terça-feira, 1 de outubro de 2013

A Tropa de Elite do Papa Franciso

Conselho de cardeais como exemplo de caridade humilde
Por Jefferson Souza 
 

Um clamor que ecoava nas Congregações Gerais realizadas antes do Conclave que elegeu como Sumo Pontífice o cardeal Jorge Mario Begoglio era a necessidade de se reformar a Cúria Romana, organismo da Santa Sé responsável pelo governo da Igreja e com a estrutura promulgada pela Constituição Apóstolica Pastor Bonus, do Papa Beato João Paulo II.

Esta semana é decisiva no Pontificado de Francisco. Na verdade a "cara" do governo do Pontífice será visto a partir das "reformas" que serão feitas durante os próximos dias. Mudanças esperadas, ou não, terão seu destaque. Contudo, os que saem não siginifica "reprovação". Como em qualquer governo, e de costume, é normal as substituíções e as renúncias.

Francisco tem um jeito simpres de governar. Quer ouvir mais os cardeais. Tem autonomia para tomar decisões, mas não deseja que sejam apenas "suas", mas da Igreja e pelo bem da Igreja. O conselho é este organismo a quem quer ouvir, pois ele deverão ecoar a voz dos demais. De fato, Francisco constituiu uma "Tropo de Elite" ou mesmo como as agências de notícias já chamam, o "G8 da Igreja".

A principal missão da Comissão de cardeais é a reforma da Cúria. Suas sugestões ao Papa deverão indicar caminhos a serem percorridos. Mas, sempre em carater de "conselho", orientação. Este é a única autoridade dos membros.

Concelebrando na manhã desta ter-feira, 01, com os cardeais consultores, Francisco destacou em sua homilia sua expectativa a respeito dos trabalhos que eles desempenharão:
"Esperamos que o trabalho iniciado hoje nos torne todos mais humildes, mais dóceis, mais pacientes e nos dê mais confiança em Deus, para que assim a Igreja possa dar bom testemunho às pessoas e vendo esta Igreja sintam vontade de vir para nós"

Recentemente, em entrevista ao jornal "La Repubblica", Francisco disse que a "Cúria "tem um defeito: é Vaticano-Cêntrica. Vê e se ocupa dos interesses do Vaticano e esquece o mundo que a rodeia. Não compartilho esta visão e farei de tudo para trocá-la".

Sua visão ficou clara com as primeiras renúncias e nomeações. A mais evidente delas, e desejada por muitos, a do cardeal Tarciso Bertone, da função de Secretário de Estado, substituído pelo o ex-núncio na Venezuela, arcebispo Pietro Parolin.

Francisco ressaltou nesta manhã aos membros do Conselho que “A Igreja não cresce por proselitismo, cresce por atração, pelo testemunho”, e sim pelo “testemunho da caridade, da caridade humilde, sem prepotência”.
  

Bento XVI poderia participar da canonização de João Paulo II e João XXIII

Dois Papas na canonização de dois Papas
 
 
O diretor do Escritório de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, anunciou nesta manhã que o Bispo Emérito de Roma, Bento XVI, poderia participar da cerimônia de canonização dos Beatos João Paulo II e João XXIII, que presidirá o Papa Francisco no próximo dia 27 de abril, o segundo domingo depois da Páscoa, festa da Divina Misericórdia.

Durante a conferência de imprensa celebrada hoje no Vaticano, o Pe. Lombardi indicou que não está excluída a participação do Bispo Emérito de Roma, porque "não há motivo legal ou doutrinal pelo qual Bento XVI não possa participar de uma cerimônia pública".

O Pe. Lombardi explicou que o Papa Francisco escolheu a data de 27 de abril devido à devoção de João Paulo II pela Divina Misericórdia e porque sua beatificação também se realizou na mesma festa, que em 2011 caiu no dia 1º de maio.

Além disso, expressou que se espera a participação de um grande número de peregrinos, já que "ao ser o segundo domingo depois Páscoa será a melhor ocasião do ano para que os peregrinos que queiram possam chegar a Roma".

"Na entrevista no voo do Rio, o Papa teve umas palavras espontâneas e simpáticas sobre ambos os Papas, e definiu João Paulo II como um grande missionário como São Paulo, e disse que celebrar ao mesmo tempo estas canonizações deve ser um sinal para a Igreja de apreciar a santidade destes papas testemunhas dos nossos tempos ligados de diferentes maneiras ao Concílio Vaticano II", concluiu o Pe. Lombardi.

Seria uma cerimônia de canonização sem precedentes para a Igreja: o Papa Francisco; que estaria acompanhado de seu antecessor, Bento XVI; canonizará ao iniciador do Concílio Vaticano II, o Beato João XXIII; e ao amado Beato João Paulo II, o chamado Papa peregrino.