segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Sínodo e novos Doutores da Igreja

Padres Sínodais / Foto: reprodução CNBB

Solenidade de abertura do Sínodo e proclamação de Santos Doutores
O Papa Bento XVI abriu solenemente na manhã deste domingo, 7, o Sínodo sobre a Nova Evangelização, presidindo a Santa Missa na Praça São Pedro. Durante a celebração, na presença de mais de 400 bispos e 25 mil fiéis proclamou Doutores da Igreja a Santa medieval alemã, Hildegarda de Bingen, e o Santo espanhol João de Ávila, que viveu em 1500.
Com esta solene concelebração – disse o Papa na sua homilia - inauguramos a XIII Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que tem como tema: A Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã.

Papa na primeira sessão do Sínodo: "Deus rompeu o silêncio do Universo"

Abertura do Sínodo sobre a Nova Evangelização

Por Rádio Vaticano

Cidade do Vaticano – Os trabalhos da 13a Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos sobre a Nova Evangelização foram abertos na manhã desta segunda, 08, com a oração das Laudes, presidida pelo Papa, na Sala Paulo VI. Bento XVI se dirigiu aos 262 padres sinodais de todo o mundo com as seguintes palavras: “O cristão não deve ser morno; este é o mais grave perigo para o cristianismo de hoje: a tepidez desacredita o cristianismo” – refletiu o Papa, .

“O fogo é luz, é calor, força de transformação: a cultura humana começou quando o homem descobriu que podia criar o fogo, que destrói, mas, sobretudo transforma, renova e cria uma novidade, a do homem que se torna luz em Deus”.

Para o Papa teólogo, é importante que no latim cristão, a palavra 'professio' tenha sido substituída pela 'confessio', palavra usada nos tribunais, em processos, e que traz consigo um elemento martiriológico: o testemunho, o risco da morte, a disponibilidade de sofrer. Bento XVI se dirigiu aos padres sinodais:

“Isto é muito importante, pois garante credibilidade. A fé não é uma coisa qualquer, que posso até deixar cair. Sabemos que para nós, a confissão não é uma palavra vazia, é mais do que a morte. Quem a faz demonstra que a verdade vale mais do que a vida: é uma pérola preciosa”.

A este propósito o Pontífice recordou que “o lugar da confissão é o coração e a boca, ou seja, a fé não é apenas uma realidade do coração, mas deve ser comunicada, confessada; tende a ser pública, como o fogo que se acende e se alastra, gerando novas chamas. É necessária a coragem da palavra. A confissão é o primeiro alicerce da Evangelização, e não é uma coisa abstrata. Tornando-se visível, é a força do presente e do futuro”.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Dez Mandamentos do Voto Consciente

Por Pastoral da Comunicação Dicoesana

MACAPÁ - A Diocese de Macapá, por meio das paróquias, Conselho de Leigos (as), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Pastorais da Saúde, Comunicação e demais organismos eclesiais estão distribuindo 10 mil folhetos com os Dez Mandamentos do Voto Consciente, subsídio reflexivo e informativo sobre as Eleições Municipais neste domingo, 7 de outubro. 

O folheto está sendo difundido por todo o Brasil pela Igreja Católico,movimentos sociais e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral – MCCE, que disponibiliza em seu site material sobre a Lei da Ficha Limpa de download gratuito, que possui um conteúdo de fácil reprodução com dicas práticas sobre a Lei e como denunciar a corrupção eleitoral: www.mcce.org.br

1º)Procure conhecer o passado, as ideias e valores do candidato ou candidata. Se ele já se envolveu em escândalos de corrupção, comprou votos, foi cassado pela Justiça, renunciou a mandatos para escapar de punições ou se aliou a grupos envolvidos com essas práticas: simplesmente não vote nele!

2º) Não basta que os candidatos tenham a “ficha limpa”. É preciso conhecer as intenções e propósitos de cada candidato: quem financia a sua campanha? Quem ele realmente vai representar? Procure se informar. Exija dele uma vida honrada, do mesmo jeito com que você procura conduzir a sua vida;

3º) Conheça mais a lei eleitoral: participe de palestras, reuniões e debates. Sua vida em comunidade exige que você esteja mais informado sobre assuntos tão importantes.

