fragilidade humana para a transformar com a força da sua ressurreição. N’Ele, morto e ressuscitado para a nossa salvação, encontram plena luz os exemplos de fé que marcaram estes dois mil anos da nossa história de salvação.
Pela fé, Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio de que seria Mãe de Deus na obediência da sua dedicação (cf. Lc 1, 38). Ao visitar Isabel, elevou o seu cântico de louvor ao Altíssimo pelas maravilhas que realizava em quantos a Ele se confiavam (cf. Lc 1, 46-55). Com alegria e trepidação, deu à luz o seu Filho unigénito, mantendo intacta a sua virgindade (cf. Lc 2, 6-7). Confiando em José, seu Esposo, levou Jesus para o Egipto a fim de O salvar da perseguição de Herodes (cf. Mt 2, 13-15). Com a mesma fé, seguiu o Senhor na sua pregação e permaneceu a seu lado mesmo no Gólgota (cf. Jo 19, 25-27). Com fé, Maria saboreou os frutos da ressurreição de Jesus e, conservando no coração a memória de tudo (cf. Lc 2, 19.51), transmitiu-a aos Doze reunidos com Ela no Cenáculo para receberem o Espírito Santo (cf. Act 1, 14; 2, 1-4).
Pela fé, os Apóstolos deixaram tudo para seguir o Mestre (cf. Mc 10, 28). Acreditaram nas palavras com que Ele anunciava o Reino de Deus presente e realizado na sua Pessoa (cf. Lc 11, 20). Viveram em comunhão de vida com Jesus, que os instruía com a sua doutrina, deixando-lhes uma nova regra de vida pela qual haveriam de ser reconhecidos como seus discípulos depois da morte d’Ele (cf. Jo 13, 34-35). Pela fé, foram pelo mundo inteiro, obedecendo ao mandato de levar o Evangelho a toda a criatura (cf. Mc 16, 15) e, sem temor algum, anunciaram a todos a alegria da ressurreição, de que foram fiéis testemunhas.
 Pela fé, os discípulos formaram a primeira comunidade reunida à volta do ensino dos Apóstolos, na oração, na celebração da Eucaristia, pondo em comum aquilo que possuíam para acudir às necessidades dos irmãos (cf. Act 2, 42-47).
Pela fé, os mártires deram a sua vida para testemunhar a verdade do Evangelho que os transformara, tornando-os capazes de chegar até ao dom maior do amor com o perdão dos seus próprios perseguidores.
Pela fé, homens e mulheres consagraram a sua vida a Cristo, deixando tudo para viver em simplicidade evangélica a obediência, a pobreza e a castidade, sinais concretos de quem aguarda o Senhor, que não tarda a vir. Pela fé, muitos cristãos se fizeram promotores de uma acção em prol da justiça, para tornar palpável a palavra do Senhor, que veio anunciar a libertação da opressão e um ano de graça para todos (cf. Lc 4, 18-19).
Pela fé, no decurso dos séculos, homens e mulheres de todas as idades, cujo nome está escrito no Livro da vida (cf. Ap 7, 9; 13, 8), confessaram a beleza de seguir o Senhor Jesus nos lugares onde eram chamados a dar testemunho do seu ser cristão: na família, na profissão, na vida pública, no exercício dos carismas e ministérios a que foram chamados.
Pela fé, vivemos também nós, reconhecendo o Senhor Jesus vivo e presente na nossa vida e na história.
14. O Ano da Fé será uma ocasião propícia também para intensificar o testemunho da caridade. Recorda São Paulo: «Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade» (1 Cor 13, 13). Com palavras ainda mais incisivas – que não cessam de empenhar os cristãos –, afirmava o apóstolo Tiago: «De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta. Mais ainda! Poderá alguém alegar sensatamente: “Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé”» (Tg 2, 14-18). 
A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um sentimento constantemente à mercê da dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente, de tal modo que uma consente à outra de realizar o seu caminho. De facto, não poucos cristãos dedicam amorosamente a sua vida a quem vive sozinho, marginalizado ou excluído, considerando-o como o primeiro a quem atender e o mais importante a socorrer, porque é precisamente nele que se espelha o próprio rosto de Cristo. Em virtude da fé, podemos reconhecer naqueles que pedem o nosso amor o rosto do Senhor ressuscitado. «Sempre que fizestes isto a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25, 40): estas palavras de Jesus são uma advertência que não se deve esquecer e um convite perene a devolvermos aquele amor com que Ele cuida de nós. É a fé que permite reconhecer Cristo, e é o seu próprio amor que impele a socorrê-Lo sempre que Se faz próximo nosso no caminho da vida. Sustentados pela fé, olhamos com esperança o nosso serviço no mundo, aguardando «novos céus e uma nova terra, onde habite a justiça» (2 Ped 3, 13; cf. Ap 21, 1).
15. Já no termo da sua vida, o apóstolo Paulo pede ao discípulo Timóteo que «procure a fé» (cf. 2 Tm 2, 22) com a mesma constância de quando era novo (cf. 2 Tm 3, 15). Sintamos este convite dirigido a cada um de nós, para que ninguém se torne indolente na fé. Esta é companheira de vida, que permite perceber, com um olhar sempre novo, as maravilhas que Deus realiza por nós. Solícita a identificar os sinais dos tempos no hoje da história, a fé obriga cada um de nós a tornar-se sinal vivo da presença do Ressuscitado no mundo. Aquilo de que o mundo tem hoje particular necessidade é o testemunho credível de quantos, iluminados na mente e no coração pela Palavra do Senhor, são capazes de abrir o coração e a mente de muitos outros ao desejo de Deus e da vida verdadeira, aquela que não tem fim.
Que «a Palavra do Senhor avance e seja glorificada» (2 Ts 3, 1)! Possa este Ano da Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que só n’Ele temos a certeza para olhar o futuro e a garantia dum amor autêntico e duradouro. As seguintes palavras do apóstolo Pedro lançam um último jorro de luz sobre a fé: «É por isso que exultais de alegria, se bem que, por algum tempo, tenhais de andar aflitos por diversas provações; deste modo, a qualidade genuína da vossa fé – muito mais preciosa do que o ouro perecível, por certo também provado pelo fogo – será achada digna de louvor, de glória e de honra, na altura da manifestação de Jesus Cristo. Sem O terdes visto, vós O amais; sem O ver ainda, credes n’Ele e vos alegrais com uma alegria indescritível e irradiante, alcançando assim a meta da vossa fé: a salvação das almas» (1 Ped 1, 6-9). A vida dos cristãos conhece a experiência da alegria e a do sofrimento. Quantos Santos viveram na solidão! Quantos crentes, mesmo em nossos dias, provados pelo silêncio de Deus, cuja voz consoladora queriam ouvir! As provas da vida, ao mesmo tempo que permitem compreender o mistério da Cruz e participar nos sofrimentos de Cristo (cf. Cl 1, 24) , são prelúdio da alegria e da esperança a que a fé conduz: «Quando sou fraco, então é que sou forte» (2 Cor 12, 10). Com firme certeza, acreditamos que o Senhor Jesus derrotou o mal e a morte. Com esta confiança segura, confiamo-nos a Ele: Ele, presente no meio de nós, vence o poder do maligno (cf. Lc 11, 20); e a Igreja, comunidade visível da sua misericórdia, permanece n’Ele como sinal da reconciliação definitiva com o Pai.
À Mãe de Deus, proclamada «feliz porque acreditou» (cf. Lc 1, 45), confiamos este tempo de graça.

