Porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, critica a ênfase sobre possíveis divisões na Igreja e recomenda descrição objetiva aos jornalistas
Por Zenit
Durante o quinto briefing da semana com os jornalistas acreditados junto a Sala de Imprensa da Santa Sé, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, falou principalmente da nomeação do novo presidente do IOR (Instituto para Obras de Religião), sem desprezar alguns aspectos relacionados ao período da sede vacante e a transição para o novo pontificado.
Respondendo a pergunta de um repórter sobre a possível influência do cardeal John Tong, primeiro cardeal chinês da história a participar de um conclave, Pe. Lombardi disse que esta presença reforça a “dimensão asiática" e "enriquece o colégio cardinalício”.
O Cardeal Tong "é bem-vindo" e sua contribuição será escutada "com
atenção", mas não deve criar um "relevo específico sobre a relação entre
a China e da Igreja".
Algumas incógnitas surgiram sobre o destino da biblioteca do Santo
Padre: dificilmente os volumes permanecerão no convento Mater Ecclesiae,
onde Ratzinger vai estar depois de passar alguns diasem Castel
Gandolfo, no entanto, "haverá uma doação significativa de livros
importantes que o acompanham”. Permanecendo no Vaticano o ex-Pontífice
pode conseguir qualquer livro que não esteja na biblioteca do mosteiro.
Sobre os documentos do Papa - que normalmente são embalados e
transferidos para o Arquivo Secreto toda vez que um papa morre - desta
vez serão divididos entre os documentos pessoais, que acompanharão
Ratzinger em sua nova residência e os de trabalho, que terão outro
destino.
Comentando sobre a tendência de certas publicações sobre "tensões,
luta de poder e conflito", o porta-voz do Vaticano definiu como uma
atitude que "na maioria dos casos vai além da realidade”. Essas
deformações dos meios de comunicação refletem o fenômeno do "Concílio
real" contradizendo o "Concílio das mídias", como descreveu Bento XVI no
seu último encontro com o clero romano. Convém que nas próximas semanas
a imprensa passe uma imagem da sede vacante "mais próxima da
realidade”.
O conceito de "divisão na Igreja", além de tudo, é um "debate amplo" e
complexo, comentou Pe. Lombardi. Em qualquer instituição "há uma
diversidade de pontos de vista, que faz parte da dinâmica normal de toda
instituição”. Isto não é em si um fato positivo ou negativo: as
diferenças podem ser "destrutivas" se levam à "falta de amor", ao
"egoísmo" e ao "pecado". Por outro lado, pode ser construtivo e eficaz o
"confronto que leva a encontrar juntos o caminho da comunidade”.
Bento XVI é um Pontífice que sempre se preocupou com "a unidade da
Igreja", com o "empenho ecumênico", portanto, a "briga dentro da Cúria",
na opinião de Pe. Lombardi , não "corresponde à realidade”.
"Se existem diferenças de opinião, estas fazem parte de uma dinâmica
normal", concluiu o responsável da Sala de Imprensa do Vaticano.
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