4º) Ajude a criar ou fortalecer um Comitê da Lei 9840 para o Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e aplicação da Ficha Limpa. Se você faz parte de algum grupo ou organização social (Associação, Sindicato, Igreja, Clube de Mães, Centro de Direitos Humanos), saiba como fazer no site www.mcce.org.br .

5º) Denuncie a compra de votos: quando uma pessoa aceita um benefício em troca do seu voto se condena a viver sem emprego, educação, segurança pública. Assim, o remédio hoje recebido em troca do voto poderá mais tarde custar a falta do hospital que salvaria a sua vida ou a de seu filho.

6º) Denuncie o desvio de recursos públicos para fins eleitorais. É muito grave que um candidato se utilize de bens e serviços públicos para ganhar as eleições.

7º) Tire fotos, grave ou filme se notar qualquer sinal de compra de voto ou de apoio eleitoral, utilizando o mal uso do dinheiro público, pois ajuda a comprovar a irregularidade na denúncia ao Juiz Eleitoral, ao Ministério Público ou até mesmo à Polícia.

8º) Não vote em pessoas que mudam de partido, como “quem muda de roupa”. Ao votar no candidato, não estamos votando só na pessoa, mas no partido,  ajudando a eleger outros candidatos do mesmo partido ou coligação: por isso saiba quem são os outros candidatos da legenda.

9º) Procure saber se o candidato tem compromisso com a defesa da vida em todas as suas fases, bem como com a realização da Reforma Política, Reforma Agrária e com Direitos Sociais fundamentais: como criação de emprego e geração de renda, melhoria da saúde e da educação, defesa do meio ambiente e da Cultura da Paz. Cobre esse compromisso.

10º) Pense bem antes de votar, escolhendo pessoas que se prepararam para administrar  (Presidente e Governador) ou fazer leis (deputado federal e estadual e para o senado)  em benefício  de toda a sociedade, nunca em proveito pessoal. Não deixe para a última hora a escolha dos candidatos a deputado e senador. Depois da eleição, acompanhe o trabalho dos eleitos.

Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil e Comissão Brasileira Justiça e Paz

Reflexões Espirituais: Conversa de família

Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém do Pará
Por Zenit.org
BELÉM DO PARÁ, Aqui estamos, Maria de Nazaré, Nossa Senhora das multidões, das casas e dos corações. Somos muitos e somos um só, somos diferentes e muito parecidos uns com os outros, pois o mesmo sentimento de carinho e confiança nos une contigo, tu que foste escolhida pelo Pai do Céu para seres Mãe do Filho Amado. Aquele dia, em Nazaré, teu silêncio de Menina, formada na fidelidade às promessas antigas, tornou-se resposta que ecoa pelos séculos e vai conosco até a eternidade. Em ti, Maria de Nazaré, nós reconhecemos a esperança de todos os povos. Em Nazaré, Deus ouviu nosso “sim” ao seu plano de salvação para todos os homens e mulheres de todos os tempos. Deus nos levou a sério!
E te fizeste Mãe, em Belém de Judá, pequena entre muitas cidades, que se fez grande porque de lá se levantou o Salvador, aquele que é a nossa paz. Em Belém te fizeste Mãe, de Belém nascemos nós, do Forte do Presépio brotou outra Menina, cidade grande de quase quatrocentos anos. E aqui se ajuntaram multidões, rios de gente que acorrem a esta terra, apenas para se encantarem, quais crianças que teimam em não crescer e chamar-te “Lírio mimoso”, sem medo de chorar diante dos outros, sorrir, clamar e gritar vivas. Mãe de Nazaré e de Belém, somos afeto, emoção e carinho, para correr atrás de tua Imagem, novamente peregrinos, romeiros, filhos e irmãos!

Queremos hoje olhar para ti! Nos séculos que se passaram, tua imagem, obra de arte da qual todos nos sentimos autores, tem um Menino nos braços. O outro braço está pronto para acolher, livre para amar os muitos filhos que a ti acorrem. Queremos pedir-te colo de mãe para todos os que se reconhecem filhos. É que, aos pés da Cruz de teu Filho, um apóstolo era nosso representante, e tu nos recebeste como filhos, para acompanhares a Igreja em sua peregrinação da fé até o final dos tempos. Neste Círio de Nazaré, queremos, ó Mãe, assumir o nosso lugar!

