Belém/PA - “Festejamos a cidade do céu, a Jerusalém do alto, nossa mãe, onde
nossos irmãos, os santos, vos cercam e cantam eternamente o vosso
louvor. Para esta cidade caminhamos pressurosos, peregrinando na
penumbra da fé” (Prefácio da Missa de todos os Santos). Neste final de
semana, olhamos para cima, buscando as coisas do alto, onde Cristo está
sentado à direita do Pai (cf. Cl 3,1), pois Deus, que nos fez para a
comunhão com Ele na eternidade, não pensou para nós o nivelamento no
pecado, na maldade, na corrupção. Fomos feitos para a perfeição, para a
santidade. Ser santos é nossa vocação, partindo da santidade que é dom
recebido no Batismo (1 Jo 3,1-3), para percorrer os passos da santidade
moral, dever de todo cristão.
O reconhecimento da santidade de homens e mulheres, quando a Igreja
celebra beatificações ou canonizações, como fez há poucos dias o Papa
Bento XVI (cf. Homilia do Papa Bento XVI, no dia 21 de outubro de 2012),
quer mostrar a todas as pessoas, de todas as classes sociais, idades e
vocações, que a proposta da vivência do Evangelho lhes é igualmente
destinada.
São Jacques Berthie, sacerdote jesuíta francês,
missionário em Madagascar, lutou contra a injustiça, levando alívio aos
pobres e enfermos. Os malgaxes o consideravam um sacerdote vindo do céu,
e diziam: Tu és o nosso "pai e mãe"! Morreu dizendo: «Prefiro antes
morrer que renunciar à minha fé». Retidão e coerência na profissão de fé
como bússola para a própria vida!
São Pedro Calungsod, catequista, evangelizador, mártir!
Demonstrou grande fé e caridade, e continuou catequizando os seus muitos
convertidos, dando testemunho de Cristo através de uma vida de pureza e
dedicação ao Evangelho. A estrada da santidade é feita também para os
jovens, dos quais se espera respostas corajosas!
São Giovanni Battista Piamarta, sacerdote de Brescia, na
Itália, apóstolo da caridade e da juventude, dedicou-se ao progresso
cristão, moral e profissional das novas gerações, com a sua esplêndida
humanidade e bondade, com confiança inabalável na Providência Divina e
profundo espírito de sacrifício. O segredo da sua vida, intensa e ativa,
residia nas longas horas que ele dedicava à oração. Quando estava
sobrecarregado pelo trabalho, aumentava o tempo do encontro, de coração a
coração, com o Senhor. Ser santo é ser criativo, buscar saídas novas
para os problemas, olhar ao redor para descobrir o que é possível fazer
para melhorar o mundo.
Santa Maria del Carmelo Salles y Barangueras, religiosa
espanhola deixou a herança de uma obra educativa confiada à Virgem
Imaculada, que continua a dar frutos abundantes entre os jovens e
através da entrega generosa das suas filhas que, como ela, se confiam ao
Deus que pode tudo. Santidade é contagiar outras pessoas com otimismo e
virtude! Quem vai atrás de Jesus Cristo é seguido pelas outras pessoas,
pois o exemplo arrasta!
Santa Marianne Cope, alemã, cuidou dos leprosos no Havaí,
aceitou o convite para abrir uma casa para mulheres e meninas na Ilha de
Molokai, partindo com coragem, onde cuidou do Padre Damião, então já
famoso pelo seu trabalho heroico com os leprosos, assistindo-o até a sua
morte e assumindo o seu trabalho com os leprosos. Procura-se gente que
aceite desafios! Inscrições abertas em nossas Igrejas!
Santa Kateri Tekakwitha, indígena, filha de pai Mohawk e de
mãe Algoquin cristã, que lhe transmitiu a fé no Deus vivo. Batizada aos
vinte anos de idade, manteve-se fiel às tradições culturais do seu povo,
morreu com vinte e quatro anos. Levando uma vida simples, Kateri
permaneceu fiel ao seu amor por Jesus, à oração e à Missa diária,
receitas infalíveis para uma vida de perfeição cristã. Nela, fé e
cultura se enriqueceram mutuamente! A ficha para a inscrição na Escola
da santidade aceita pessoas de todas as raças, culturas e idades! Sejam
também bem vindos os povos indígenas!
A jovem Santa Anna Schäffer, nascida em uma família humilde,
conseguiu, trabalhando como doméstica, ajuntar o dote então necessário
para poder entrar na vida religiosa. Neste emprego, sofreu um grave
acidente com queimaduras incuráveis nos seus pés, que a prenderam em um
leito pelo resto da vida. Seu quarto de enferma se transformou em uma
cela conventual, e o seu sofrimento, em serviço missionário. Seu
apostolado de oração e de sofrimento, de oferta e de expiação seja um
exemplo luminoso e que a sua intercessão fortaleça a atuação abençoada
dos centros cristãos de curas paliativas para doentes terminais. A
vaidade pessoal superada, a oferta da vida a Deus e aos irmãos, sem
perder tempo! Um roteiro na estrada das pessoas que “decidem em seu
coração fazer a santa viagem”! (cf. Sl 83,6)
Esta é, quem sabe, uma nova espécie de ladainha, à qual se pode
acrescentar uma lista de nomes e estilos de vida, inclusive o meu e o
seu! Seja uma sadia propaganda para que as propostas das
bem-aventuranças (Mt 5,1-12) encontrem eco no coração dos homens e
mulheres de nosso tempo.

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