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 11 de Outubro do ano 2011, sétimo de Pontificado.




sábado, 15 de outubro de 2011

Círio Musical 2011: Show do Pe. Reginaldo Manzotti


Na noite desta sexta-feira,14/10, o Padre Reginaldo Manzotti realizou show no encerramento do Círio Musical 2011 na Diocese de Macapá. Após a Santa Missa na Catedral Diocesana, presidida pelo próprio Padre e concelebrada pelo clero local, o Parque do Forte ficou pequeno diante da multidão de fiéis que lá estavam para prestigiar este mais novo fenômeno da música católica da Igreja do Brasil.
Alguns sabem que costumo ter opiniões bem clara e as vezes até polêmicas a respeito de alguns artistas católicos, porém, confessor que o Padre Reginaldo superou minhas expectativas. Até dizia para amigos que iria ao show para "ver se ele tinha unção". De fato, fiquei surpreso, Manzotti tem carisma e seu ministério evangelizador é um dom de Deus em favor do povo.

Comentaram-me que sua homília foi uma bela pregação. Mas o que vi no Show comprova que trata-se sim de um sacerdote profeta diante das necessidades da multidão que o ouvia. 
Frases do tipo "Eu amo ser sacerdote, se nascesse de novo, sacerdote seria outra vez!" ou aquelas em favor da dignidade da família, de amor e respeito a Igreja e ao clero, de atenção e solidariedade ao próximo fizeram meu coração estremecer de alegria por seu profetismo. Macapá, o povo e a Igreja, ouviu ali da boca deste "novo evangelizador" palavras que a muito tempo necessitava ouvir. 
Em um momento de oração alguém comentou comigo: "veja (o povo estava de mãos erguida e em oração) o povo precisa disso, que deixe o Espirito soprar!" Pe. Manzotti fio enviar por Deus para tirar nossa Igreja local da rotina. Mérito dele? acredito que não, e sim, daquele que o consagrou "sacerdote eternamente".
Que Deus abençoe o ministério do Pe. Reginaldo e que nossa diocese possa viver os frutos deste novo tempo de evangelização.

Feliz Dia do Professor!


Quero homenagear àqueles que me ajudaram a conquistar meus sonhos e que me estimulam a almejar outros, meus professores. FELIZ DIA DO PROFESSOR e que Deus abençoe a todos aqueles que já foram meus professores. PARABÉNS !