Em teu colo de mãe, queremos espaço para os que estão mais distantes, ainda que próximos uns dos outros no empurra-empurra dos dia a dia. Tece, ó Mãe Admirável, cordas de amor que alcancem todos os que se afastaram da Igreja e os que estão mergulhados na lama do pecado, para que voltem a Jesus. Olha para todas as pessoas que clamam por bondade, Mãe de Misericórdia. E roga por nós todos, pecadores, agora e na hora de nossa morte!

Nossa Senhora de Belém, tu que trouxeste aos braços o Deus que se fez Carne, recebe as nossas crianças. Cuida com carinho daquelas que ainda esperam generosidade de seus pais e mães para nascer. Faze com que nosso tempo descubra de novo que filho é bênção! De teu Filho amado pede a bênção para os que são filhos e filhas em nossas famílias. Contempla do Céu, Senhora de Nazaré, as muitas imagens retratadas em mãos e mães, que se estendem confiantes, mostrando fotografias recentes e antigas, pois para as mães os filhos são sempre meninos e meninas, mesmo quando crescem! Como visitaste tua prima Isabel, tua presença amiga faça exultar de alegria todos os que se sentem filhos!

Nossa Senhora da Piedade, Senhora das Dores e da Consolação, recebe em teu braço o mistério do sofrimento humano. Doenças do corpo e da alma, angústias, divisões nas famílias, gritos surdos que teimam em se fazer vivos ou, quem sabe, silêncio marcado por revoltas e perguntas sem respostas. Acolhe os olhares angustiados, as mãos calejadas, os pés machucados, a fadiga do dia a dia, os homens e mulheres sem esperança, a falta de recursos e de trabalho, os passos errantes de tantas pessoas que no Círio encontram de novo o alento.

Rainha das famílias, recebe na Nazaré de hoje as nossas famílias. Ajuda-nos, com tua oração ao Filho amado, a levar do Círio para nossas casas a certeza de que não estamos sozinhos, mas somos a grande Família dos Filhos de Deus. Em teu colo de Mãe, os casais renovem seus laços matrimoniais, os filhos encontrem afeto, a chama do amor não se apague em nossas casas.

Nossa Senhora das mãos estendidas, olha para tantas mãos que se elevam no Círio de Nazaré. Mãos delicadas ou feridas, mãos que se unem ou mãos que se apartam, mãos que recebem e expressam os impulsos do coração. Estende tua mão e acolhe com bondade os que querem conhecer e amar Jesus!
Maria de Nazaré, Maria, Mãe da Igreja, Nossa Senhora da Esperança, somos Igreja peregrina, que quer ser fiel ao teu Filho amado. Desejamos professar e renovar a fé que recebemos no Batismo. Queremos contar a todos a boa nova do Evangelho e caminhar na esperança, para que toda a nossa vida seja sinal do Reino de Deus. Toda a nossa vida seja para o louvor e a glória de Deus.

Queremos caminhar juntos, peregrinos da fé, “ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo, com Maria e do jeito de Maria”! Amém!

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém
 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Semana Nacional da Vida e Dia do Nascituro

Foto: Cartaz de Divulgação
Vida e Saúde Pública são temas de reflexão.

Por CNBB

Com o tema “Vida, saúde e dignidade: direito e responsabilidade de todos”, a Igreja no Brasil realiza a Semana Nacional da Vida, nos dias 1 a 7 de outubro, culminando com o Dia do Nascituro, no dia 8. Neste período, as dioceses são convidadas a desenvolver atividades em torno do tema, focando sempre o direito à vida e à preservação da dignidade humana.

A Semana Nacional da Vida foi instituída em 2005 pela 43ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O Dia do Nascituro é um dia em homenagem ao novo ser humano, à criança que ainda vive dentro da barriga da mãe. A data celebra o direito à proteção de sua vida e saúde, à alimentação, ao respeito e a um nascimento sadio. O objetivo é suscitar nas consciências, nas famílias e na sociedade, o reconhecimento do sentido e valor da vida humana em todos os seus momentos.

