Porta-voz do Vaticano confirma que Bento XVI está analisar publicação de documento sobre questões ligadas à eleição do seu sucessor
Por Agência Ecclesia
Cidade do Vaticano – O porta-voz do Vaticano
afirmou hoje que a data de início do próximo Conclave vai ser
determinada apenas em reunião geral [congregação] de cardeais após o
final do pontificado de Bento XVI, marcado para 28 de fevereiro.
“Não é possível dizer antecipadamente a data antes de uma decisão da
congregação dos cardeais”, declarou o padre Federico Lombardi, em
conferência de imprensa.
O responsável confirmou que Bento XVI está a estudar a publicação de
um documento sobre a eleição do seu sucessor, sem precisar se o mesmo se
refere à antecipação deste encontro de cardeais.
“O Papa está a tomar em consideração” a publicação de um ‘Motu
Proprio’ [documento publicado por iniciativa pessoal], nos próximos
dias, reafirmou o sacerdote, que tinha adiantado esta informação na
quarta-feira.
Segundo o diretor da sala de imprensa da Santa Sé, o texto “está
atualmente nas mãos” de Bento XVI, mas “não é possível antecipar os seus
conteúdos”.
“Trata-se de precisar pontos não substanciais, não é nos últimos dias que é mudada a substância de uma lei”, acrescentou.
As regras da Igreja implicam um tempo de espera de 15-20 dias após o
fim do pontificado, situação prevista pela constituição apostólica ‘Universi Dominici Gregis’ (1996), de João Paulo II.
O beato polaco determinou que após o momento em que a “Sé Apostólica
ficar legitimamente vacante” – morte ou renúncia do pontífice -, os
cardeais eleitores presentes “devem esperar, durante 15 dias completos,
pelos ausentes”.
O Conclave, palavra com origem no latim 'cum clavis' (fechado à
chave), pode ser definido como o lugar onde os cardeais se reúnem em
clausura para eleição do Papa.
O padre Federico Lombardi adiantou também que Bento XVI vai confiar
ao seu sucessor o dossier da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, fundada
por D. Marcel Lefèbvre (1905-1991), que estuda uma proposta para a
reintegração canónica na Igreja Católica.
O porta-voz do Vaticano desmentiu que esta sexta-feira seja uma “data
limite” para o esclarecimento da situação, como foi referido por alguma
imprensa, e recordou as “circunstâncias extraordinárias” da renúncia do
Papa ao pontificado.
Também em resposta a um artigo hoje publicado na Itália, o diretor da
sala de imprensa da Santa Sé disse que a comissão de cardeais (Julián
Herranz, Jozef Tomko y Salvatore De Giorgi) encarregada pelo Papa de
elaborar um relatório sobre a Santa Sé não se vai pronunciar sobre o
mesmo.
Bento XVI, acrescentou, não vai receber os três cardeais “em audiência privada”, antes do fim do pontificado.
O padre Lombardi disse esperar nos próximos dias várias intervenções
que apresentem a situação no Vaticano “em termos de conflitos, de
tensões”.
“Isto é previsível, mas na maior parte dos casos nasce de uma
perspetiva que é completamente estranha ao Papa e à Igreja”, concluiu.
Os cardeais vão ser chamados ao Vaticano após Bento XVI ter anunciado
no último dia 11 a sua decisão de renunciar ao pontificado, a partir
das 20h00 (menos uma em Lisboa) do dia 28 de fevereiro, por causa da sua
“idade avançada”.
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