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

BBC abole a terminologia "antes e depois de Cristo" das suas transmissões radiofônicas


Londres, 11 out (RV) - A inglesa BBC, uma das maiores redes de comunicação do mundo, anunciou uma mudança de terminologia nas suas transmissões radiofônicas que logo suscitou críticas por parte de membros da Igreja Católica. A BBC decidiu não usar mais os termos “antes e depois de Cristo” para indicações de datas. Em substituição, serão usados “antes e depois da era comum”.

Um dos editorialistas do jornal vaticano L’Osservatore Romano, a historiadora Lucetta Scaraffia, chamou o gesto de “hipócrita” e acusou-o de “negar a função historicamente revolucionária da vinda de Cristo à Terra”.

A BBC argumenta que a mudança é uma maneira de respeitar as demais religiões, ao que Scaraffia respondeu “tratar-se de uma desculpa”. Ela comparou o ato com a tentativa de mudança do calendário durante a Revolução Francesa, quando os revolucionários quiseram começa-lo pelo dia 14 de julho de 1789. Fez comparações também com o calendário instituído por Lenin, na União Soviética, que iniciava com o golpe de Estado de 24 de outubro de 1917.

Polêmica e passível de críticas, é importante esclarecer que a mudança proposta pela BBC não faz alterações no calendário, mas na terminologia. (ED)

Roma (RV) - As três agências das Nações Unidas voltadas à agricultura, com base em Roma, divulgaram nesta segunda-feira o relatório da fome no mundo.

A tendência de alta nos preços dos alimentos continua e possivelmente os valores devem subir ainda mais nos próximos meses. A conclusão é da agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, a FAO, em conjunto com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura, o IFAD e o Programa de Alimentação Mundial, o PAM.

Com isso, agricultores mais pobres, consumidores e países se tornam ainda mais vulneráveis à pobreza e a insegurança alimentar, principalmente na África.

Kostas Stamoulis, economista e Diretor da Divisão de Desenvolvimento da Agricultura da FAO, sugere três medidas cruciais para que os governos superem a crise da alta dos preços dos alimentos.

"Uma é criar e permitir novos ambientes para a produtividade e a produção rural. Depois, investir em infra-estrutura apropriada e em recursos públicos que os produtores necessitam para ter maior produtividade. Em segundo lugar, os governos devem evitar de tomar decisões unilaterais de mercado como, por exemplo, banir ou restringir exportações. Tudo isso agrava ainda mais a situação nos mercados internacionais, tornando os preços mais altos e aumentando a volatilidade. Por último, os governos devem ser mais transparentes e coordenados".

Outro problema que influência diretamente na produção é o risco, como explica Stamoulis.

"O fator principal que impacta diretamente na capacidade dos agricultores em produzir é o risco. Preços voláteis criam risco. Se os produtores não tem certeza do futuro, eles não vão investir na produção".

Pequenos países africanos, dependentes das importações são os que mais estão em risco. Muitos deles ainda encaram a herança da crise mundial de alimentos de 2006 a 2008. Essas crises, incluíndo a recente declaração de fome no Chifre da África, são um grande desafio para as Metas de Desenvolvimento do Milênio, em particular aquela de diminuir pela metade até 2015 o número de pessoas que passam fome em todo o planeta. Segundo a FAO, em 2010, 925 milhões de pessoas estão passando fome.

O relatório ainda revela um novo panorama que pode compromenter ainda mais a produção mundial de alimentos. Segundo as agências da ONU, a crescente demanda de consumo nas economias em ascensão, onde a população continua a aumentar, somada ao aumento de áreas cultivadas para os biocombustíveis, acarretará novos desafios para o sistema alimentar mundial.

"Todas as agências têm uma função a ser desenvolvida", reitera David Dawe, economista da FAO. "Assim como os países doadores e os governos locais. Investimentos a longo prazo são muito importantes, e esse papel é feito pelo IFAD. Já o Programa Alimentar Mundial proporciona segurança para dar base a estes investimentos futuros assim como a FAO, que também se envolve nessas etapas tentando promover políticas mais transparentes e melhor informação dos mercados".

Para tentar reverter a tendência de alta nos preços, a chefe de Emergências da FAO, Cristina Amaral, antecipa um novo projeto.

"O que se está a tentar fazer hoje, por meio da FAO e a pedido dos países do G20 com outras organizações, é criar um sistema de informação sobre mercados, que se chamará AMIS e que vai aumentar a transparência das informações sobre mercados agrícolas, esperando que isso possa contribuir para diminuir um pouco a volatilidade”. (RB)
Fonte: Rádio Vaticana
12/10/2011

terça-feira, 11 de outubro de 2011

(Foto: blog Dr. Marcone Pimenta)
Nossa Senhora de Nazaré, Rainha da Amazônia e Mãe da Nova Criação