"Chamados a fazer brilhar a Palavra da verdade" (Carta ap. Porta fidei, 6)

Mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial das Missões 2012


Queridos irmãos e irmãs!
Neste ano, a celebração do Dia Mundial das Missões reveste-se dum significado muito particular. A ocorrência do cinquentenário do inicío do Concílio Vaticano II, a abertura do Ano da Fé e o Sínodo dos Bispos cujo tema é a nova evangelização concorrem para reafirmar a vontade da Igreja se empenhar, com maior coragem e ardor, na missio ad gentes, para que o Evangelho chegue até aos últimos confins da terra.

Com a participação dos Bispos católicos vindos de todos os cantos da terra, o Concílio Ecuménico Vaticano II constituiu um sinal luminoso da universalidade da Igreja pelo número tão elevado de Padres conciliares que nele se congregou, pela primeira vez, provenientes da Ásia, da África, da América Latina e da Oceânia. Tratava-se de Bispos missionários e Bispos autóctones, Pastores de comunidades disseminadas entre populações não-cristãs, que trouxeram para a Assembleia conciliar a imagem duma Igreja presente em todos os continentes e se fizeram intérpretes das complexas realidades do então chamado «Terceiro Mundo». Enriquecidos com a experiência própria de Pastores de Igrejas jovens e em vias de formação, apaixonados pela difusão do Reino de Deus, eles contribuíram de maneira relevante para se reafirmar a necessidade e a urgência da evangelização ad gentes e, consequentemente, colocar no centro da eclesiologia a natureza missionária da Igreja.

Eclesiologia missionária
Hoje uma tal visão não esmoreceu; antes, tem conhecido uma fecunda reflexão teológica e pastoral e, ao mesmo tempo, repropõe-se com renovada urgência, porque aumentou o número daqueles que ainda não conhecem Cristo. «Os homens, à espera de Cristo, constituem ainda um número imenso», afirmava o Beato João Paulo II na Encíclica Redemptoris missio sobre a validade permanente do mandato missionário; e acrescentava: «Não podemos ficar tranquilos, ao pensar nos milhões de irmãos e irmãs nossas, também eles redimidos pelo sangue de Cristo, que ignoram ainda o amor de Deus» (n. 86). Por minha vez, ao proclamar o Ano da Fé, escrevi que Cristo «hoje, como outrora, envia-nos pelas estradas do mundo para proclamar o seu Evangelho a todos os povos da terra» (Carta ap. Porta fidei, 7). E esta proclamação – como referia o Servo de Deus Paulo VI, na Exortação apostólica Evangelii nuntiandi – «não é para a Igreja uma contribuição facultativa: é um dever que lhe incumbe, por mandato do Senhor Jesus, a fim de que os homens possam acreditar e ser salvos. Sim, esta mensagem é necessária; ela é única e não poderia ser substituída» (n. 5). Por conseguinte, temos necessidade de reaver o mesmo ímpeto apostólico das primeiras comunidades cristãs, que, apesar de pequenas e indefesas, foram capazes, com o anúncio e o testemunho, de difundir o Evangelho por todo o mundo conhecido de então.

Por isso não surpreende que tanto o Concílio Vaticano II como o Magistério sucessivo da Igreja insistam, de modo especial, sobre o mandato missionário que Cristo confiou aos seus discípulos e que deve ser empenho de todo o Povo de Deus: Bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos, religiosas e leigos. O cuidado de anunciar o Evangelho em toda a terra compete, primariamente, aos Bispos enquanto responsáveis directos da evangelização no mundo, quer como membros do Colégio Episcopal, quer como Pastores das Igrejas particulares. Efectivamente, eles «foram consagrados não apenas para uma diocese, mas para a salvação de todo o mundo» (João Paulo II, Carta enc.Redemptoris missio, 63), sendo o Bispo «um pregador da fé, que conduz a Cristo novos discípulos» (Ad gentes, 20) e «torna presentes e como que palpáveis o espírito e o ardor missionário do Povo de Deus, de maneira que toda a diocese se torna missionária» (Ibid., 38).

