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Foto: El Mensajero Católico |
Mons. Carlos Aguiar Retes narra o caminho incipiente e confiante da Nova Evangelização no Novo Continente
Por Zenti.org
CIDADE DO VATICANO
– Publicamos a seguir uma síntese da Exposição sobre o continente
americano, realizada por Mons. Carlos Aguiar Retes, Presidente do
Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM.) (México), na tarde de
ontem, durante a segunda Congregação Geral da XIII Assembleia Geral
Ordinária do Sínodo dos Bispos.
A renovação pastoral na América, lançada em resposta ao Concílio
Vaticano II, tornou mais dinâmica a vida interna da Igreja: aumentaram
os agentes da pastoral, intensificou-se a formação na fé, cresceu a
participação e a comunhão eucarística dos fieis à missa dominical; são,
portanto, numerosos e vários os aspectos positivos da renovação pastoral
da Igreja (cf. DA, n. 99). No entanto, este crescimento não ocorreu na
proporção do crescimento demográfico dos nossos povos; são vistas
grandes áreas de católicos distantes e mornos na sua identidade
católica, embora, certamente, crentes (cf. DA, n. 100, a).
A religiosidade continua a ser viva e é a maior reserva potencial dos
nossos povos ("Uma característica distintiva da América é a existência
de uma intensa piedade popular enraizada nas diferentes nações.
Encontra-se em todos os níveis e em todos os setores sociais,
adquirindo especial importância como lugar de encontro com Cristo para
todos aqueles que com o espírito de pobreza e humildade de coração
buscam sinceramente a Deus (cf. Mt 11, 25)": EIA, n 16). Essa, se guiada
pela Palavra de Deus ("Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida" (Jo 14,
6). Com estas palavras, Jesus se apresenta como o único caminho que
conduz à santidade. Mas o conhecimento concreto de tal itinerário
acontece por meio da Palavra de Deus que a Igreja proclama com a sua
pregação”: EIA, n. 31), prepara o coração do crente à descoberta de
Cristo (cf. Instrumentum Laboris para a XIII Assembleia Geral Ordinária
do Sínodo, n. 21 "Anunciar a Deus significa introduzir na relação com
Deus: ensinar a rezar”: NE, JR), deixando-se seduzir pelo Senhor da Vida
(O encontro com o Senhor produz uma profunda transformação dos que não
se fecham a Ele. O primeiro impulso decorrente de tal transformação é
comunicar aos outros a riqueza descoberta na experiência deste encontro:
EIA, n. 68) e concordando em participar com maior consciência da Igreja
como membro de uma comunidade de discípulos missionários, que pratica
uma espiritualidade cristã (o seguimento de Cristo tem um objetivo muito
maior: a identificação com Ele, ou seja, a realização da união com Deus
": NE, JR), que permite a santificação dos seus membros pela comunhão
com Deus Pai, no Espírito Santo (a santidade é a meta do caminho de
conversão, porque ela "não é um fim em si mesma, mas um caminho para
Deus, que é santo. Ser santos é imitar a Deus e glorificar o seu nome
nas obras que realizamos na nossa vida (cf. Mt 5, 16)": EIA, n 30).
As pequenas comunidades conectadas umas às outras estão
experimentando a vantagem da comunicação e da comunhão. A paróquia é
renovada mostrando um rosto novo da Igreja que cresce e se desenvolve
com força (cfr. Instrumentum Laboris para a XIII Assembleia Geral
Ordinária do Sínodo, n. 80-107), quando a paróquia está em estreita
relação com as outras, guiadas juntamente, como diocese, pelo Bispo ("Um
caminho de renovação paroquial, especialmente urgente nas paróquias das
grandes cidades, pode ser encontrado talvez considerando a paróquia
como comunidade de comunidades e de movimentos”. EIA, n. 41). Esta
dinâmica de comunhão eclesial é mais urgente e necessária nas cidades e
nas grandes áreas urbanas das metrópoles (cfr. DA, nn. 517-518).
A vida da Igreja como comunidade de comunidades, na comunhão e na
unidade, permite a cada cristão descobrir que no XXI século é possível
viver como discípulo de Cristo em uma comunidade de discípulos do Senhor
Jesus e tomar consciência como discípulo missionário da urgente
necessidade de dar um testemunho crível e de confiança da fé no mundo
atual ("Anunciando a conversão, devemos oferecer também uma comunidade
de vida, um espaço comum do novo estilo de vida. Não é possível
evangelizar somente com palavras. O Evangelho cria a vida, cria a
comunidade a caminho. Uma conversão meramente individual não tem
consistência": NE, JR).
Os processos de planejamento pastorais diocesanos abrem os espaços
para a formação do discípulo missionário e da missão continental. A
pastoral orgânica descrita no Plano Pastoral Diocesano está
concretizando o que a Novo Millennio Ineunte indica: tomar forma o que
afirma o MNI: " É nas Igrejas locais que se podem estabelecer as linhas
programáticas concretas — objetivos e métodos de trabalho, formação e
valorização dos agentes, busca dos meios necessários — que permitam
levar o anúncio de Cristo às pessoas, plasmar as comunidades, permear em
profundidade a sociedade e a cultura através do testemunho dos valores
evangélicos."(NMI, n.29).
Por isso, atrevo-me a dizer que a Nova Evangelização, que abre
caminhos na América, parte do encontro com Cristo que a Igreja oferece
aos fieis cristãos ("Jesus Cristo é a "boa notícia" da salvação dada a
conhecer aos homens de ontem, de hoje e de sempre; mas ao mesmo tempo é
também o primeiro e supremo evangelizador. A Igreja deve colocar no
centro da sua atenção pastoral e da sua ação evangelizadora Cristo
crucificado e ressuscitado. "Tudo o que se planeja em campo eclesial
deve partir de Cristo e do seu Evangelho”: EIA, n. 67) e levar à
descoberta da vida disciplinar ("O anúncio de Deus leva à comunhão com
Deus na comunhão fraterna, fundada e vivificada por Cristo” NE, JR ),
expressão da espiritualidade de comunhão.
Desta forma, a vida diocesana e paroquial se aproxima daquela
familiar, a Igreja doméstica (Para ser verdadeiramente "Igreja
doméstica", a família cristã é chamada a constituir o âmbito em que os
pais transmitem a fé, devendo ser “para os próprios filhos, com a
palavra e com o exemplo, os primeiros anunciadores da fé”: EIA, n. 46),
apoiando-se reciprocamente e contribuindo para estabelecer as bases para
enfrentar a crise educacional do nosso tempo (Lineamenta para o XIII
Assembléia Geral Sínodo, n. 20).
[Tradução do Italiano por Thácio Siqueira]
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