A prioridade da evangelização
Assim, para um Pastor, o mandato de pregar o Evangelho não se esgota com a solicitude pela porção do Povo de Deus confiada aos seus cuidados pastorais, nem com o envio de qualquer sacerdote, leigo ou leiga fidei donum. O referido mandato deve envolver toda a actividade da Igreja particular, todos os seus sectores, em suma, todo o seu ser e operar: indicou-o claramente o Concílio Vaticano II, e o Magistério sucessivo reiterou-o com vigor. Isto exige que estilos de vida, planos pastorais e organização diocesana se adeqúem, constantemente, a esta dimensão fundamental de ser Igreja, sobretudo num mundo como o nosso em contínua transformação. E o mesmo vale para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e também para os Movimentos eclesiais: todos os elementos que compõem o grande mosaico da Igreja devem sentir-se fortemente interpelados pelo mandato de pregar o Evangelho para que Cristo seja anunciado em toda a parte. Nós, Pastores, com os religiosos, as religiosas e todos os fiéis em Cristo, devemos seguir as pegadas do apóstolo Paulo, o qual, «prisioneiro de Cristo pelos gentios» (Ef 3, 1), trabalhou, sofreu e lutou para fazer chegar o Evangelho ao meio dos gentios (cf. Col 1, 24-29), sem poupar energias, tempo e meios para dar a conhecer a Mensagem de Cristo.
Também hoje a missão ad gentes deve ser o horizonte constante e o paradigma de toda a actividade eclesial, porque a própria identidade da Igreja é constituída pela fé no Mistério de Deus, que se revelou em Cristo para nos dar a salvação, e pela missão de O testemunhar e anunciar ao mundo até ao seu regresso. Como São Paulo, devemos ser solícitos pelos que estão longe, por quantos ainda não conhecem Cristo nem experimentaram a paternidade de Deus, conscientes de que «a cooperação se alarga hoje para novas formas, não só no âmbito da ajuda económica mas também no da participação directa» na evangelização (João Paulo II, Carta enc. Redemptoris missio, 82). A celebração do Ano da Fé e do Sínodo dos Bispos sobre a nova evangelização serão ocasiões propícias para um relançamento da cooperação missionária, sobretudo nesta segunda dimensão.

Fé e anúncio
O anseio de anunciar Cristo impele-nos também a ler a história para nela vislumbrarmos os problemas, aspirações e esperanças da humanidade que Cristo deve sanar, purificar e colmatar com a sua presença. De facto, a sua Mensagem é sempre actual, penetra no próprio coração da história e é capaz de dar resposta às inquietações mais profundas de cada homem. Por isso a Igreja, em todos os seus componentes, deve estar ciente de que «os horizontes imensos da missão eclesial e a complexidade da situação presente requerem hoje modalidades renovadas para se poder comunicar eficazmente a Palavra de Deus» (Bento XVI, Exort. ap. pós-sinodal Verbum Domini, 97). Isto exige, antes de mais, uma renovada adesão de fé pessoal e comunitária ao Evangelho de Jesus Cristo, «num momento de profunda mudança como este que a humanidade está a viver» (Carta ap. Porta fidei, 8).
Com efeito, um dos obstáculos ao ímpeto da evangelização é a crise de fé, patente não apenas no mundo ocidental mas também em grande parte da humanidade, que no entanto tem fome e sede de Deus e deve ser convidada e guiada para o pão da vida e a água viva, como a Samaritana que vai ao poço de Jacob e fala com Cristo. Como narra o Evangelista João, o caso desta mulher é particularmente significativo (cf. Jo 4, 1-30): encontra Jesus, que começa por lhe pedir de beber mas depois fala-lhe duma água nova, capaz de apagar a sede para sempre. Inicialmente a mulher não entende, detém-se ao nível material, mas lentamente é guiada pelo Senhor fazendo um caminho de fé que a leva a reconhecê-Lo como o Messias. E a este propósito afirma Santo Agostinho: «Depois de ter acolhido no coração Cristo Senhor, que mais poderia fazer [aquela mulher] senão deixar ali o cântaro e correr a anunciar a boa nova?» (In Ioannis Ev.,15, 30). O encontro com Cristo como Pessoa viva que sacia a sede do coração só pode levar ao desejo de partilhar com os outros a alegria desta presença e de a dar a conhecer para que todos a possam experimentar. É preciso reavivar o entusiasmo da comunicação da fé, para se promover uma nova evangelização das comunidades e dos países de antiga tradição cristã que estão a perder a referência a Deus, e deste modo voltarem a descobrir a alegria de crer. A preocupação de evangelizar não deve jamais ficar à margem da actividade eclesial e da vida pessoal do cristão, mas há-de caracterizá-la intensamente, cientes de sermos destinatários e ao mesmo tempo missionários do Evangelho. O ponto central do anúncio permanece sempre o mesmo: o Kerigma de Cristo morto e ressuscitado pela salvação do mundo, o Kerigma do amor absoluto e total de Deus por cada homem e cada mulher, cujo ponto culminante se situa no envio do Filho eterno e unigénito, o Senhor Jesus, que não desdenhou assumir a pobreza da nossa natureza humana, amando-a e resgatando-a do pecado e da morte por meio da oferta de Si mesmo na cruz.
A fé em Deus, neste desígnio de amor realizado em Cristo é, antes de mais, um dom e um mistério que se há-de acolher no coração e na vida e pelo qual se deve agradecer sempre ao Senhor. Mas a fé é um dom que nos foi concedido para ser partilhado; é um talento recebido para que dê fruto; é uma luz que não deve ficar escondida, mas iluminar toda a casa. É o dom mais importante que recebemos na nossa vida e que não podemos guardar para nós mesmos.

O anúncio faz-se caridade
«Ai de mim, se eu não evangelizar!»: dizia o apóstolo Paulo (1 Cor 9, 16). Esta frase ressoa, com força, aos ouvidos de cada cristão e de cada comunidade cristã em todos os Continentes. Mesmo nas Igrejas dos territórios de missão, Igrejas em grande parte jovens e frequentemente de recente fundação, já se tornou uma dimensão conatural a missionariedade, apesar de elas mesmas precisarem ainda de missionários. Muitos sacerdotes, religiosos e religiosas, de todas as partes do mundo, numerosos leigos e até mesmo famílias inteiras deixam os seus próprios países, as suas comunidades locais e vão para outras Igrejas testemunhar e anunciar o Nome de Cristo, no qual encontra a salvação a humanidade. Trata-se duma expressão de profunda comunhão, partilha e caridade entre as Igrejas, para que cada homem possa ouvir, pela primeira vez ou de novo, o anúncio que cura e aproximar-se dos Sacramentos, fonte da verdadeira vida.

Associadas com este sinal sublime da fé que se transforma em caridade, estão as Pontifícias Obras Missionárias, instrumento ao serviço da cooperação na missão universal da Igreja no mundo, que recordo e agradeço. Através da sua acção, o anúncio do Evangelho torna-se também intervenção a favor do próximo, justiça para com os mais pobres, possibilidade de instrução nas aldeias mais distantes, assistência médica em lugares remotos, emancipação da miséria, reabilitação de quem vive marginalizado, apoio ao desenvolvimento dos povos, superação das divisões étnicas, respeito pela vida em todas as suas fases.

Queridos irmãos e irmãs, invoco sobre a obra de evangelização ad gentes, e de modo particular sobre os seus obreiros, a efusão do Espírito Santo, para que a Graça de Deus a faça avançar mais decididamente na história do mundo. Apraz-me rezar assim com o Beato John Henry Newman: «Acompanhai, Senhor, os vossos missionários nas terras a evangelizar, colocai as palavras certas nos seus lábios, tornai frutuosa a sua fadiga». Que a Virgem Maria, Mãe da Igreja e Estrela da Evangelização, acompanhe todos os missionários do Evangelho.
Vaticano, 6 de Janeiro – Solenidade da Epifania do Senhor – de  2012.

BENEDICTUS PP. XVI

Outubro: Mês das Missões

Cartaz/Divulgação
Igreja em estado permanente de missão
Por Jefferson Souza, com P.O.M

MACAPÁ (BJS) -O mês de outubro é para a Igreja Católica em todo o mundo, o período no qual são intensificadas as iniciativas de informação, formação, animação e cooperação em prol da missão universal.  O objetivo é promover e despertar a consciência, a vida e as vocações missionárias. 

No Brasil, as Pontifícias Obras Missionárias (POM) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) através do Conselho Missionário Nacional (COMINA) promoverão mais uma edição da Campanha Missionária, que em 2012, apresenta o tema  “Brasil missionário, partilha tua fé” que quer motivar e valorizar as iniciativas e avanços na missão.

Durante a entrevista coletiva de lançamento oficial da Campanha na ultima quinta-feira, 27/09, o bispo de Ponta Grossa –PR e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial,  Dom Sérgio Braschi destacou o tema e explicou o significado do cartaz deste ano. “Trata-se do missionário que sai do Brasil e vai para o mundo levar a Boa Nova a todos os povos. Esse é o fundamento da nossa Igreja peregrina” sublinhou o prelado. De acordo com os organizadores a celebração de outubro é uma forma de destacar a missão da Igreja.

Em mensagem para o Dia Mundial das Missões, celebrado em 21 de outubro, o Papa Bento XVI destaca que “a ocorrência do cinquentenário do início do Concílio Vaticano II, a abertura do Ano da Fé e o Sínodo dos Bispos cujo tema é a nova evangelização concorrem para reafirmar a vontade da Igreja se empenhar, com maior coragem e ardor, na missio ad gentes, para que o Evangelho chegue até aos últimos confins da terra.

Nos dias 20 e 21 será realizada coleta mundial para o sustento de atividades de promoção humana e evangelização nos cinco continentes, sobretudo em países onde os cristãos são ainda uma minoria e as necessidades materiais são mais urgentes.

domingo, 30 de setembro de 2012

Voz do Pastor: A generosidade do Papa

Artigo Dominical de Dom Pedro José Conti - bispo de Macapá 
Por Pascom
 
Apresentou-se certa vez, a Bento XIV, um pobre pai de família e, contando-lhe suas necessidades, pediu-lhe um auxílio.
- Tenho apenas vinte escudos – disse o Papa – se lhe bastam, dou-os com gosto.
Um jovem prelado, que estava presente, advertiu-o, em voz baixa, que vinte escudos eram demais, bastavam dez.
– O senhor tem dez escudos consigo? - Perguntou-lhe o Pontífice.
O prelado, metendo a mão no bolso, apresentou-lhe dez escudos. Então o Papa, entregando ao pobre seus vinte escudos com mais aqueles dez, disse: 

- Agradeça também ao Monsenhor, que concorre ao benefício, acrescentando à minha oferta a sua de dez escudos.
- O prelado ficou bastante desapontado, mas calou-se...

Uma simples história de caridade, talvez um pouco forçada como a do Monsenhor, acabou sendo mais uma ajuda para quem estava precisando. 

O evangelho deste domingo é um conjunto de palavras do Senhor Jesus, que continua ensinando aos seus discípulos. Primeiro ele diz que ninguém pode fazer milagres em seu nome e depois falar mal dele. O importante é que “toda língua confesse que Jesus é o Senhor, para a glória de Deus Pai” diz a carta aos Filipenses (2,11). No nome de Jesus só se deveria fazer o bem a quem precisa - também se simples e, aparentemente, insignificante como um copo de água. O escândalo acontece quando o nome de Jesus é usado para prejudicar alguém ou dar vantagem a uns sobre contra outros. Jesus não pode ser de parte. Por isso, os pequenos e os pobres ficam escandalizados porque acreditam no amor do Pai para com todos. Privilégios e enriquecimentos, usando o nome de Deus, só podem desnortear a fé dos simples. Pensando bem, porém, todos os discípulos verdadeiros deveriam ser os simples e pobres de coração que procuram amar a Deus servindo ao seu próximo, com generosidade e desprendimento, porque somente de Deus aguardam a recompensa. 

Na última parte do evangelho, encontramos aquelas palavras de Jesus que não deixam de nos surpreender e incomodar. Entendemos que elas não devem ser tomadas literalmente cortando mesmo mãos, pés e arrancando olhos. No entanto, a decisão de mudar certas atitudes ou costumes nos custa quase quanto arrancar membros do nosso corpo. Mais uma vez, devemos entender as palavras de Jesus como um convite à liberdade. Liberdade para amar e fazer o bem. Para possuir o grande tesouro que é “entrar no reino de Deus” vale a pena renunciar não somente aos males, mas também a outros “bens” menos valiosos. Não por desprezo ou heroísmo. Como considerar inúteis uma mão, um pé ou um olho? Eles podem ser, porém, obstáculos para a nossa participação no reino. A porta para entrar é sempre estreita, precisa deixar fora muitas coisas. Sabemos que por nosso orgulho, muitas vezes, custa-nos demais renunciar a uma ideia ou uma opinião. Perdemos amizades, até a própria família, mas não admitimos erros, não pedimos socorro para nos libertar de certos vícios que estão grudados em nós, mais do que os membros do nosso corpo.

Achamos tudo isso tão difícil e até inútil porque o reino do qual Jesus fala nos parece tão longe! Por que deveríamos renunciar a algo bom para nós, hoje, pensando num prêmio tão duvidoso no futuro? Na realidade o bem que fazemos já é sinal e presença do reino. A renúncia a algo de menos importância é para começarmos a ser felizes hoje, escolhendo a parte melhor, aprendendo a amar, a servir, a nos doar. Ninguém aprende a fazer isso de uma vez só, precisamos treinar também para amar, talvez com pequenos gestos – o copo de água! – um sorriso, uma mão estendida, uma ajuda a quem sofre. 

Talvez precisamos de alguém que nos empurre para doar. O Monsenhor da história não ficou muito feliz por ter dado os dez escudos, mas já os tinha entregado. Aprendeu com a lição do papa Bento XIV (14 mesmo), lá pelos anos de 1700.

sábado, 29 de setembro de 2012

RCC Brasil tem nova presidência nacional

Foto: Divulgação Facebook
Katia Roldi Zavaris é eleita para o período 2013-2016

Por Jefferson Souza, com RCCBrasil


APARECIDA (SP) - Na manhã deste sábado, 29, o Conselho Nacional da Renovação Carismática Católica do Brasil em reunião na cidade de Aparecida, São Paulo, realizou a eleição para a nova presidência nacional do Movimento Eclesial. Os 26 Estados e do Distrito Federal estavam representados por seus respectivos Presidentes Estaduais da RCC, dentre eles, Dário Araújo da RCC Amapá, e elegeram Kátia Roldi Zavaris, atual primeira secretária do Conselho Nacional e Coordenadora Arquidiocesana em Vitória (ES).

De acordo com membros do Conselho Nacional nas redes sociais, o processo decorreu após o inicio das atividades do dia com a Santa Missa presidida pelo Assessor Eclesiástico para a RCC e arcebispo de Belém do Pará,  Dom Alberto Correa Taveira, com a participação dos membros do Conselho. Em seguida, o momento reservado para a escuta e discernimento até o processo de eleição.

Kátia Zavaris é casada, natural do Estado do Espírito Santo, onde além de ter já exercido a função de coordenadora arquidiocesana, foi também Presidente do Conselho Estadual, quando ingressou no Conselho Nacional permanecendo até então. Professora de inglês, seu dominio da Língua Inglesa sempre esteve a serviço das traduções em pregações durante eventos da RCC Brasil com presença de lideres internacionais.

A reunião do Conselho Nacional segue até domingo, 30, depois de continuarem a avaliar a caminhada do movimento durante os ultimos anos e traçar metas para o futuro com base no Planejamento Estratégico 2010 -2017. Esta é a ultima reunião sobre a Presidencia de Marcos Volcan que desde 2005 esteve a frente do movimento.


Kátia assume em janeiro as funções na presidência da RCC Brasil e durante o Encontro Nacional de Formação, na Diocese de Lorena (SP), estará a frente dos carismáticos de todo o país.

Em 2010 a predisente eleita esteve em Macapá pela primeira vez e durante o Encontro Estadual de Formação ministrou orações e formações animando os carismáticos amapaenses à unidade.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O poder paralelo dentro da Igreja

Foto: Site Padre Ricardo
Por Padre Paulo Ricardo

Qual o verdadeiro significado da presença da Teologia da Libertação dentro da Igreja Católica e seus fundamentos marxistas? Nestes videos Padre Paulo Ricardo continua a nos falar da batalha que hoje travamos dentro da própria Igreja.